Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
texto derrel santee
Deus viu o que eles fizeram e
como abandonaram os seus maus caminhos.
Então mudou de idéia e não castigou a cidade
como tinha dito que faria.
Jonas 3.10 (leia 3.1-5,10) - BLH
Na madrugada de 15 de abril de 1912 o HMS Titanic navegava a todo vapor na sua viagem de inauguração de Londres a Nova Iorque. Apesar dos avisos de perigo dos "icebergs" na frente, ele não diminuiu a sua velocidade ou mudou sua rota. A colisão resultante foi conhecida como um dos piores desastres marítimos da história! A tragédia ainda maior foi que o evitável não foi evitado. |
O texto bíblico conta uma história semelhante, mas com desfecho contrário. A cidade de Nínive estava caminhando para um desastre devido a sua vida perversa. O profeta, Jonas, apareceu e começou anunciar o desastre eminente!... O povo "deu ouvidos", mudou seu estilo de vida e o "inevitável" foi superado.
No livro, *"Do Iceberg à Arca de Noé", Leonardo Boff faz uma abordagem idêntica. Ele contrasta o Titanic com a Arca de Noé. O Titanic representa a nossa "civilização" que segue, a todo vapor, uma rota de choque com o sistema ecológico que nos sustenta. A Arca de Noé, em contraste, representa a salvação e uma nova chance para a humanidade.
Estou tomando emprestada a figura do Titanic para fazer uma comparação com a cidade de Nínive. A salvação exige mudança de rota. Destinos podem ser mudados. Desastres e tragédias podem ser evitados. Nós mesmos somos responsáveis por muitos dos males que afligem a nossa vida.
Acostumamos a pensar em salvação em termos da alma, em termos pessoais e individuais. Nosso individualismo ignora a dimensão maior da redenção! Com a globalização da economia e da tecnologia o indivíduo está cada vez menos isolado fisicamente. O seu destino se encontra cada vez mais ligado aos outros. Não se salva sozinho...
A salvação precisa incluir o mundo inteiro. Pela primeira vez o ser humano está chegando a poder desequilibrar o mundo que o Criador formou e entregou aos seus cuidados. Com a super população do mundo, o ser humano está cada vez mais predatório. Em vez de viver em harmonia, vive a custa da natureza. Boff escreve "a cada dia desaparecem definitivamente dez espécies de seres vivos, por causa da intervenção irresponsável do homem" (p. 67). A diversidade de vida está diminuindo e o planeta morre aos poucos, o assassino é a humanidade. Boff ainda nos adverte: "Desta vez não há uma Arca de Noé que salvará alguns deixando perecer os demais. Queremos nos salvar todos juntos" (p. 92).
Nínive nos fornece um modelo esperançoso. A cidade estava condenada. Apareceu um profeta, apontando o desastre a frente. A população levou a sério a advertência, e todos, desde o maior até o menor tomaram providências, mudaram de vida, e a cidade foi poupada.
Nossa esperança: seguir o caminho da mudança radical. Profetas não faltam. Depende de nós ouvi-los e agirmos com urgência! Titanic? Nínive? Depende de nós.
*Editora Garamound Ltda., 2002