Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
resposta Pr Dino ao Pr Otávio
Há dentro das palavras do nosso irmão Rev. Otávio algumas considerações a serem analisadas, pois toda história tem, pelo menos, 2 faces distintas, senão mais. E o que parece aos olhos de algum uma mentira - ANTES DE ASSIM SER POSTA COMO TAL - deve ser melhor analisada - já que pelo missivista fui chamado de "mentiroso".
Prefiro não ofendê-lo com expressões descabidas, ainda mais a quem não conheço pessoalmente, não sei como é seu ministério pastoral, nem se esse é o tipo de postura que ele adota com seus colegas que dele divergem, mas sei que é meu irmão em Cristo, por isso mais cuidado ainda com os "rótulos" deve ser tomado.
PRIMEIRO: As óticas da manifestação na abertura da 2ª Sessão do 18º Concílio Geral, não foram e não são as mesmas a cada participante do evento. Elas foram precedidas de preparação, e isso consta de alguns diálogos no ORKUT e outros sites de relacionamentos, onde grupos de pessoas manifestam-se, trocam opiniões, informações, etc. - e estavam agendando posicionamentos e manifestações - tanto é verdade, que membros de minha igreja e colegas pastores tiveram acesso a algumas mensagens. Se todas as intenções vieram a concretizar-se, não sei, ou talvez tenha sido aproveitado a ocasião e o que foi feito no local para engajamento e satisfação dos planejamentos.
PARA MIM ISSO tudo isso É NORMAL EM UMA IGREJA DEMOCRÁTICA COMO A METODISTA - apesar da ótica do colega ser diferenciada da minha - EU O RESPEITO - e não o chamo de MENTIROSO por isso. TRATA-SE de clérigo que merece ser respeitado - mesmo em opinião divergente da minha, ou ótica dos fatos sob outros ângulos - AFINAL: uma coisa é criticar ou discordar das narrativas. Outra é chamar alguém de mentiroso.
A conveniência e oportunidade de uma manifestação (termos que - ao que parece, o Rev. OTÁVIO desconhece em sua postura analítica), em cenário conciliar, bem como termos empregados como "tumulto" - precisa ser melhor entendidos dentro das definições que os dicionários mais comuns lhe conferem - já que qualquer incitamento (manifestação), inoportuno é, e precisa ser visto na conveniência ou oportunidade - ainda mais quando a matéria já estava decidida, e os caminhos para a sua revisão estão dentro dos cânones que o Rev. OTÁVIO - como pastor metodista - tem obrigação de conhecer.
SEGUNDO - A frase usada: "ESTAMOS DE LUTO" não é e não foi privilégio do grupo de jovens que ali a postaram, muito menos de clérigos que aderiram à manifestação. Ela já vem sendo usada a algum tempo, inclusive em matérias que circulam pela internet e em e-mails. Eu mesmo já recebi cópia disso com nome de seu emitente. Também há notícias que ela tenha sido usada em púlpitos (eu não presenciei isso).
TERCEIRO - O site: www.metodistaonline.kit.net não é oficial, e vem mostrando-se, ao longo do tempo que existiu (ELE DEVE PARAR POR ESSES DIAS), que abriu-se às manifestações diversas, NÃO SEGUINDO UMA LINHA ÚNICA de matérias. Esteve em postura democrática.
Se alguém quiser visitá-lo - enquanto estiver no ar - verá que as matérias são variadas e respeitadas as posições divergentes.
1.- Parece-me que o Rev. Otávio não leu a 2ª matéria que foi publicada no referido site, onde eu disse que fora procurado pelo grupo de jovens sobre o tema, expliquei-lhes que eles tinham o espaço garantido para manifestar-se de forma contrária e seriam respeitados. Não apenas disse-lhes verbalmente, como constei na matéria (2ª) esse fato.
Eles o fizeram de forma discordante e foram respeitados, bem como o Rev. Nicanor (que, aliás, na primeira fase do Concílio foi procurado por mim para manifestar-se sobre suas expectativas e o fez - e tudo foi publicado, assim como de outros clérigos e leigos - pouco importando de que tendência fosse).
2.- O Rev. Otávio demonstra desconhecer a matéria ali publicada sobre o término do Concílio, onde é mencionado o que os jovens manifestantes postaram em resposta....
OTÁVIO é da 4ª Região e eu da 3ª, onde situações vem ocorrendo de forma diversa da sua. - fato que demonstra ser por ele também ignorado.
Ele viu e ouviu uma coisa. Eu ví e ouvi outra.
Ele interpretou os fatos de uma forma. Eu não sou obrigado a fazê-lo como ele.
Ele DEVE ter ouvido delegados e delegadas sobre os fatos. Eu também - não necessariamente os mesmos.
Há os delegados que ficaram INDIGNADOS COM A MANIFESTAÇÃO E SENTIRAM-SE OFENDIDOS, e HÁ OS QUE A VIRAM COMO NORMAL... Há também os indiferentes.
Se haverá encaminhamento disciplinar ou não - deixei claro que é algo que não me diz respeito - mas... O Rev. Otávio NÃO LEU corretamente a matéria que ele mencionou, e deixa claro é que não o fez com as demais.
Se quanto ao meu caso ele entende que devo ser passível de disciplina - que ele fique à vontade para os encaminhamentos que achar plausível.
Estou pronto ao que for necessário.
QUARTO: SOBRE A DECISÃO DA CGCJ e os votos do Rev. Carlos Walter Vieira.
Não se trata de defender ou não a postura adotada pelo presidente, mas é preciso esclarecer que a comissão, organizada em até 90 dias após o término do 17º Concílio Geral (art. 51, § 7º dos Cânones), formulou e aprovou o seu REGIMENTO, e o submeteu à COGEAM nos conformes canônicos.
Parece que o Rev. OTÁVIO desconhece o funcionamento da estrutura da Igreja Metodista - da qual ele é clérigo e tem obrigação de informar-se.
A figura jurídica da CGCJ difere das demais instituições, pela competência material aprovada pelo CG.
A aprovação deste regimento é interna (da comissão) e material (art. 51, ítens 1 a 5 dos Cânones), e sem ele a comissão não pode funcionar, pois ELE é quem dispõe sobre seu funcionamento, distribuição de feitos, sessões, organização do contraditório, etc.
Por ser em numero "par" de membros, o presidente participa dos julgamentos, com direito de manifestar-se em voto. Só em caso de empate é que ele vota COMO MEMBRO e COMO PRESIDENTE.
É regimental.
Não houve em plenário nenhuma manifestação de impugnação pedindo um NOVO JULGAMENTO, nem levantou-se exceção de suspeição ou de incompetência.
Houve votos divergentes e favoráveis no julgamento, FUNDAMENTADOS, e isso tudo foi lido para o plenário, que teve a oportunidade de aferí-los e decidir.
Houve alguma impugnação aos tais ?
A Instância Máxima de decisão é o plenário do Concílio.
Submetido ao sufrágio a decisão da CGCJ, houve votos favoráveis, contrários e abstenções.
Outro detalhe que o Rev. OTÁVIO parece desconhecer: as regras para um julgamento na CGCJ, estão esculpidas no art. 51 dos Cânones - APROVADAS pelo 17º Concílio Geral da Igreja Metodista. As próximas são as que foram aprovadas pelo 18º CG.
Se justas ou não - fomos nós, por intermédio de nossos representantes que as aprovamos, e são as que garantem o princípio do contraditório. Desconhecimento disso não é próprio de um clérigo metodista.
SOBRE AS ELEIÇÕES e seu preparo prévio
Sempre ocorreu luta pelos mais diferentes interesses na IM, desde a transferência das instituições de ensino para as Regiões, quanto a passagem delas ao Geral, às eleições episcopais, de comissões, de transformação de campos missionários em regiões, etc. Isso ocorre também no campo da visão evangelística, do ensino teológico, da educação cristã, das instituições de ação social - com os mais variados reflexos. Desagua na escolha dos DELEGADOS/AS ao Concílio Geral e demais organizações internas.
Não ocorre só na Igreja Metodista, mas nas demais denominações históricas também.
É a luta pelo PODER ?
Depende da ótica de cada um, e como cada qual vê o que significa o PODER e finalidades de sua conquista.
Se a disputa é lícita, onde está o vício ?
O próprio Rev. OTÁVIO se alguma vez foi SD ou almeja sê-lo, sabe que nos distritos e na Igreja Local ocorre disputas internas - que se dirá na Região e no âmbito geral da Igreja... Ou será que estou dizendo algo inocorrível ?
Para alguns, a visão do PODER está adstrita ao seu ministério local, suas necessidades pastorais, ou a seu apego às instituições, pois delas depende para o seu sustento pessoal e familiar, suas projeções futurísticas de estudos (com concessão de bolsas), de conquistas pessoais junto a órgãos que a IM tem relacionamentos....
Mesmo quando se diz que estamos "enxergando um pouco mais além", - na verdade, vemos coisas das pessoas, das igrejas locais e instituições que se perfilam com a nossa visão - nossas perspectivas pessoais - mas IGREJA tem que ser muito mais que isso, pois a minha experiência na igreja local não é a mesma de um colega que está na 2ª, na 6ª, na 5ª, na 1ª, na 4ª Regiões, ou na REMNE ou CMA.
Nossa tendência - que ao que se percebe, e na crítica do Rev. Otávio não está sendo vista, - é sempre em defender os que pensam de uma mesma forma como nós, e se alguém está no caminho oposto dizemos: É POLITICAGEM... É DISTORSÃO - É DESONESTIDADE... É CASUÍSMO... É FUNDAMENTALISMO... É LIBERALISMO... e vai aí afora...
Será que o Rev. OTAVIO não tem interesses pessoais nisso tudo ?
Será que sua projeção de ministério não passa por isso também ?
Vejam que há outros fatores que o Rev. OTÁVIO deixa transparecer estar ignorando: AS VIGILIAS, ORAÇÕES, CLAMORES que foram levantados pelas Igrejas ao preparo do Concílio Geral - onde, pelos bispos e lideranças foram estimulados para que Deus manifestasse sua vontade.
Oramos e pedimos a Deus que manifestasse sua vontade... E... será que ELE não ouviu ?
Se ficassemos com o mesmo Colégio Episcopal (anterior) - Diríamos: FOI RESPOSTA ÀS ORAÇÕES....?
Como ficou não foi resposta ?
Se tivessemos optado por permanecer nos órgãos ecumênicos - diríamos: "É A VONTADE DE DEUS" - RESPOSTA ÀS ORAÇÕES.!!! E o oposto não o é ?
Se ficamos satisfeitos ou não com as decisões - teremos um período para ajuste.
É a nossa Igreja Metodista - a Igreja que amamos.
Se exagerei nas respostas, perdoem-me, mas não posso calar-me.
Ao Rev. Otávio Julio Torres, embora não oconhecendo pessoalmente - encerro dizendo que mesmo que o colega tenha uma palavra de tratamento à minha pessoa como o fez, digo-lhe que você continuará tendo o meu respeito e consideração - divergindo ou não do que escrevo ou de meus posicionamentos, e não será isso não diminuirá meu sentimento de respeito e consideração à sua pessoa como meu irmão em Cristo e colega de ministério.
Dino Arí Fernandes