Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
O papel do pastor na Escola Dominical
A pessoa vocacionada para o pastorado é a responsável pelo êxito da Escola Dominical
Os Cânones de 2007 da Igreja Metodista definem, no artigo 22, que pastores(as) têm o seguinte mandado: "Membro clérigo é pessoa que a Igreja Metodista reconhece chamada por Deus, dentre os seus membros, homens ou mulheres, para a tarefa de edificar, equipar e aperfeiçoar a comunidade de fé, capacitando-a para o cumprimento da Missão". Ao pastor e pastora cabem, portanto, instituir fundamentos sólidos em sua comunidade de fé (edificar), prover o que é necessário para que uma atividade ou função possa se realizar (equipar) e, quando algo não estiver correndo bem, propor uma correção na rota, corrigir (aperfeiçoar). Quando o apóstolo Paulo fala do aperfeiçoamento dos santos ele se utiliza de uma palavra que é usada nos evangelhos quando os pescadores estão consertando a rede para a pesca. A palavra grega katártizo, no sentido primitivo, significa "consertar os ossos quebrados".
Estas ações pastorais visam a capacitar a Igreja para o exercício da missão. Neste sentido, a didaquê, o estudo bíblico e a aula na Escola Dominical são atividades que acompanham o mandato e o carisma apostólico do ministério pastoral. O desafio para o pastorado hoje é a docência exercida no ambiente da Escola Dominical e o desenvolvimento da educação cristã nas ações pastorais.
São vários os aspectos que perfazem o papel do pastor e da pastora na Escola Dominical. Ressaltamos alguns:
a) Que a educação receba por parte de pastores e pastoras a devida atenção e valorização, no sentido de se promover a capacitação e formação dos membros da igreja para que atuem nos diversos dons e ministérios, bem como junto aos grupos societários e departamentos de crianças e da Escola Dominical.
b) Que o ministério pastoral oriente e capacite professores e professoras. Esta é uma função de suma importância para a Escola Dominical. Não se deve improvisar para suprir as necessidades das classes. Aquele ou aquela que vai dar aulas deve estar preparado/a e motivado/a para tal ministério. Devem-se também fazer avaliações periódicas para saber do desempenho dos professores e professoras e da participação e aproveitamento dos alunos e alunas. A participação do pastor e pastora neste aspecto é de fundamental importância.
c) Que o pastor e a pastora assumam classes na Escola Dominical, a fim de que esta atividade não seja um apêndice do ministério pastoral. A aula aproxima o pastor e a pastora dos alunos e alunas e abre oportunidades para a tarefa educativa pastoral.
d) Que o material didático e o currículo sejam promovidos e utilizados pelo pastor e pastora. Quando o membro clérigo faz "campanha" contra o material didático está promovendo um desserviço e contribuindo para a utilização de outros materiais que promovem uma compreensão do Evangelho, das Doutrinas e da Missão da Igreja, diferentemente da professada pela Igreja Metodista. As famílias em geral, na educação dos seus filhos e filhas, seguem princípios da família e não os da vizinhança.
e) Que a Escola Dominical seja o lugar por excelência onde a tarefa educativa da igreja aconteça, seja para orientar novos membros, educar as crianças, jovens e adolescentes, bem como para educar e capacitar para os diversos ministérios que a igreja necessita para cumprir com sua missão e com seus objetivos traçados no Plano de Ação. Para que isto aconteça, é necessário que o espaço da Escola Dominical seja priorizado, a começar pelo pastor e pastora da igreja.
f) Que o pastor e pastora sejam facilitadores no processo de aprendizagem e de desenvolvimento da consciência cristã e crítica dos membros da Igreja e que, para isto, desenvolvam métodos e dinâmicas de integração entre as pessoas e transformação da vida na perspectiva de uma vivência do discipulado enquanto estilo de vida.
g) Que o pastor e pastora desenvolvam o modelo apostólico de atividade docente. O principal modelo apostólico é o de Paulo. Encontramos o testemunho apostólico em I Tessalonicenses 2.11-12, por meio das palavras exortar, consolar e admoestar que apresentam um sentido de estar junto às pessoas para a orientação, para fortalecimento e para declaração das coisas de Deus. O mesmo testemunho está em Colossenses 1.28 pelostermos anunciar, advertir e ensinar, que indicam instrução, recomendação e educação.
A natureza do ministério pastoral apresenta uma abrangência que exige do pastor e da pastora uma postura em favor da educação. Urge, portanto, que pastores e pastoras, bem como a liderança da Igreja, resgatem o lugar da educação cristã na vida de nossas igrejas locais. O Plano para a Vida e Missão, bem como as Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista indicam o caminho a ser seguido na busca por uma educação que forme cristãos conscientes e comprometidos. Este caminho é a educação numa perspectiva libertadora e conscientizadora e precisa ser seguido pelo pastor e pastora empenhados em cumprir o carisma da ordenação que lhes indica a tarefa de edificar, equipar, aperfeiçoar e capacitar.
São várias as questões colocadas hoje acerca da Escola Dominical, tanto a favor da relevância da mesma na Igreja hoje como contra. Mas o fato é que não há espaço como o da Escola Dominical para que os objetivos da educação cristã sejam plenamente alcançados. Há outros momentos educativos na vida da Igreja, mas nenhum deles supera a excelência que o ensino dominical apresenta. Assim, no exercício do pastorado numa perspectiva de mandato da Igreja, o cuidado com a Escola Dominical está presente.
Bispo Josué Adam Lazier
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