Publicado por José Geraldo Magalhães em Discipulado - 24/09/2015
Quinta Região Eclesiástica realiza quarto Congresso de Discipulado
O evento em epigrafe realizou-se durante os dias 6 a 8 de agosto/15, em Piracicaba (SP), no Campus Central da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). Foi organizado pela Câmara Regional de Discipulado, cujo coordenador é o rev. Ubiratan Silva, pastor da IM Central em Campo Grande (MS) e Superintendente Distrital do Distrito do Mato Grosso do Sul I.
O objetivo primordial do Congresso foi a implantação e consolidação de Pequenos Grupos (PG) e Grupos Celulares (GC). Os participantes, aproximadamente 350 pessoas, vieram, com muito ânimo e interesse, de todas as partes de nossa vasta Região. Além da equipe da área regional, presentes também alguns irmãos e irmãs das 1ª, 3ª e 4ª Regiões Eclesiásticas. Precedendo o início de cada seção houve a participação, no louvor e adoração, do missionário e cantor sacro, Nelson Junker e sua equipe, vindos da igreja metodista em Poços de Caldas (MG).
Foram realizadas várias, atuais e mui proveitosas oficinas, assim denominadas:
1 - Casa de Paz como estratégia de evangelização da Célula.
2– Como realizar a implantação de transição para o discipulado na Igreja Local.
3 – O Papel do Pastor no Discipulado.
4 – Plantação de Igrejas através de Grupos Pequenos.
5– O Desenvolvimento do Trilho de Discipulado na Igreja Local.
6 - A Pessoa e o Papel do Líder.
Além das palavras inspiradas do bispo Adonias Pereira do Lago (5ª RE e Presidente do Colégio Episcopal), os palestrantes, especialmente convidados foram: Luciano Subirá (pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR) e Danilo Figueira (pastor da Comunidade Cristã de Ribeirão Preto/SP).
Durante o Congresso, o bispo Adonias, baseando-se em textos do livro de Atos, do evangelho de João, das epístolas joaninas, e nos ensinos wesleyanos, trouxe duas mensagens que, além de didáticas e pedagógicas, foram históricas e conclamaram a todos para o avanço na Missão. Foram repletas de ensino e orientação para os clérigos e o laicato sobre a metodologia, a dinâmica e o crescimento do Metodismo em nossa 5ª Região. Suas palavras foram ungidas pelo Espírito Santo.
Em síntese, pela exiguidade do espaço disponível, menciono tão somente alguns aspectos de suas duas conferências: Relembrou que somos plurais, uma igreja que pensa e deixa pensar, porém, observou que a liberdade de pensar tem sido alvo de diferentes interpretações. Enfatizou sobre as nossas raízes metodistas, rememorando os ensinos de João Wesley. Comentou que Wesley dinamizava o reavivamento metodista por meio das bands, classes e grupos pequenos e priorizava uma vida de santidade capaz de agradar a Deus e que, como igreja, somos desafiados a conhecer o povo na perspectiva da Graça. Devemos e precisamos crescer em graça e em santidade. Nosso alvo e objetivo único é agradar a Deus. A Igreja não pode ser agente que se some ao pecado. É seu dever anunciar o evangelho que salva e redime o corpo e a alma, pois, no tempo de Wesley a Igreja oficial, a Anglicana, vivia uma religiosidade morta, dominada por terrível crise moral e religiosa.
Wesley procurava viver um cristianismo prático e relevante. As sociedades wesleyanas eram comunidades de crentes verdadeiros: tinham compromisso com Deus, conheciam ambos os testamentos, recebiam ensino e doutrina. Mantinha um rígido treinamento dos líderes e os acompanhava em seu desempenho. A paróquia de João Wesley não era uma igreja de manutenção, mas de crescimento em quantidade e qualidade, em número e santidade; não era apenas ao redor do templo, mas, o mundo todo.
Afirmou o bispo Adonias que precisamos reeditar a paixão wesleyana pela evangelização, reviver o mover do Espírito como o era em sua época e proclamar a todos e a todas, a tempo e a fora de tempo, o senhorio de Jesus Cristo sobre tudo e sobre todos. Asseverou também que o exemplo dos cristãos de Bereia (Atos 17.11) deve ser proclamado e estimulado, pois “receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias...”. Temos que ser diligentes na Obra do Senhor e ganhar almas, muitas almas. A comunidade evangélica tem de ir às ruas, às vilas, aos bairros para alcançar os perdidos. A Igreja há de ser missionária e evangelizadora. A sua Missão é plantar outras igrejas e isto, acontecerá através do Discipulado.
Insistiu que o amor a Deus e ao próximo é a poderosa energia secreta que impulsiona os pregoeiros da fé e dos cristãos em geral; o cerne da teologia cristã é o amor, pois Deus é Amor. A estrutura, o sistema, não constituem distintivos da divindade, mas o amor é a marca única da essência divina. Quem não alimenta profundo amor a Deus e ao próximo naufraga na fé e o seu trabalho não terá continuidade. A proporção de nosso amor para com o pecador encontra suas balizas em Cristo: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei” (Jo 13.34). Afirmou ainda que o discipulado é alicerçado no amor enfatizando a importância da Igreja Metodista, numa perspectiva bíblica e wesleyana, como instrumento de crescimento do Reino de Deus através de um sólido Discipulado que impacte todas as áreas da vida do país, Luciano Subirá, em duas conferências, transmitiu preciosos ensinamentos. Dentre todos, destaco a preocupação com a continuidade geracional.
No texto de 2 Reis 20.1-11, Ezequias, recebe por intermédio do profeta Isaías, uma sentença de morte: “... Ezequias adoeceu duma enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta Isaías e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás” (v.1). Porém, em resposta à sua oração, o Senhor concedeu-lhe mais quinze anos de vida. Disse o pregador que este imperativo pode ser entendido como sendo de natureza espiritual. Ezequias não correspondeu ao benefício que Deus lhe concedera. Não colocou a sua casa em ordem, ou seja, não preparou seus filhos para darem continuidade à sua obra na condição de servos do Senhor. Após a sua morte veio a tragédia: seu filho Manassés, aos 12 anos de idade, o substitui no reinado e fez o que era mau perante os olhos do Senhor: levantou altares a ídolos, sacrificou seus filhos como oferta ao paganismo, seguiu conselhos dos adivinhos e agoureiros e praticou feitiçarias.
Não houve a continuidade geracional. A função do pai é preparar a próxima geração para ser bem sucedida. Valendo-se de muitos outros textos bíblicos citou vários exemplos sobre a responsabilidade que cada indivíduo, em sua geração, tem para com Deus e para com o próximo, a respeito da próxima geração. Danilo Figueira, em suas conferências, com base em Gênesis 30.37 a 41, citou a atitude de Jacó quando pastoreava o rebanho de Labão, seu sogro. Referiu-se ao expediente usado por ele para que as ovelhas dessem crias com as cores que lhe eram favoráveis. “Tomou Jacó varas verdes de álamo, de aveleira e de plátano e lhes removeu a casca, em riscas abertas, deixando parecer a brancura das varas e as colocou em frente ao rebanho, nos canais de água e nos bebedouros... e conceberam quando vinham a beber. E concebia o rebanho diante das varas, e as ovelhas davam crias listadas, salpicadas e malhadas” (v. 37 a 39). Jacó trabalhou as varas e as colocou diante do rebanho. Afirmou que as varas eram referências para a concepção do rebanho e discorreu sobre a importância de um referencial citando vários exemplos contidos nas Escrituras. Jesus encontrou os discípulos em estágio inicial, mas os preparou para serem referências para gerações futuras. Chamou e os enviou. Para discipular é necessário estabelecer uma relação e ser referência de caráter. É preciso trabalhar a pessoa até que produza os frutos do Espírito. O discipulador é o guia.
Danilo continuou, agora estribado em Atos 10, versos de 9 a 16, onde está registrada a visão de Pedro, que foi um desafio para ele. Afirmou que nosso trabalho em células é uma visão de Deus para a Igreja; é um comissionamento. Pedro se rendeu á visão e se dispôs a enfrentar as oposições. Recebeu a visão e desceu até Cesareia. Quando Deus quer fazer algo novo, Ele prepara o Seu povo. O Senhor mostrou que não há nenhum homem comum ou imundo. É preciso pôr-se em movimento para trabalhar o Discipulado. Há muitos hoje que precisam compreender melhor a visão que desce do céu. “Para chegar à época da colheita é preciso, antes, muito trabalho”, afirmou.
Dirigiu, também, uma oficina conjunta sob a temática: “Casas de Paz como estratégia de evangelização”. As celebrações cúlticas foram repletas de clamores, busca intensa da presença e orientação do Senhor. A atmosfera era de oração, adoração e completa submissão ao Senhor da Igreja. Todos/as falavam com Deus e Deus, falava com todos/as. Assemelhava-se àqueles dias gloriosos do alvorecer do Cristianismo. Era um só o coração e a alma de todos/as (At 32).
Ao final do culto de encerramento todos e todas foram à frente para serem ungidos/as com óleo. Era o envio de Deus para continuar com crescente e renovado vigor a sagrada Missão de fazer novos discípulos e discípulas, em obediência ao imperativo do Mestre: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações ....” (Mt 28.19b).
Rev. Ivam Pereira Barbosa
Editor e redator do IR
Tags: Discipulado
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