Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

bate papo com os bisposEncontro Nacional de Pastores ENPP

Bate papo com os bispos

 

Durante o Encontro Nacional de Pastores e Pastoras, os participantes tiveram a oportunidade de fazer perguntas por escrito ao Colégio Episcopal. Foram selecionadas questões de interesse geral, que os bispos responderam na noite do dia 3 de abril

 

"Itinerância é um princípio, não uma lei"

Bispo João Carlos fala sobre:

Itinerância: O episcopado é itinerante, assim como o pastorado (bispo Adriel que o diga...). Mas a itinerância é um princípio, não uma lei. Tenho exemplo de pastor na 6ª Região que está numa igreja há mais de 20 anos, outros com oito... A itinerância significa que o pastor está disponível para mudança a qualquer momento. O princípio não exige que ele se mude, mas que esteja disponível.

Apresentamos a nomeação e o concílio homologa. O poder de nomear é obrigação, não é privilégio. Estou mexendo com famílias, com vidas. Faço isso com muito temor. Oro junto com os SDs (Superintendentes Distritais) para não fazer nenhuma injustiça. Não fomos chamados para punir, mas para abençoar. Nomeação e itinerância são instrumentos para abençoar sempre. Mas abençoar não é o mesmo que agradar.

Subsídio pastoral: Quanto ao subsídio episcopal, ele é estabelecido pela Área Geral. O pastoral é determinado pelo Concílio Regional, que determina uma base. Na 6ª RE temos piso e teto. Em algumas regiões há apenas piso, mas não há teto.

Já houve propostas para que se fizesse um salário e um piso nacional, mas o Concílio Geral não aprovou.

Contas bloqueadas: Tivemos problemas com contas bancárias bloqueadas nas regiões. Depois do Concílio de 2001, as regiões, inclusive as missionárias, tornaram-se mantenedoras das instituições de ensino superior. Quando a instituição tem uma dívida, corre para a região. Estamos trabalhando para resolver essa questão, buscando formas mais adequadas para lidar com as instituições.

A cerimônia de Lavapés (cerimônia realizada pela manhã do dia 3) não foi "conversa pra boi dormir"; não foi coreografia. Cremos que existimos para servir à Igreja, temos que trabalhar mais que todo mundo.

 

"Igreja Metodista não deixou de ser ecumênica"

 Bispo Roberto Alves fala sobre:

Ecumenismo: Faço parte da coordenação do Grupo de Trabalho de Ecumenismo. Em nome do Colégio Episcopal, quero dizer que temos tentado com serenidade trabalhar e pastorear a Igreja diante de uma crise de unidade interna que não podemos negar. Lembremos a frase: "No essencial unidade, no não essencial liberdade, em tudo o amor".

O GT de Ecumenismo, instituído pelo Concílio Geral é formado por mim e por Rev. José Carlos Peres, Magali do Nascimento Cunha, Revda. Amélia Tavares, Rev. Paulo Dias Nogueira e Rev. Marco Antonio dos Santos. Temos trabalhado a partir de estudos históricos, poisa sabemos que a palavra ecumenismo tem sido muito desgastada em nosso meio e provocado incompreensões.

A unidade externa tem que ser conseqüência da unidade interna. Tem havido bairrismo, congregacionalismo.

Nós somos conexionais e não podemos defender o bairrismo. Eu não me senti estranho na 4ª Região, pois aprendi, desde a classe de catecúmenos, que sou metodista em qualquer parte do planeta Terra.

Grande erro tem sido interpretar ecumenismo como sinônimo de Igreja Católica Romana. Todos sabemos que a Igreja Católica Romana não é ecumênica.

Nossa visão nos leva a acreditar que podemos partir para a unidade externa quando tivermos unidade interna. Também podemos buscar unidade com outras confissões de tradição wesleyana, e com igrejas pentecostais.

A decisão do Concílio Geral tem sido mal interpretada de ambos os lados.

A Igreja Metodista não deixou de ser ecumênica, ou não estaríamos participando do projeto Minha Esperança, que reúne várias denominações evangélicas. É uma prática ecumênica.

A decisão conciliar diz que não devemos nos filiar em nenhum órgão com presença da Igreja Católica Romana e religiões não cristãs.

No GT de Ecumenismo, temos notado que temos pontos de muita dificuldade e pontos comuns. Uma das áreas em que temos dificuldade é a celebração e o diálogo inter-religioso. Mas não temos dificuldade em relação às causas sociais. A unidade a favor da vida está acima de tudo.

Foi proposta do Concílio Geral que o Colégio criasse o GT. A experiência tem sido muito boa, temos desenvolvido o respeito, o diálogo, o exercício de estarmos juntos, mesmo tendo posições e pensamentos diferentes.

É importante não aguçarmos os ânimos, não partirmos para ações que demonstrem intolerância ou desrespeito.

O equilíbrio é uma marca do metodismo. Como diz o bispo Paulo Ayres, equilibrar-se é andar na corda bamba. Temos responsabilidade de procurar aprofundar o conhecimento nesse tema, ter proximidade junto a colegas que pensam de forma diferente. É um trabalho pioneiro. Que Deus nos ajude.

 

 "Não somos plurais em nossa doutrina"

Bispo Luiz Vergílio fala sobre:

Pluralidade: Somos uma igreja plural? O Colégio Episcopal entende que num país de dimensões continentais, multicultural, é evidente que as nossas expressões sejam diferenciadas. Não somos plurais na nossa doutrina, que está expressa nos cânones. As nossas expressões são plurais.

  Bispos também são discípulos

Bispo Nelson fala sobre:

Discipulado: Temos uma definição de discipulado que está presente em livros (da coleção Discipulado). Vivemos hoje uma diversidade enorme de formas de discipulado. Nem mesmo no contexto da nossa Igreja usamos a mesma terminologia. Nossa compreensão parte da Palavra de Deus, centrada no ministério do Senhor Jesus, na tradição wesleyana.

Discipulado é comunhão, é convivência, relacionamento, vivência cristã. Graça e discipulado estão juntos.

Os bispos também vem procurando ter o seu discipulado, os seus momentos de convívio, de partilha. Como sou o "vovô" dos bispos em deram a responsabilidade de acompanhá-los - a eles e a suas famílias.

 

Colégio se pronunciará sobre bioética

Bispo Stanley fala sobre:

Publicações: O Colégio Episcopal tem feito a publicação de documentos orientadores: pastorais, com temas mais perenes (como, por exemplo, a Pastoral da Família), e cartas pastorais, com temas pontuais. Há, ainda, uma terceira linha de documentos: pronunciamentos sobre temas da atualidade. Muitos temas que o Colégio fazia por carta, hoje faz pelo pronunciamento. Nesse momento está no prelo um pronunciamento sobre bioética. A Carta sobre Ecumenismo deve sair com revisão até o final do ano.

As publicações têm sofrido impasses devido a questões que estamos vivendo. Nos organizamos numa estrutura editorial que deve ser mudada. Esperamos uma decisão judicial sobre esse tema. Estamos orando para que Deus nos ajude a encontrarmos um caminho.

VEJA TAMBÉM:

A palestra do pastor Ricardo Gondim.

O primeiro dia do Encontro Nacional de Pastores e Pastoras.

A preparação do evento e chegada das delegações.

 

Algumas OFICINAS ministradas no Encontro

Como Preparar um Estudo Bíblico: Professor da FaTeo Paulo Roberto Garcia

Como trabalhar com a Juventude? Rev. Moisés Abdon Coppe

 


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