Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

direitos da criança

 

Estamos no mês de outubro, e mais uma vez, o comércio estará em festa, em decorrência do Dia da Criança. Lendo a história da Igreja Cristã, encontramos poucos documentos voltados para a criança. Refletindo sobre essa ausência e olhando a situação de abandono à qual muitas crianças estão expostas hoje, imaginei toda a Igreja Cristã, independente de sua vertente protestante, católica, pentecostal ou neopentecostal,  reunindo-se em um grande Concílio, com representantes de todo o mundo para debaterem a situação das crianças. Esse Concílio foi convocado após a Igreja ter sido incomodada pelo Espírito Santo diante da situação desumana que estão vivendo milhares de crianças no pós-bombardeio dos Estados Unidos contra o Afeganistão e o Iraque, Israel contra o Líbano, as crianças abandonadas nas ruas e vítimas do tráfico no Brasil. Entra também na agenda de discussão as centenas de milhares que morrem na África, de fome ou de AIDS; as vítimas de pedofilia e trabalho infantil no Brasil e no mundo...O documento final desse Conclave, assinado por todas as lideranças cristãs e delegações compostas também por crianças, com direito a voz e voto foi o seguinte credo:

Credo sobre os direitos da criança

 

Cremos em Deus, Pai todo Poderoso, que dentro da sua soberania, enviou seu unigênito Filho ao mundo, o qual se encarnou no ventre de Maria fazendo-se criança, e por intermédio do Espírito Santo.

Cremos que assim Ele agiu para mostrar ao mundo que a criança também é importante, pois sem ser criança a vida vazia é; cremos que Ele, Jesus Cristo, foi uma criança que brincou, riu, chorou, crescendo em estatura e graça diante de Deus e dos homens, adquirindo assim conhecimento humano e fé.

Cremos que Deus ama tanto as crianças que de antemão já lhes concedeu o Reino dos Céus. E as coloca como modelo para todos os adultos que almejem nele entrar, e decretou que quem quiser ser cidadão do Reino como criança tem que se tornar.

Cremos que Deus ama a todas as crianças, independente de sua etnia, classe social e mesmo religião. E que as crianças brancas, negras ou amarelas são expressões da multiforme sabedoria Dele que criou uma única raça, a humana, e viu que todos seus matizes são belos.

Cremos que toda injustiça, violência e opressão as quais sofrem as crianças, seja no barraco ou na mansão, são crimes contra Deus, e não ficarão sem punição.

Cremos que o grito das crianças excluídas que moram e morrem nas ruas, somado aos lamentos e gemidos dos bebês abortados por serem frutos do adultério, fornicação, ou qualquer outro tipo de aborto planejado, bem como as vítimas da falta de acesso médico ou alimentício às gestantes, unindo-se à agonia de milhares de crianças que após nascerem morrem de fome e sede, vítimas da desnutrição, têm subido à presença do Senhor dos Exércitos.

Cremos que o clamor desses infantes tem enchido o cálice de Sua Ira e o mesmo fará justiça, trazendo juízo aos governantes, Igrejas e demais organizações que se calaram diante desse infanticídio.

Denunciamos como sendo criminoso o trabalho infantil, ao qual muitas são submetidas nos faróis, carvoarias, canaviais e sisais, ou mesmo nas suas casas, privando-lhes de brincar e estudar, roubando suas infâncias e abrindo em suas almas traumas que as tornam adultos amargos e tristes.

Denunciamos que a pedofilia e a prostituição infantil, que ocorrem em muitas partes do mundo e do Brasil, é algo que fere a dignidade humana e o coração de Deus, o qual incumbiu a Igreja de zelar, amar e acolher os cordeirinhos do rebanho seu.

Conclamamos a todos os seres humanos de boa vontade para que, num esforço conjunto, imbuídos pelo amor divino e senso de justiça, não nos calemos diante de tal violência e imoralidade, nem contra quem for o autor da mesma.  

Declaramos que todo aquele que pratica ou se cala, diante da violência contra as crianças, a qual ocorre na sociedade, nas ruas, no lar, e mesmo nas Igrejas, fecha para si mesmo a porta da graça e, sendo assim, morrendo sem arrependimento, será réu do juízo eterno.

Como Igreja cristã indivisa e reunida nesse conclave, em torno desse tema sumamente importante para o futuro da e humanidade da Igreja, firmamos um pacto diante do nosso comum Pai Criador, Filho Redentor e Espírito Santo Consolador, de juntos construirmos um mundo melhor, porque verdadeiramente cremos que um mundo melhor construiremos amando e educando as crianças dentro dos valores do Evangelho, mostrando a elas o caminho que deverão seguir, preparando-as para a vida.

Cremos que a vida devia ser bem melhor e anunciamos que será a partir do momento que o Evangelho integral, o Evangelho de Cristo (não o denominacional) for pregado, crido e praticado. Nesse momento, então toda injustiça, opressão e corrupção cessarão e, então, ao som de júbilos e hinos de louvor, liberdade, igualdade, justiça e paz se abraçarão. Amém

 

Pr José do Carmo da Silva

Igreja Metodista em Fátima do Sul-MS.

VEJA TAMBÉM:

Teologia da Criança, para gente grande

 

E leia ainda:

 

 Relatório da Organização das Nações Unidas coordenado por pesquisador brasileiro alerta: agressão a crianças continua. Em 2002, houve 53 mil homicídios de menores de 18 anos e 150 milhões de meninas submetidas à violência sexual.

Leia aqui

E clique aqui para fazer download do documento Vigília das Crianças 2006, que traz uma bonita liturgia para este momento especial de oração.

 


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