Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 05/12/2012
Projeto Sombra e Água Fresca atende quase três mil crianças
Na Igreja Metodista a criança é prioridade. Assim ensinou o fundador do metodismo no século 18, rev. John Wesley. Mais de 2,7 mil crianças e adolescentes, entre 6 e 14 anos, são atendidas por meio do Sombra é Água Fresca (SAF) – uma rede de projetos sociais da Igreja Metodista. Atualmente são 65 projetos em todo o país.
Herança que a Igreja Metodista adotou do próprio Wesley quando ele deixou registrado nas “Regras para um Ajudante” – como eram denominados os pregadores leigos, a importância do cuidado com as crianças. O historiador rev. Duncan Alexander Reily, relembra esses princípios publicados na Revista Caminhando (nº8/2003): “onde há dez crianças numa sociedade, reúna-se com elas pelo menos uma hora por semana; converse com elas cada vez que encontrar a qualquer uma delas em casa e, ore sinceramente por elas”.
Com esse legado, o Projeto Sombra e Água Fresca teve início com uma inquietação regional em 1998. “O projeto nasce de uma realidade das coordenadoras regionais de crianças que perguntavam o que realmente a igreja estava fazendo para priorizar as crianças?”, explica Lúcia Leiga de Oliveira uma das fundadoras do projeto.
Deu certo - Com pouco mais de dez anos, o número de crianças atendidas pelo SAF é surpreendente (veja na tabela ao lado). São diversas iniciativas bem sucedidas. No estado de São Paulo, o trabalho virou música. Crianças do Sombra e Água Fresca da Igreja Metodista no Planalto em São Bernardo do Campo-SP e do ponto missionário Tamarutaca em Santo André, lançaram no Encontro Nacional de Multiplicadores o CD “Sombra e Água Pura”.
O evento aconteceu na primeira semana de novembro e reuniu 41 educadoras/es de todas as regiões eclesiásticas e missionárias da Igreja Metodista, além de três participantes do Equador e um jovem dos Estados Unidos.
João Vitor Campos da Silva, de 11 anos, compartilha a alegria de fazer parte do novo álbum. “É bem emocionante ter participado porque muitas pessoas não têm essa oportunidade”, afirma.
Ezequias Soares Silva é pai do Douglas Estevam, uma das crianças de Tamarutaca que participaram do CD. Ele se sente orgulhoso em ver o filho de 10 anos gravando. “É um sentimento de felicidade de ver na carinha dele a disposição de ter que levar o projeto em frente. O projeto Sombra e Água Fresca está sendo fundamental na vida do Douglas”, disse emocionado.
A coordenadora do Distrito de Manaus e Roraima, Márcia Cardias, quer ser uma das multiplicadoras na Rema. “A visão é chegar e repassar o que está sendo exposto no encontro porque já temos cinco projetos em plena atividade”, disse.
Sara Flores é missionária da Junta de Ministérios Globais trabalhando no Equador e veio ao Brasil buscar aprendizado. “Temos 20 Igrejas no país e todas elas trabalham com crianças. Cinco delas tem programas específicos com as crianças. Uma média de 200 crianças por igreja. Queremos implementar os princípios do projeto no Equador”, garante a missionária.
O Rev. Luiz Carlos Ramos fez parte da produção artística do CD juntamente com as musicistas, Liséte Espíndola e Neuza Cézar. Ele comenta a importância do novo álbum.
“Embora algumas músicas não tenham a religiosidade explícita, elas podem ser cantadas dentro e fora da Igreja. Se uma escola quiser cantar, ela não vai ferir os princípios religiosos, no entanto estão rigorosamente dentro dos grandes princípios do Reino de Deus. E isso faz parte da grande Missão”, afirmou.
Durante o encontro foi disponibilizada a Coleção de DVD para a implantação do projeto. Para a Agente Nacional, Têca Greathouse, o encontro surpreendeu. “Principalmente pelo nível de compromisso dos participantes. Ficamos entusiasmadas, com a energia renovada, quando ouvimos a liderança da Igreja presente declarar o compromisso e respeito com o projeto”.
Reconhecimento - Várias lideranças da Igreja Metodista participaram da programação. O Presidente da Terceira Região Eclesiástica, bispo José Carlos Peres abriu o evento na noite do dia 1º de novembro. Para o Coordenador Nacional de Educação Cristã (Conec), Rev. Eber Borges, o Projeto tem cumprido o papel da educação na vida e missão da Igreja. “O importante é que o Sombra e Água Fresca une a educação cristã com o social. Às vezes na Igreja separamos cada ministério e na verdade todos eles precisam trabalhar em conjunto na mesma visão. A criança como alvo missionário é algo que precisa ser considerado”, disse.
O Colégio Episcopal foi representado pelo Secretário Executivo, bispo Stanley da Silva Moraes. “A importância desse material é que ele traz cânticos de crianças que tem a ver com a natureza, com os relacionamentos, solidariedade e a fraternidade”, disse. A Secretária para Vida e Missão da Igreja Metodista, Revda. Joana D’Arc Meireles, também participou do evento.
Sem fronteiras - O Projeto Sombra e Água Fresca tem ganhado força não só no Brasil, mas também no exterior. No mês de novembro a Agente Nacional do Projeto Sombra e Água Fresca, Têca Greathouse participou da 6ª Conferência Central da Igreja Metodista na Alemanha. “Há um interesse cada vez mais em conhecer o SAF. A Igreja brasileira já é uma referência nesta área”, disse Têca.
Integrantes da equipe nacional do projeto SAF também estiveram em Moçambique no final do mês de agosto. Dois encontros de capacitação e treinamento foram realizados para educadores e líderes. “Quase 60 participantes tiveram a oportunidade de trocar experiências, conhecer a estrutura, os fundamentos básicos e a metodologia do SAF brasileiro”, afirma Dulce Leia Sathler Balmant, assessora de educação cristã.