Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 02/10/2012
Resgate da música na vida da Igreja Metodista
Resgatar a musicalidade na vida da Igreja Metodista. Este é um dos principais objetivos do Departamento Nacional de Música e Arte - DNMArte. Neste sentido, um passo importante foi dado – a concretização do 1o Encontro Nacional. Quase 90 metodistas de todo o Brasil e de alguns outros países participaram do evento.
“Foi excelente! Superou as expectativas!”, disse o coordenador rev. Edson Mudesto (foto ao lado). Todos os participantes fizeram parte do Núcleo Comum: Canto e Coral, além das oficinas escolhidas. De acordo com a revda. Renilda Garcia, o evento inovou. “Foi uma oportunidade ousada de resgatar a nossa herança. Lançamos a semente de nossa tradição de uma maneira inovadora”, disse.
Três jovens vieram do exterior especialmente para o encontro. Aaron Sandoval, de 23 anos, é membro na Igreja Metodista em Santiago, no Chile. “Viemos aprender nesse encontro de música para fazer o nosso no Chile. Tivemos muitos conhecimentos técnicos e práticos”, compartilha o jovem chileno.
Coral - O maestro David Junker, ministrou a oficina de Regência e conduziu os participantes no Núcleo Comum. Para ele, não se pode negar a influência da atividade de canto e coral e música. “Estamos resgatando o valor histórico da música na vida da Igreja. Estamos vendo uma resposta que foi planejada desde o Concílio de Aracruz”, afirma.
Uma das dificuldades da maioria das igrejas é não ter o regente do coral. Como fazer com essa situação? “As igrejas têm que adquirir a visão de investir em uma pessoa que tem esse conhecimento ou na formação de pessoas que tenham interesse, por exemplo, num curso como esse. Ela não sairá daqui como regente, mas irá estudar a respeito. Quem tem que desenvolver essa visão são os líderes”, argumenta o maestro.
A equipe do DNMArte conversou com o Reitor da Faculdade de Teologia e acredita que a solução para esse resgate está na formação pastoral. “Tem que ser um curso e não um momento”, declara o Rev. Eliézer Wendling da 4ª Região Eclesiástica.
Percebeu-se que muito já se perdeu da música na igreja – como prelúdio, interlúdio e demais momentos que fazem parte da liturgia, por essa falta de valorização e de formação de pastores/as. “Com o advento da música gospel, muitos não dão ênfase ao coral. Entendo que há espaço para todos os estilos musicais na vida da Igreja Metodista”, conclui o Rev. Edson Mudesto.
Oficinas - Oficinas foram oferecidas aos participantes, dentre elas, o ‘caráter do músico’ ministrada pelo pastor Walter Fidélis, da 5ª Região. José Antônio Franceschini afirma que valeu a pena ter participado! “Muitas coisas que fazemos no culto ou no ensaio, precisam passar pelo caráter do músico, inclusive entrar em contato com o/a pastor/a antecipadamente para saber o tema do culto, ou alguma música específica”, disse.
O pastor Edison Davi foi o responsável em ensinar técnica vocal. “O conhecimento da técnica vocal ajuda cada um dentro de sua área ter um trabalho de qualidade com menos esforço” afirma. Vitor Magalhães disse que aprendeu. “Como fazer louvor a Deus com mais perfeição e técnica. Valeu à pena aprender técnicas vocais de respiração e cuidados com a voz”, declara.
Na oficina de teatro e dança, a arte como subsídio para enriquecer o culto também foi lembrada. “Geralmente nossos cultos são mais direcionados para a comunicação verbal e a arte entra nessa comunicação não verbal”, afirma o pastor Marcelo Alves.
Com apenas 13 anos, Leonardo Martins Barbosa, vai levar o que aprendeu na Oficina de bateria para sua igreja local em Sorocaba-SP. “Aprendi técnicas boas de como tocar sem atrapalhar os outros instrumentos”.
O Encontro Nacional foi realizado entre os dias 14 e 16 de setembro na Faculdade de Teologia em São Bernardo do Campo e reuniu 86 pessoas entre participantes, equipe de apoio e integrantes do DNMArte.
Hinário - Os conciliares do 19º Concílio Geral tiveram a oportunidade de conhecer uma amostra de 34 hinos com partituras do Hinário Metodista Brasileiro em julho do ano passado. Os Metodistas aguardam pela versão final do material. No entanto, de acordo com o maestro David Junker, para entregar o hinário à Igreja é preciso passar por várias fases.
“É preciso estabelecer comissões de musicologia, métrica, prosódia, uma comissão que tenha desenvolvimento sociológico para ver quais peças são viáveis para analisar as tendências culturais. Essas fases são fundamentais para depois fazer a coletânea. Para se ter um Hinário é preciso de um trabalho que leva no mínimo uns dez anos”, disse.
Fotos de Luciana de Santana