Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 03/10/2012
Famílias metodistas deixam casa e trabalho para fazer missão
Estratégia denominada “transplante de famílias” estimula expansão metodista em cidades do interior
Lorena e Marcelo Miamoto viviam um momento de ascensão profissional em Mandaguari, no interior do Paraná. Recentemente os dois receberam promoções no trabalho. Ele passou a atuar como supervisor de vendas e ela como assistente social na prefeitura da cidade. Tempo de estabilidade financeira e familiar. Foi quando veio o chamado de Deus.
“Entendemos que era para trabalharmos integralmente na obra do Senhor e aceitamos o desafio”, conta Marcelo. O desafio a que ele se refere envolveu total renúncia. O casal deixou casa, trabalho, igreja e familiares e há um ano e meio se mudou para Rolândia-PR, cidade distante cerca de 60 quilômetros.
O mesmo aconteceu com o casal Lilian e Anderson Monteiro. Eles também moravam em Mandaguari-PR e tinham uma vida estável com os dois filhos. Quando aceitaram o chamado missionário, Lilian pediu demissão da loja onde trabalhava como vendedora e Anderson deixou sua corretora de seguros e a carteira de clientes formada em mais de dez anos. Em março deste ano, Lilian e Anderson foram enviados para Itajaí-SC, cidade a 600 quilômetros.
Os dois exemplos fazem parte do projeto transplante de famílias, idealizado pela Igreja Metodista em Mandaguari-PR e apoiado pela 6ª Região. A intenção é abrir pontos missionários metodistas em cidades do interior, por meio do trabalho de membros frutíferos.
Lorena, Marcelo, Lilian e Anderson não estão sozinhos. Mais metodistas já aceitaram o desafio missionário. Outras duas famílias estão em Itajaí. Para Rolândia foram enviados também mais duas famílias e duas pessoas solteiras.
“Eles/as só foram enviados/as, pois eram frutíferos/as na igreja local. A possibilidade da estratégia dar errado é muito menor em relação a outras iniciativas missionárias, pois essas pessoas já assimilaram o discipulado como um estilo de vida”, conta o pastor da Igreja Metodista em Mandaguari, Rev. Emanuel Adriano, conhecido como Mano.
Estratégia - As famílias enviadas recebem total apoio espiritual e uma ajuda de custo denominada ‘seguro desemprego missionário’. O sustento é fornecido com a ajuda de igrejas parceiras, por um período de seis meses. Geralmente depois deste tempo, os/as missionários/as estão mais adaptados/as e empregados/as. A preferência é por cidades com mais de cem mil habitantes, pois há mais facilidade de conseguir emprego.
“É uma estratégia muito importante para a igreja. As famílias podem cumprir o propósito de Deus de fazer discípulos/as sem o peso da estrutura da instituição. Para esses/as metodistas ganhar vidas é algo natural”, argumenta o Rev. Heder de Medeiros Rodrigues, pastor da Igreja Metodista de Arapongas-PR, uma das parceiras do projeto.
O transplante de famílias começou oficialmente em novembro de 2011. A ideia surgiu após as decisões do 19o Concílio Geral, que aprovou propostas de crescimento e avanço missionário na Igreja Metodista. “Durante muito tempo nós enfatizamos o ministério leigo mais voltado para o trabalho dentro da igreja e nós temos experiências maravilhosas quando estimulamos um posicionamento mais missionário”, revela o Rev. Mano.
Resultados - A principal estratégia das famílias para a implantação do trabalho metodista são os grupos evangelísticos. Em Rolândia, após um ano e meio, sete células foram abertas e a frequência dos cultos é de 40 pessoas em média. Um salão foi alugado e as despesas são pagas pela própria comunidade.
Sidney de Oliveira tem 26 anos e foi um dos solteiros enviados à cidade. Ele conta que o maior desafio foi a compreensão e a liberação dos pais. “Foi difícil, pois tive que começar do zero! Mas, os resultados não têm preço. Deus tem levado pessoas a aceitarem Jesus. Deus é fiel e não tem deixado faltar nada em minha casa e em minha vida”, declara o jovem.
Em Itajaí, o trabalho tem seis meses e a participação de cerca de 50 pessoas nas células e de aproximadamente 30 nos cultos. As celebrações são feitas na garagem da casa da família de Anderson. Eventos de colheita também são realizados para consolidar os participantes nos grupos evangelísticos.
“Eu acho que o grande milagre que podemos testemunhar em nossos dias, é o milagre da conversão. Famílias têm sido restauradas e dependentes químicos reabilitados. Eu tenho acompanhado um morador de rua que apareceu na minha casa perdido, dizendo que Deus o encaminhou ali. Hoje estamos caminhando juntos em discipulado”, conta Anderson.
Proposta - O projeto transplante de famílias, será uma das estratégias utilizadas na parceria missionária entre as 5ª e 6ª Regiões para a autonomia do estado de Mato Grosso do Sul, como Região Eclesiástica.
De acordo com o planejamento aprovado, obreiros leigos serão enviados para a cidade de Maracaju-MS, em no máximo dois anos. Para saber mais sobre as parcerias missionárias entre as Regiões Eclesiásticas da Igreja Metodista acesse o portal nacional.