Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 28/02/2011
Professora da Fateo profere palestra sobre igualdade de gênero em reunião do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrej
A professora Magali do Nascimento Cunha participou da reunião do Comitê Central do CMI, que ocorreu de 16 a 22 de fevereiro. Na sessão denominada "Construindo Comunidades Justas para Homens e Mulheres", ela proferiu palestra sobre a igualdade da participação de homens e mulheres na Igreja e defendeu uma ação mais efetiva do CMI neste sentido. |
Leia abaixo matéria publicada pelo site britânico Ekklesia:
Mulheres ainda enfrentam igreja “patriarcal”
O Conselho Mundial de Igrejas precisa de uma “política de gênero” para assegurar a plena participação de mulheres na governança, nas posições de liderança e na representação, afirmou o Comitê Central, o principal órgão de governo da organização ecumênica, reunido em Genebra/Suíça. E “o compromisso de participação não pode ser reduzido a números”, afirmou a Dra. Magali do Nascimento Cunha, professora da Universidade Metodista de São Paulo, Brasil, em uma apresentação na reunião do Comitê. Isso também significa “as mulheres sendo capazes de falar, de liderar. Mulheres sendo respeitadas como parceiras; sendo vistas, ouvidas, com seus dons reconhecidos e valorizados”, disse Magali Cunha, no dia 19 de fevereiro.
Seu alerta refere-se à reunião anterior do Comitê Central, ocorrida em 2009, que abordou a falta de mulheres em posições de destaque nas igrejas. Na ocasião, as três mulheres, integrantes do corpo dos oito presidentes do CMI, advertiram que o organismo foi se afastando de um compromisso mais sério com a meta da igualdade da participação de homens e mulheres em suas estruturas. Esta meta foi firmada em 1981, depois de uma consulta internacional do CMI sobre a “Comunidade de Mulheres e Homens na Igreja”, no início daquele ano. “É mais do que números”, disse a Rev. Dra. Bernice Powell-Jackson, da Igreja Unida de Cristo, uma das três presidentes, na reunião de 2011. “A questão é como nós compartilharemos do poder e como nós compartilharemos da plenitude de Deus”.
O Conselho Mundial de Igrejas tem 349 igrejas-membros, principalmente Ortodoxas, Anglicanas e Protestantes. A Igreja Católica Romana não pertence ao CMI, mas tem membros em alguns de seus comitês.
O Rev. Gregor Henderson, ex-secretário geral e atual presidente da Igreja Unida da Austrália, destacou a ordenação de mulheres como um dos principais pontos de divisão entre igrejas. Enquanto muitas igrejas protestantes ordenam mulheres, ele disse, ainda não há sequer horizonte nesse sentido nas igrejas católicas e ortodoxas. Mas algumas igrejas protestantes acham mais fácil expressar o princípio da igualdade de gênero do que vivê-lo, disse Henderson. Dos 13 presidentes nacionais da Igreja Unida da Austrália desde sua formação em 1977, havia apenas uma mulher. “O patriarcalismo é extremamente resiliente”, ele disse. O Reverendo Aaro Rytkönen, um luterano finlandês, lembrou que os países nórdicos são vistos frequentemente como um modelo para a igualdade feminina. Mas enquanto dois terços dos novos pastores de sua igreja são mulheres, nenhuma das 21 congregações de Helsinki tem uma mulher como pastora titular.
Contudo, o arcebispo ortodoxo da Albania, Anastasios, alertou contra o fato de se criar “novas dificuldades” para as igrejas ortodoxas ao se enfatizar a ordenação de mulheres. “Nós temos um grande respeito e tolerância pelo que acontece em outras igrejas”, disse Anastasios, um dos oito presidentes do CMI. “Por favor, vejam com a mesma simpatia e tolerância o que acontece em nossas igrejas”.
A Dra Fulata Mbano-Moyo, uma teóloga presbiteriana de Malaui e executiva do programa do CMI para mulheres na igreja e sociedade, disse à Ekklesia que deveria haver um processo para examinar como as igrejas membros do CMI estão promovendo a “comunhão entre mulheres e homens”. Uma política de gênero, ela disse, seria “um importante instrumento de monitoramento e avaliação da participação de mulheres e homens” dentro do CMI, e ela pediu a criação de um grupo consultivo de gênero no organismo.
Em sua apresentação, Cunha destacou a importância da linguagem como um importante fator para a plena participação de mulheres e homens na igreja. “A maneira como nós falamos a respeito de Deus e como falamos com mulheres e homens e nos referimos a eles demonstra como entendemos o outro”, ela pontuou. “E isso não tem a ver apenas com a maneira de falar. Reflete-se, também, na linguagem do nosso corpo”. Nas reuniões da igreja, os olhos e ouvidos das pessoas freqüentemente voltam-se para a pessoa que está falando se aquela pessoa é um homem’, ela disse. “Se o microfone é ocupado por uma mulher, é tempo de tomar água, ir ao banheiro, escrever alguma coisa ou checar o computador”. “A linguagem do nosso corpo”, ela disse, “pode ser exclusivista”.
Fonte: Stephen Brown , jornalista e escritor sediado em Genebra, correspondente da Ekklesia no Comitê Central do CMI. http://www.ekklesia.co.uk/node/14178
Crédito da Foto: site do Conselho Mundial de Igrejas (http://www.oikoumene.org)
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