Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
Revda Eunice comenta Concilio Geral
Revda. Eunice Roberto de Araújo Oliveira
Delegada Clériga - 5ª Região Eclesiástica
Olhando para trás consigo enxergar uma Igreja se mobilizando para o Concílio Geral. Delegações são eleitas nos Concílios regionais e desde lá consigo ver as articulações para a eleição de algumas pessoas que tinham não só o desejo, mas também o "compromisso" de "mudar o rumo das coisas". Telefonemas, e-mails, aquelas conversa ao pé do ouvido e outras coisas mais fizeram parte desse processo. Cartazes foram confeccionados, nos quais havia a designação dos dias e dos motivos de oração. As Igrejas oraram e as delegações se articularam.
Enfim chegou o dia do grande conclave da Igreja Metodista. O Colégio Episcopal chegou antecipadamente para cumprir a sua agenda de reunião. No domingo e na 2ª feira, delegados, visitantes foram chegando. Eu dizia para mim mesma, "não estou em clima de Concílio". Parecia adivinhar o que estava para acontecer. Deixo claro que essa impressão não está relacionada com a não reeleição do bispo João Alves de Oliveira Filho (meu esposo) e sim com a percepção mais ampla de tudo que vi, ouvi e senti. Perder ou ganhar faz parte de todo processo da vida, mas o que me inquieta e angustia é a não transparência daqueles que se dizem tão espirituais, tão religiosos, tão consagrados e santificados. Eu não tenho dúvida de que para a saúde e bem-estar do meu esposo, a sua saída foi positiva.
Portanto quero expressar o meu sentimento de tristeza e de repúdio em relação à postura adotada por muitas pessoas. E gostaria de não ouvir de quem quer que seja que foi da vontade de Deus. Senti grande insensibilidade da parte de alguns. Percebi um Concílio travado, sem respeito; percebi em alguns momentos um clima diabólico. Não estou lamentando pela nossa família porque, graças a Deus, o cristianismo e o metodismo nos deixaram um legado de equilíbrio; mas lamento pela nossa Igreja. Fui educada na premissa de que ser cristã é muito mais do que ter posicionamento teológico desta ou daquela linha. Fui ensinada que ser cristão é ter Cristo no coração e demonstrar amor, respeito e ser solidário para com o próximo, sem julgá-lo ou condená-lo, ainda que ele esteja totalmente equivocado. Conversei com algumas pessoas e pude sentir o desapontamento delas em relação às suas delegações. A maneira arbitrária como as coisas aconteceram, feriram a muitos.
Rogo a Deus que tenha misericórdia do seu povo e que Ele nos dê forças para continuar a caminhada apesar de TUDO.