Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
preciso jejuar
Preciso jejuar...
Preciso jejuar? principalmente de palavras, pensamentos e impressões?
Acredito que devo me abster de alguns anseios? existem desejos complexos demais para serem esperados? ou necessitam de espaço cronológico para se formar por completo.
Tenho que economizar? preciso ser econômico? até de sorrisos, que tristeza? de sentimentos? é melhor não sentir certas coisas? existem benefícios em não realizar alguns tipos de vontade.
Espreitar? necessito aprender que a espreita nem sempre se relaciona com algo mal? há também possibilidade de mirar com paciência coisas boas, sonhos bons? horizontes de terras prometidas, desejadas?
Devo me esquivar do que me decepciona, do que me tira a paz? encontrar atalhos que me façam fugitivo das mazelas que sempre estão diante de mim? minhas e de outros? devo descobrir caminhos que me levem para longe delas? à segurança, à tranqüilidade? que me tragam prazer e contentamento?
Tenho que jejuar? sentir minha fraqueza, minha pouca autonomia, meu pouco poder? sentir-me só entre pessoas, inseguro em calmarias, carente no aconchego, escasso na fartura? conscientizar-me de minha humanidade, lembrar-me do pó que sou.
Preciso do silêncio, entender que na quietude existe ensino, que quando me calo, sou mais ouvido, que quando espero sou mais atendido? há um tempo certo de todas as coisas!
Devo perceber que não ter o que dizer diante de certas atitudes, pode ser bênção? dando-me chance de ponderar, repensar, absorver, esclarecer? pausas santas? educadoras, condutoras de amadurecimento!
Preciso jejuar?
O jejum me dá incertezas, medo, indisposição? ele ameaça e desestabiliza? leva-me ao encontro de meus temores e me ajuda a aprender que quando sou fraco é que sou forte? que desnutrido, posso ser alimentado e, abstinente, abastecido?
Dessa abnegação é que preciso? porque nela encontrarei certezas que as certezas que construí no decorrer do tempo, não me dão? na evidência da morte, é possível encontrar vida, assim, como na entrega, ganho.
Eu preciso vencer minhas tentações mais íntimas, minhas pretensões, meus gostos, preferências e ilusões, para tornar-me sábio, ciente do quão pequenino sou e quão indefeso diante de mim mesmo.
Que Deus tenha piedade de mim? ensinando-me a privar-me de quem sou, para que em minha renúncia, haja espaço suficiente para surgir quem devo ser?
Que Ele me alimente com o Pão do Céu e me dê forças para jejuar? para me esvaziar de meus temores e desejos, nutrido, enfim, somente, exclusivamente, simplesmente, pela Graça que um dia me alcançou.
Rev. Nilson.
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Recolhimento
Fecho minhas portas para balanço.
Recolho minha alma para cálculos imprecisos.
O que perdi, o que lucrei,o que sonhei?
Perdi noites preciosas, ansiosas, temerosas?
Lucrei rancores, decepções, mal entendidos, amores, amigos? gatos?
Sonhei.
Sonhei sonhos que se cumpriram, outros não, outros talvez?
Portas fechadas.
Não são portas fechadas por covardia. São portas que ao se fecharem abrem horizontes dentro de mim?
Contabilizo pessoas, gestos, omissões? muitas vezes minhas?
Percebo coisas que poderiam ter sido diferentes? mas não foram.
Situaçóes que tomaram rumos que não desejei?
Compliquei muita coisa.
Nem sempre tive olhos para ver, ouvidos para ouvir, paciência para aguardar.
No final das contas, calculo juros e comprometo-me com o que devo? mais confiança?. esperança?
mais empenho, abrir as portas pro novo, de novo?
Márcia Regina
Mais textos do casal no blog: www.revnilsonjr.wordpress.com