Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Tererê
- Mestre, que calor escaldante, faça alguma coisa ou vamos todos perecer!
Jesus, disse: - Também tenho sede. O que querem que eu vos faça?
Bartolomeu sugeriu: - Que tal um Tereré?
Jesus, pergunta: - O que tens?
Filipe, responde: - Uma cuia feita com um pedaço de shofar, mas de onde virá a erva e a bomba?
Jesus, fitando Filipe nos olhos diz: - Tudo é possível ao que crê.
Tadeu interveio: - Para Deus, não existe nada impossível, pois pode trazer à existência as coisas que não existem.
João, o discípulo amado acrescenta: - Falta também água gelada, pois a água do mar esta quente.
Jesus, curvando-se a margem do mar recolhe um pouco da água em seu odre, e pondo-se de pé, elevando-o aos céus faz uma oração.
Tiago, pergunta: - O que ele esta fazendo?
André, responde: - Parece que vai transformar a água quente em água gelada.
Tomé, diz: - Se eu não pegar essa cuia nas mãos, e não puser o dedo num pouquinho desta água pra ver se está gelada mesmo, de modo nenhum acreditarei.
Mateus, pergunta a Tomé: - Qual é mais difícil, transformar água em vinho, como ele fez lá no casamento, ou fazer que água quente se torne gelada?
Simão o Zelote, afirmou: - Como não poderia ele, fazer esse prodígio, uma vez que multiplicou até pães e peixes?
Para o Mestre nada é impossível.
Jesus, mandando que os discípulos se assentassem sobre a relva, após ter dado graças, pegou o odre e a bomba, dando a seus discípulos disse: - Aquele que quiser ser o maior entre vós seja aquele que sirva.
Nessa hora a disputa foi acirrada entre Tiago, João e Simão Pedro, discípulos que sempre discorriam sobre quem seria o maior entre o grupo. (Mc 10. 35, 43). Porém, Simão Pedro acabou ganhando a disputa, passando a servir o Tereré.
Judas Iscariote, que nunca tinha tomado Tereré, tomando e gostando disse admirado:
- Que bebida gostosa! Poderia vender por um bom preço, e dar o dinheiro aos pobres.
E, ali, naqueles momentos de comunhão, Jesus ensinava aos discípulos, pois uma roda de Tereré é uma roda de partilha.
Assim como Jesus, devemos aproveitar as coisas boas da vida, como amigos, um bom almoço, um alegre e edificante bate-papo, uma boa pesca, e logicamente um Tereré bem geladinho, pois essas coisas nos possibilitam a comunhão fortalecendo o relacionamento e amor ao próximo. Mas acima de tudo isso, visando isso tudo, deve estar a nossa comunhão com DEUS.
Conclusão.
Este artigo não tem pretensão de converter ninguém, mas sim mostrar que, Deus não nos pede que neguemos nossa humanidade, vivendo de forma isolada e triste, considerando a tudo pecado e a todos fora da igreja pecadores de mais, de forma que vamos nos contaminar se nos relacionarmos com eles, devendo o cristão se relacionar somente com quem é "salvo". Penso que relacionamento não significa comunhão, e que a Bíblia condena a comunhão com o descrente, mas incentiva o relacionamento.
Lamentavelmente tem pessoas que depois que se tornam cristãs, transforma-se em "tristãs", pois vivem tristes, não sorriem, não cantam, não vão a festas, (só vão se ocorrer na igreja ou na casa de um crente), não falam mais com os vizinhos. Crentes assim, parecem que querem ser melhor do que Jesus, o qual foi chamado de amigo de publicanos e pecadores. Gente com essa mentalidade, quando levam um convidado a sua igreja, é sempre alguém de outra denominação que veio conhecer a igreja irmã. Alguns, ainda tentam apoiarem seu comportamento na Bíblia, dizendo que nela esta escrito: "Jesus chorou, e não que Jesus sorriu". Evocam ainda o salmo primeiro, interpretando-o de forma distorcida, dizendo: "não devemos sentar na roda dos escarnecedores antes o nosso prazer deve estar na Lei do Senhor, portanto não devemos ter amizade com descrentes".
Penso que, a Lei do Senhor no tempo da graça é esta: "Ide e fazei discípulos", e o discipulado se faz em meio aos de fora da Igreja, se relacionando com eles, a fim de trazê-los para dentro. O contrario disso, e atuar como fermento e sal fora da massa, que não dá sabor e tampouco crescimento. É ser semelhante a uma luz acesa ao ar livre em pleno meio dia, não servindo para iluminar os que sem conhecer a Cristo vivem nas trevas. Deus em Jesus se fez humano em favor do ser humano decaído, a fim de levantá-lo. E na dependência do Pai, o Filho viveu plenamente sua humanidade, é exatamente o que o Pai espera de nós, que vivamos assim como seu Filho Jesus viveu nos relacionando com Ele e com o próximo.
Ufa! Escrever este artigo me deu uma sede... Que tal um Tereré com graça? Ta servido?
Pr. José do Carmo da Silva. [Pr. Zé do Egito]
Igreja Metodista em Fátima do Sul - MS.