Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
reverendo omir wesley
(Um testemunho filial)
"Já se disse que as grandes idéias vêm ao mundo mansamente, como pombas. Talvez, então, se ouvirmos com atenção, escutaremos, em meio ao estrépito de impérios e nações, um discreto bater de asas, o suave acordar da vida e da esperança."
"Eu creio, ao contrário, que a esperança é despertada, revivificada, alimentada por milhões de indivíduos solitários, cujos atos e trabalho, diariamente, negam as fronteiras e implicações mais cruas da história."
"Como resultado, brilha por um breve momento a verdade, sempre ameaçada, de que cada e todo homem, sobre a base de seus próprios sofrimentos e alegrias, constrói para todos."
"E em meio ao inverno eu aprendi finalmente que bem dentro de mim morava um verão invencível."
Albert Camus
Albert Camus nos fala de homens e mulheres que sabem como negar as fronteiras e as implicações mais cruas da história. São homens e mulheres que acordam em nós a vida e a esperança fazendo-nos acreditar que este mundo, apesar de tudo, ainda tem jeito. São homens e mulheres que, como o apóstolo Paulo, não se envergonham de explicitar corajosamente seu exemplo ético e seu testemunho pessoal. São homens e mulheres que, acima de tudo, aprenderam a ser fiéis ao seu Deus, a si mesmos e às suas convicções mais caras. São homens e mulheres que jamais se deixam abater pelas circunstâncias da vida, com mente e coração bem abertos, onde habita o otimismo de um verão invencível. Homens e mulheres que vivem a verdade da fé - da fé em Deus e da fé em si mesmos. Homens e mulheres que aprenderam a construir suas próprias vidas, sobre a base de seus próprios sofrimentos e alegrias, colaborando com Deus para ver surgir um novo céu e uma nova terra, um mundo novo, convivendo com o próximo - com o irmão, com a irmã e até mesmo com o/a inimigo/a - para mostrar-lhes o caminho mais excelente do amor, o caminho da nova vida, o caminho da vida eterna que já começa aqui e agora, o caminho da salvação.
No mundo, de tempos em tempos, vivemos a experiência de ver surgir, pela providência de Deus, homens e mulheres "dos quais o próprio mundo não é digno" (Hb 11.38). O Rev. Omir Andrade está, sem dúvida, incluído no rol destes homens e mulheres muito especiais.
Rev Omir conversa, canta e ora com as crianças no culto
Senão vejamos:
O Rev. Omir pertence à "estranha estirpe de audazes" pastores metodistas verdadeiramente apaixonados pelo Evangelho de Jesus Cristo e pelo exercício do ministério pastoral. O Rev. Omir "anda" e "vive" com Jesus, como afirma o poeta do Hino nº 401 do Cantor Cristão. O Rev. Omir pode fazer coro com o apóstolo Paulo, com absoluta sinceridade: "Ai de mim se não pregar o Evangelho" (1 Coríntios 9.16). E ainda, sem qualquer jactância ou orgulho espiritual, o Rev. Omir pode dizer: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo" (1 Coríntios 11.1).
O Rev. Omir Andrade pertence à "estranha estirpe de audazes" pastores e pastoras metodistas verdadeiramente apaixonados pela Teologia do Metodismo, da qual é profundo conhecedor. As igrejas locais que tiveram e têm o privilégio de ser pastoreadas pelo Rev. Omir Andrade foram e continuam a ser muito bem orientadas no que se refere aos elementos fundamentais da herança wesleyana e da unidade do "povo chamado metodista". São igrejas locais que tiveram e têm um pastor com "P" maiúsculo, um pastor verdadeiramente cristão e metodista - para o Rev. Omir, diga-se de passagem, os dois termos são sinônimos - e, portanto, "não se deixaram e não se deixam seduzir por todo e qualquer vento mais forte de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Efésios 4.14). Não são igrejas locais que mais se parecem com "um rebanho que não tem pastor". Ao contrário, são igrejas locais conduzidas com amor, dedicação, sabedoria, discernimento e firmeza por um "bom" pastor. E como a Igreja Metodista precisa, especialmente nos dias de hoje, de "bons pastores e pastoras"!
O Rev. Omir Andrade pertence à "estranha estirpe de audazes" pastores e pastoras metodistas que são capazes de estabelecer um diálogo profícuo, fecundante e enriquecedor entre os valores do Evangelho de Jesus Cristo e os valores das filosofias e da cultura do mundo contemporâneo. Bacharel em Teologia, economista e jornalista profissional, sempre competente, o Rev. Omir foi Presidente do extinto Departamento Geral de Previdência da Igreja Metodista e Redator do Expositor Cristão, Órgão Oficial da Igreja Metodista, no final dos anos ?60. Mas, acima de tudo, o Rev. Omir jamais abriu mão da sua vocação pastoral. Ele se sabe chamado por Deus, em primeiro lugar, para o exercício do ministério pastoral no contexto missionário da Igreja Metodista. O Rev. Omir é um pastor que sabe ser teólogo e um teólogo que nunca se esquece de ser, acima de tudo, um pastor.
O Rev. Omir pertence à "estranha estirpe de audazes" pastores e pastoras metodistas que nunca se aposentam. Porque Deus não se aposenta. Porque o cristão e a cristã não se aposentam. Hoje com 81 anos já completados, o Rev. Omir é pastor, em tempo integral, na Igreja Metodista em Jericó, no Vale do Paraíba.
Rev. Omir regendo o Coral da IM em Jericó, SP
O Rev. Omir sempre soube e sabe "achar tempo" para conviver e repartir amor com sua família: com sua esposa Ruth, com seus filhos Omir Wesley e Myrian Ruth e, agora, com seu neto Lukas e com suas netas Carolina, Priscila, Débora, Talita e Daniela. Ele é o "patriarca" da família Andrade. E nós, como família, louvamos, engrandecemos e agradecemos a Deus por sua preciosa e abençoada vida. E queremos, com a graça de Deus, tê-lo ao nosso lado, convivendo conosco - com saúde, inteligência, lucidez e sabedoria - ainda por muitos anos. Nós somos privilegiados porque podemos usufruir do constante amparo e orientação de um "paizão" como o Rev. Omir, sempre preocupado em suprir todas as necessidades da família, tanto espiritual como materialmente.
Rev.Omir Andrade e sua esposa Ruth
Schopenhauer define a vida como uma delicada peça de tapeçaria. Como sabemos, um tapete tem dois lados: o lado direito e o avesso (poeticamente falando, o verso e o reverso). Do lado direito do tapete observamos lindos contornos de tranças e tramas artesanalmente criadas pelas mãos de um habilidoso artesão. É o avesso do tapete, contudo, que nos revela a delicada e trabalhosa engenharia do artista para dar vida à sua obra-prima. Os inevitáveis nós e emendas observados no avesso são marcas evidentes da complexidade técnica que envolve a tecedura do tapete. É assim também com a vida. Quem olha para o fecundo e abençoado ministério pastoral do Rev. Omir não pode imaginar a dimensão das dificuldades, lutas, perseguições e desafios que ele precisou enfrentar e vencer, com a graça de Deus e ao lado de sua esposa Ruth, ao longo de quase 60 anos de ministério pastoral ininterrupto.
Em 2006, foram realizadas duas homenagens especiais ao Rev. Omir Andrade pela passagem dos seus 80 anos: a primeira homenagem aconteceu na Igreja Metodista em Jericó, no Vale do Paraíba (que é atualmente pastoreada pelo Rev. Omir), no dia 26 de março de 2006, com a realização de um Culto de Ação de Graças; a segunda homenagem aconteceu no dia 19 de novembro, às 19h na Igreja Metodista em Birigüi, noroeste do estado de São Paulo, com a realização de mais um Culto de Ação de Graças. Esta igreja foi pastoreada pelo Rev. Omir de 1960 a 1964 (quando pastor naquela cidade, o Rev. Omir foi o fundador e primeiro regente do Coral "Vida Eterna", que existe até os dias de hoje e teve participação especial no Culto). Nas fotos, flagrantes do trabalho pastoral do Rev. Omir em Jericó e do Culto de Ação de Graças em Birigüi.
Rev. Omir e seu filho, Rev. Omir Wesley, coordenador da Pastoral Escolar do IALIM
PS: A vida do Rev. Omir é, para nós, como o verso e o reverso deste maravilhoso tapete, e nós nos orgulhamos de fazer parte de suas tranças e tramas. Sua vida, pai, é como um espelho onde podemos ver refletido, o grande amor de Deus por nós. Nós amamos você!!!
Omir Wesley Andrade
Myrian Ruth Mourão Andrade Ferreira
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O Coral "Vida Eterna"
"Louvai ao Senhor, porque é bom e amável cantar louvores ao nosso Deus; fica-lhe bem o cântico de louvor" (Salmo 147.1).
Com certeza, na morada do Senhor reina uma sinfonia eterna, pois os grandes e maravilhosos feitos do nosso Deus sempre foram celebrados com cânticos de júbilo em sua anunciação. Os salmos do Antigo Testamento nos convidam ao louvor constante e nós, como Igreja que é a noiva de Jesus Cristo, deve a Deus o nosso cântico de adoração.
Dizem que o homem que canta enquanto trabalha é, certamente, um homem feliz. Assim, a igreja local que canta e ora alcança a misericórdia de Deus e celebra a graça da salvação. Somos felizes, como Igreja Metodista em Birigüi, porque cantamos ao Senhor e com júbilo celebramos o rochedo da nossa salvação.
Há 46 anos, em 1960, a Igreja Metodista em Birigüi recebia como seu novo pastor o Rev. Omir Andrade, um jovem servo de Deus, com apenas 34 anos. O Rev. Omir Andrade, apaixonado pela música e pelo louvor, enxerga um imensurável potencial de lindas vozes entre as ovelhas de seu rebanho. E se dispõe a trabalhar na formação de um conjunto coral. Na época, já havia cântico na igreja: conjuntos cantavam, a congregação cantava... Por que, então, não sonhar com o surgimento de um grande coral? Sonho feito realidade: Nasce o Coral "Vida Eterna".
Creio que o salmo 146 retrata bem o sentimento que enchia a alma e o coração do Rev. Omir: "Aleluia! Louva, ó minha alma, ao Senhor. Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver."
O amor, a dedicação, a consagração e a certeza da vitória, sempre foram grandes marcas no ministério do jovem pastor. Não me lembro com certeza o número de coralistas com o qual teve início o coral. Só sei que foi lindo, gratificante e maravilhoso o entusiasmo do novo regente e de todos os participantes. O Coral "Vida Eterna" não cantava somente músicas sacras. Havia também canções folclóricas e populares em seu repertório. O Coral levava o louvor e a alegria por onde quer que fosse. Ah! E como eram gostosas as viagens, as apresentações e as confraternizações com outras igrejas, não só metodistas. Alguns coralistas, que fizeram a história do Coral "Vida Eterna" desde o seu nascimento já fazem parte do coro celestial: Gessé Gajardoni, Seth Murbach, Renêe Caetano de Barros, José Otto Gaetti,Antônio Sales de Oliveira, Maria da Paz, Maria de Mello, Luzia Gonçalves, Maria Amália Buzelli, Arilda Braga e outros, cujos nomes não me ocorrem no momento.
O processional de entrada do coral, com o cântico do hino "A Palavra da Vida" (HE nº 140) era um momento especial e solene do Culto Vespertino aos domingos: nosso coração vibrava, o sorriso estava em cada face e Deus recebia nosso cântico de louvor. O Coral e a lembrança do Rev. Omir Andrade serão eternos! Certamente por isso o nome do Coral tem razão de ser: Coral "Vida Eterna"!
Hercília Liranço