Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Profanando o nome do Senhor

 

Um dos maiores cuidados do povo de Deus, no passado, era o de evitar profanar o seu nome. Tomar o "nome de Deus" em vão era algo grave. Todos sabemos que no hebraico há várias expressões relativas ao nome de Deus. A mais significativa, que muitos afirmam como Yavéh (Javé), não se escrevia e nem se pronunciava, devido a sua santidade. Quando o Senhor se revela a Moisés ao lhe pronunciar os mandamentos, um deles afirmava: "Não tomar o nome de Deus em vão...".

Há muitas formas de atribuirmos significado a esse mandamento. Creio que podemos reentendê-lo hoje, vendo como um dos mandamentos mais afrontados e abertamente quebrados. No meio da religiosidade que vivemos, o nome de Deus é tomado "em vão" nas formas as mais diversas. Atribui-se a Deus natureza, significado, atos, promessas, coisas as mais diversas, muitas das quais negam a "essência do seu ser". Por exemplo: Atribuir-se ao Deus de amor, longânimo, como agente de uma morte é negar a natureza da graça amorosa divina.

Há muitos movimentos evangélicos e cristãos que têm atribuído a Deus certas designações, tornando-o agente de realizações contraditórias que contrariam ao Deus da graça amorosa e misericordiosa presente em Cristo. Muitos desses grupos têm procurado ser fiéis  à sua forma de ser, de crer e de fazer missão. Não deixam de ter certas motivações que consideram coerentes à sua posição. Não podemos nos tornar juízes deles e nem exigir-lhes interpretações que consideramos certas. Muitas pessoas têm sido alcançadas por diversos movimentos, mesmo que contrariem certos princípios, devido à longanimidade divina e ao seu grande  anseio em nos atrair para Si, manifestando em nós, na Igreja e na História a Sua Graça. Essa tendência de falar, motivar  e agir, de forma a difamar o nome de Deus (Sua Pessoa), muitas vezes  tem acontecido em nossa própria Igreja, devido à nossa falta de convicção, ao modismo, imediatismo, ao espírito competitivo entre  os evangélicos, às nossas frustrações. O que mais carecemos, nos dias atuais, é de "discernimento do Espírito". Esse discernimento, de certa forma, existe a partir da própria Palavra de Deus e da experiência histórica da Comunidade da Fé, mas vai além, pois nos leva a ver, contemplar, avaliar, interpretar e agir à luz da realidade da ação divina na História, na Igreja e em nossas vidas.

Cuidemos para que, em tudo  e por tudo, sejamos adoradores de Deus, fiel à Sua natureza, caráter e modo de ser sem, contudo, atribuir-Lhe atos e motivações que "tomam em vão o seu nome e o profanam". Seu nome é Santo, bem como acima disso, Sua Pessoa é Santa e diante dÊle  nossa única atitude é prostrar-nos perante Ele, adorando-O em espírito e em verdade, como disse o Senhor Jesus à mulher Samaritana.

Bispo Nelson Luiz Campos Leite.


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