Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

mulheres 8 de março

O fio da história

Operária numa tecelagem americana do século 19: as mulheres começavam a trabalhar ainda crianças

 

Lá estavam elas, ao som dos teares, tecendo com fio lilás os tecidos que deveriam vestir e aquecer outros corpos - roupas que elas mesmas jamais vestiriam. Já próximas ao limite de suas forças, exaustas pelas 16 horas de lida diária, as operárias ainda encontravam ânimo para socorrer companheiras que se esvaiam tuberculosas; para saudar crianças recém-nascidas que saltavam pra dentro da vida ali mesmo, sob os teares; e para chorar as envelhecidas jovens que aos 30 anos agonizavam em seus postos e se despediam de sua breve vida.

Entretanto, embaladas pelo ritmo das máquinas, e com o colo molhado pelas lágrimas, gestam sonhos de esperanças: salários dignos, melhores condições de saúde, jornada de trabalho que lhes permitisse abraçar mais longamente suas crianças, beijar mais ternamente seus maridos e saborear um pouco mais a comunhão à mesa na simplicidade dos seus lares.

Contagiadas por esse sonho, foram compartilhá-lo com o patrão. Mas o patrão, indignado com tamanho absurdo, julgou ser este um caso de polícia e resolveu transformar aquele sonho divino em um pesadelo infernal.

No dia 8 de março de 1857, as portas da fábrica Cotton de Nova York foram trancadas e o edifício transformado em um grande crematório onde 129 mulheres foram sacrificadas, mas a fumaça daquele holocausto espalhou-se por todo lugar, levando consigo o sonho daquelas mulheres, contagiando e sensibilizando pessoas em todo o mundo que se encarregaram de tornar realidade aquele ideal.

Mártires cremadas, fios lilases, gestantes de um mundo melhor inspiraram Clara Zetkin a propor, durante o Congresso Internacional de Mulheres, realizado na Noruega em 1910, a instituição do Dia Internacional da Mulher.

Desde então, a cada 8 de março, mulheres e homens reafirmam sua tarefa como tecelãs de uma nova história.

(texto: O fio da história. Por Edemir Antunes Filho e Luiz Carlos Ramos)

 

Leia também:

 

Mulheres: Defensoras da Vida. As mulheres têm o compromisso de lutar por pela vida digna. É o que a Bíblia nos diz.

A beleza fundamental. Reflexão do pastor Daniel Rocha sobre a história de Abigail.

O papel da mulher na sociedade de hoje. Um artigo enviado pela irmã Magda Vieira.

Sociedades Metodistas de Mulheres de portas abertas. Conheça a Confederação e entre você também para este time.

8 de março: conquistas e controvérsias. Artigo da socióloga Eva Blay, do Núcleo de Estudos da Mulher da USP. Colaboração do irmão Walfrido Santos

Complemento divino de nossa alma... Uma declaração de amor do pastor Nilson da Silva Jr.

 

 

 


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