Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Vida em abundância

Jesus veio para nos dar vida e vida em abundância. Se pudéssemos resumir em poucas palavras a responsabilidade primeira e fundamental dos(as) cristãos(ãs), poderíamos afirmar sem medo de errar que fomos chamados(as) por Deus para combater todas as forma de morte e promover toda vida, seja esta de seres humanos, animais ou natureza.

Quando a vida é ameaçada tudo o mais fica comprometido; garantir a vida é o primeiro passo para o desenvolvimento integral de nossos filhos. Assim, se estamos convencidos da centralidade da vida na missão de Deus para todos nós, deveríamos nos dispor a enfrentar todas as formas de violência que ameaçam a vida de nossas crianças, dentro e fora da Igreja. Precisamos ainda se unir com as instituições, movimentos e pessoas que buscam promover a vida.

Neste contexto, segue abaixo um histórico da justificativa da criação da Campanha de Enfrentamento da Violência contra a Criança e Adolescente:

O 18 de Maio foi instituído pela Lei Federal n. º 9970/00 como do Dia Nacional de Luta contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A motivação para criação de uma data como mais um elemento de reforço ao enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes foi mobilizar os diferentes setores da sociedade, dos governos e da mídia para a formação de uma forte opinião pública contra a violência sexual de criança e adolescente. Por outro lado, a intenção é estimular e encorajar as pessoas a denunciarem/revelarem situações desse tipo de violência, bem como criar possibilidades e incentivos para implantação de políticas públicas capazes de fazer o enfrentamento ao fenômeno. É necessário combater a impunidade e garantir a proteção e promoção às pessoas em situação de vítimas ou vitimização, conforme estabelece o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Criança e Adolescente.

A data foi escolhida porque em 18 de maio de 1973, em Vitória-ES, um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o "Crime Araceli". Esse era o nome de uma menina de apenas 8 anos de idade que foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens de classe média alta daquela cidade. Esse crime, apesar de sua natureza hedionda prescreveu impune.

Desde a criação dessa Lei a sociedade civil organizada promove atos de mobilização social e política na perspectiva de avançar no processo de conscientização da população sobre a gravidade da violência sexual e ao mesmo tempo impulsionar a implementação do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Criança e Adolescente aprovado pelo CONANDA em 2000, no marco dos 10 anos do ECA.

Na semana do dia 18 de maio aconteceram várias iniciativas de mobilização social no Brasil. Também foi definida a cidade de Recife para concentrar as atividades nacionais numa referência a um episódio recente que ganhou repercussão nacional: o caso da criança de nove anos violentada pelo padrasto, violência que resultou em gravidez e posterior interrupção amparada no devido processo legal brasileiro.

Como cristãos(ãs), temos o desafio de cooperar para a construção de um mundo mais justo e seguro para nossas crianças. Um mundo em que elas possam brincar livremente, morar em casas dignas, ter acesso a boas escolas, hospitais de qualidade e serviços de cultura, lazer e esportes. Um mundo onde crianças brinquem nas praças, como viu o profeta Zacarias: "E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nela brincarão" (Zacarias 8:4)

 

Vitória- ES 14 de maio de 2009.

Welinton Pereira da Silva- pastor da Igreja Metodista no Belém - SP e assessor de advocacy da ONG Visão Mundial.


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