Publicado por José Geraldo Magalhães em Expositor Cristão - 01/07/2014
Saiba como foi a conferência da Associação Internacional de Escolas, Faculdades e Universidades Metodistas
fonte: Pr. Luis Cardoso
Secretário Executivo Cogeime

O reitor da Universidade Metodista de São Paulo, professor doutor Marcio de Moraes, foi eleito presidente da Associação Internacional de Escolas, Faculdades e Universidades Metodistas (IAMSCU), durante a conferência da entidade realizada entre os dias 24 e 28 de maio, em Hiroshima, no Japão. O professor Marcio Moraes concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal oficial da Igreja Metodista - Expositor Cristão.
O evento todo girou em torno do tema “Paz, Reconciliação e Direitos Humanos – Promovendo educação para a paz nas novas gerações de líderes globais”. As pregações dos bispos, a palavra dos conferencistas, o testemunho de uma sobrevivente da bomba de Hiroshima, as opiniões dos painelistas e as apresentações culturais, todos esses espaços e momentos abordaram a temática fazendo-nos transbordar a ideia de que não há paz sem reconciliação e respeito aos direitos humanos, e de uma perspectiva cristã e metodista sem conversão da mentalidade, desde os mínimos aspectos do cotidiano da vida, ou seja, é necessário uma mudança da mentalidade e do coração.
Nisso a Educação Metodista tem um tremendo papel e desafio, com as novas gerações de crianças, adolescentes e jovens, ou seja, trabalhar para criar essa cultura de paz, reconciliação e direitos humanos.
Um aspecto importante que me chamou atenção a partir da própria experiência de Hiroshima, é que a Reconciliação implica em perdão, mas não necessariamente em esquecer ou desconhecer o que ocorreu de mal, pois a falta da memória é um motor que alimenta e dá vazão à naturalização e repetição de acontecimentos hediondos na sociedade humana. Portanto, a ideia “perdoar sempre, mas esquecer jamais” é uma forma de afirmar Reconciliação e luta para que as atrocidades não venham a acontecer novamente.
Nesse sentido todos os ativistas da paz têm muito consciente que um primeiro passo para a reconciliação é despir-se do sentimento de vingança, retaliação ou devolução do mal com mal e abrir o coração e a mente para uma perspectiva de perdão. Mas não é um perdão ingênuo ou romântico, ao contrário, é um perdão consciente do mal que foi causado, de suas origens e de seu potencial retorno, por isso da preservação da memória, para que o mundo não esqueça que está sempre sob o risco e a ameaça que precisa ser a cada dia combatida com a luta pela paz e a reconciliação.
A pergunta é “que mundo nós queremos deixar para as gerações futuras?” Um mundo que está sob a ameaça de violação dos direitos humanos? Um mundo que produziu armas nucleares capazes de destruir com seu potencial atual cinco vezes o planta? Um mundo alimentado pela escalada de ódio e desconfiança? Nesse sentido, mais de uma vez a conferência reafirmou a importância do papel da educação metodista e da educação cristã no mundo.

Sobrevivente da bomba em Hiroshima - Um dos momentos marcantes da Conferência foi o testemunho de Koko Kondo, sobrevivente da bomba de Hiroshima. Ela é filha do pastor metodista que servia na cidade naquele ano de 1945. Tinha somente 8 meses de idade e foi salva porque sua mãe que a tinha no colo, caiu sobre ela, protegendo-a do desabamento da casa pastoral. A mãe também milagrosamente se salvou e pode tirá-la dos escombros depois de algum tempo. Koko cresceu alimentando perguntas sobre o por que haviam feito aquilo? Quem havia feito aquela atrocidade? Sua memória da infância foi muito dolorosa ao ver outras pessoas e crianças sofrendo os efeitos da radiação e as sequelas da bomba. Ela guarda no próprio corpo as marcas daquela violência: seus braços e pernas ficaram curtos em função das complicações da radiação, teve várias doenças e não pode gerar filhos. Mas, ela se casou e agora é mãe e avó. “Eu tenho duas filhas do coração, eu as adotei”. Koko é uma vibrante ativista pela paz e a erradicação das armas nucleares do planeta.
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Tags: expositor cristao, igreja metodista, educação
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