Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/04/2011

Sociólogo prevê estabilização do crescimento do protestantismo

O crescimento do protestantismo na América Latina vai se estabilizar nas próximas décadas, alcançando um patamar de 20% a 35% da população. Dificilmente o protestantismo vai chegar a ser maioria em algum país da região.

A análise é do sociólogo Paul Charles Freston que, em entrevista ao Instituto Humanistas (IHU), previu um quadro evangélico totalmente transformado no Brasil. “Não vai haver o mesmo triunfalismo e o mesmo jeito aguerido. Vão ser produzidos outros tipos de líderes, outras relações entre as diferentes religiões e com a política”, vaticinou.

Também a Igreja Católica vai se estabilizar, porque terá que se adaptar a um novo quadro político social, marcado pela democracia e o pluralismo religioso.

“É difícil manter a hegemonia na sociedade civil porque ela é cada vez mais independente, autônoma e plural. Assim, as ditaduras, mesmo aquelas que perseguiram a igreja (Católica), eram situações mais favoráveis para a manutenção da posição social da Igreja”, que serviu, muitas vezes, de guarda-chuva a grupos da oposição ao regime militar, analisou o professor da Universidade Federal de São Carlos, São Paulo.

A cada ano, mostram censos brasileiros, a Igreja Católica perde cerca de 1% de seus fiéis. Mas essa perda da adesão nominal também tem seus aspectos positivos. Cada vez mais, a religião torna-se uma escolha no Brasil e não é mais simplesmente uma religião de herança cultural, de pai para filho. Fiéis da Igreja Católica serão, quando ela estabilizar sua membresia, certamente mais praticantes, identificados e compromissados, não mais nominais apenas.

Além do declínio numérico, o peso histórico da Igreja Católica em cada país da América Latina também sofrerá mudanças, relacionadas ao quadro de fiéis. Quando cai a representatividade numérica em relação ao todo da população, torna-se mais difícil justificar certos privilégios. “A ideia de igreja é de algo que se confunde com a nacionalidade e reivindica um certo status preferencial dentro da sociedade. É isso que está cada vez mais ameaçado”, apontou Freston.


Posts relacionados

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães