Publicado por Sara de Paula em Destaques Nacionais - 12/12/2016
Vigília de Clamor e Engajamento
Vigília de Clamor e Engajamento
CHAMADO AO COMPROMISSO E À MISSÃO,
Por um novo tempo para o Brasil e seu povo
O Colégio Episcopal (CE) faz um Chamado ao Compromisso e à Missão para todas as Igrejas Metodistas. O objetivo é a realização de uma Vigília de Clamor e Engajamento por um novo tempo pelo Brasil e por seu povo no dia 31 de dezembro, das 21h às 05h. A convocação também vale para a realização da Vigília, com o mesmo propósito nos horários das 22h às 24h, toda última sexta-feira dos meses de 2017. Medite na Pastoral Episcopal abaixo!
1) Chorando pelos que sofrem
Quando não se encontra quem possa chorar pelos perdidos, nem o profeta, nem o sacerdote, nem o/a pastor/a, mas somente um/a copeiro/a, somente pescadores/as, somente o povo simples, vítima do caos econômico e moral que se instalou entre nós. Sim, falta mais sensibilidade. O sofrimento dos outros está banalizado, não nos comove mais. Neemias chorava por sua nação, pelo povo que sofria sem recursos e pela Sião de Deus, a casa de Deus que estava destruída. Sim, ele queria a restauração do tabernáculo e da cidade santa, do direito e da Justiça de Deus.
O quadro era em muito semelhante ao que assistimos no Brasil neste momento: “Eles me responderam: os restantes que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande aflição e opróbrio; também está derribado o muro de Jerusalém, e as suas portas queimadas a fogo. Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu, e disse: Ó Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível, que guardas o pacto e usas de misericórdia para com aqueles/as que te amam e guardam os teus mandamentos” - Neemias1.3-5. E o que nos falta? Falta-nos um verdadeiro avivamento que traga quebrantamento e intenso compromisso missionário. Falamos de avivamento, mas não o temos; temos sim animação, mas não avivamento. Com avivamento, teríamos um mover de santidade, contrição e compromisso mais intenso e radical com o destino do nosso povo.
Faltam mais profetas em nosso meio, com francas denúncias contra o pecado, chamando ao arrependimento e a santificação dizendo: “Assim diz o Senhor”. É isto que o Colégio Episcopal (CE) sente-se desafiado a fazer ao convocar uma grande Vigília. Quer marcar um ponto de partida para um novo ânimo e, plantar no coração do povo chamado Metodista, uma indignação santa a começar com a nossa própria maneira de viver. Sim, começar a viver o evangelho com responsabilidade e compromisso, sendo íntegros, honestos nas pequenas e grandes coisas. A ética, a justiça, a verdade deve começar em cada família, em cada Igreja Local.
2 ) Enxergando a necessidade e assumindo desafios
Nós choramos diante da morte de um/a ente querido/a, mas não o fazemos diante do genocídio dos indígenas, e tantos/as outros/as sofredores/as, refugiados/as, desempregados/as. “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos” - Lucas 19.41-42.
Nós perdemos as lágrimas. Mulheres são violentadas, crianças assassinadas, jovens morrem com as drogas, e nós seguimos sem chorar. Jerusalém em ruínas fez Neemias chorar. O pecado e o juízo sobre o povo o fez quebrantar-se. O que nos fará chorar? A tentação à acomodação é sempre muito forte. O que podemos fazer? Respondemos com a frase do desafio missionário para quem diz: “não posso e nem estou preparado para ir para África, nem para Amazônia”. Por favor, irmão/ã, atravesse a rua, do outro lado da calçada da Igreja já tem um drama, uma necessidade a qual a Igreja pode fazer algo. O coxo da Porta Formosa tão perto de Pedro, precisou apenas da fé de Pedro e da mão estendida, sejamos a Igreja da mão estendida (Atos 3,6-8).
Entre as muitas ações, devemos ser ativos/as junto aos movimentos sociais que lutam por uma sociedade mais justa, mais transparência nas contas públicas, que apoiam mulheres, crianças, adolescentes, idosos, indígenas ou negros. Afinal,nossa marca missionária é: “O mundo é a Nossa Paróquia”. Nisto nos envolvemos com a dor e o clamor de diversos seguimentos sofridos da sociedade. Em toda parte, anunciamos o amor e denunciamos o pecado, afirmando que só Deus, por meio de Jesus, muda a nossa história.
Na medida que formos sensíveis a dor das comunidades, elas darão mais ouvido à nossa mensagem.De forma ordeira e pacifica, não partidária ou ideológica, devemos nos manifestar, ir para as ruas, marchar não somente “Para Jesus”, mas a favor das pessoas por quem Jesus morreu e ressuscitou. Juntamente com todo ato profético de denúncia e solidariedade devemos pregar com amor o Evangelho de Jesus Cristo para estas mesmas pessoas, vítimas desta sociedade corrupta e alvo de nosso amor. Mas é pregar mesmo, não somente se pôr ao seu lado. Pregar e fazer apelo para que creiam em Jesus Cristo e o aceitem como único Senhor e Salvador. Esta prática integral do cristianismo é herança wesleyana para todo povo metodista.
3) Concluindo: angústia ou preocupação?
Precisamos ser tomados de angústia profunda, não de uma preocupação que dá e passa, mas inquietante angústia que se transforme em amor profundo pelos/as perdidos/as, pelas pessoas que sofrem todo o tipo de violência. Para isso, não existe alívio, há sim, a alegria da salvação ao ver Deus agir com seu braço forte. Não fazemos apologia da tristeza, mas de um sentimento de insatisfação com o mundo onde vivemos, preservando na alegria, mas mantendo a angústia que é inimiga da acomodação, da resignação e da displicência, dizendo como Paulo em II Coríntios 6.10: “entristecidos, mas sempre alegres, pobres, mas enriquecendo a muitos, nada tendo, mas possuindo tudo...”. Para isso, não existe alívio, há sim, a alegria da salvação ao ver Deus agir com seu braço forte.
Como Colégio Episcopal esperamos ver no dia 31 deste mês (dezembro), das 21h às 05h, todas as nossas Igrejas Locais no território nacional, envolvidas nesta Vigília de Clamor e Engajamento num novo tempo para nossa nação e o seu povo. Que neste dia, que em cada lugar, se tenha uma hora para ler esta pastoral e meditar sobre seus desafios e outros que nasçam neste momento. Que Deus nos use neste santo propósito.
Como Colégio Episcopal esperamos que cada Igreja Local promova em 2017, na última sexta-feira de cada mês, das 22h às 24h, a mesma vigília, mobilizando-se para participar desta vigília fazendo também um jejum de pelo menos meio dia por esta mesma causa. Cada Igreja Local tem liberdade de marcar outros momentos de clamor e súplica pela nação.
Bispo Adonias Pereira do Lago – Presidente do Colégio Episcopal
Bispo João Carlos Lopes – Vice-Presidente do Colégio Episcopal
Bispa Marisa de Freitas Ferreira – Secretária do Colégio Episcopal
Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann
Bispo Luiz Vergilio Batista da Rosa
Bispo José Carlos Peres
Bispo Roberto Alves de Souza
Bispo Carlos Alberto Tavares Alves
São Paulo 12 de dezembro de 2016
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