Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

Pastoral do Colégio Episcopal sobre Homossexualismo

Uma Orientação Pastoral

São Paulo, abril de 2000.

Introdução

 

Por que esta orientação pastoral sobre o tema do Homossexualismo?

 

 

A cada dia cresce a visibilidade do tema homossexualismo como realidade que sempre existiu. Na Igreja ele tem sido tratado como tabu, especialmente nos momentos quando ela se depara com um caso de homossexualismo.

 

 

Na sociedade em geral o assunto é tratado cada vez com mais naturalidade, o lema é cada um na sua, a imprensa noticia casamento de homossexuais com destaque.As novelas exploram o tema, mulheres lésbicas tomam-se verdadeiras heroínas, e são consideradas vítimas incompreendidas. Há afirmações e provas científicas buscando afirmar que não se trata de uma preferência sexual, resultado de escolha, mas que o homossexualismo é uma tendência natural irreversível, orgânica mesmo, enfim uma forma de sexualidade tão natural como a sexualidade entre homem e mulher.

 

 

Que tipo de vida a sociedade contemporânea tem proposto e produzido?Esta pergunta é respondida a cada dia pelos jornais, revistas, rádio e televisão.O quadro apresentado é desolador, aumenta as conquistas científicas e aumenta a miséria e a violência.Fala-se de paz, mas continuam sendo gastos milhões em armamentos.Por tudo isso é que percebemos a ausência de condições da nossa sociedade em ditar normas no campo da moral.Um mundo guiado somente pelo saber humano não tem condições de produzir justiça e felicidade, caminha, sim, para a morte.Por isso não podemos aceitar o homossexualismo como uma expressão natural e normal de sexualidade, porque uma resposta apenas científica não é suficiente para determinar nossa posição.

 

 

Diante disso é que nos propomos a responder as perguntas de forma precisa: A Bíblia fala sobre homossexualismo? O homossexualismo é uma expressão correta, desde a perspectiva cristã, de prática da sexualidade?Enfim, a prática do homossexualismo é pecado?Por quê devemos responder a tais questões?Esta carta tem o objetivo de introduzir algumas orientações e oferecer a posição bíblico- teológico e pastoral da Igreja Metodista sobre o assunto.

O que diz a Bíblia sobre o assunto?

 

Consideraremos alguns textos bíblicos que abordam o assunto

O primeiro texto que devemos considerar é Gênesis 18.20 e 19.1-11. Nestes textos fica claro a prática do homossexualismo como um dos símbolos das abominações, com as quais Deus não aprova e nem se agrada.Tal registro consta nas notas da Bíblia de Jerusalém (uma Bíblia de estudos) sobre o mesmo texto.O relato mostra o resultado da maravilhosa experiência de encontro com Deus vivida por Abraão, no capítulo 18, no qual Deus anuncia a destruição de Sodoma e Gomorra por causa do seu pecado.Abraão, pensando em seu sobrinho Ló, que vivia em Sodoma, pergunta: "Se houver na cidade 50 justos ainda assim o Senhor destruirá?" A resposta foi que não, até quando se diminui para dez justos, o que, segundo os estudiosos, seria o número dos membros da família de Jó.O símbolo de todos os pecados cometidos pelos moradores de Sodoma é ilustrado na tentativa deles de terem relações sexuais com os mensageiros de Deus que estavam abrigados na casa de Ló, e se trata de prática homossexual, porque rejeitam a proposta de Ló, que tentando proteger seus hóspedes oferece a turba de homens às suas filhas, o que é rejeitado.

 

Ainda no Antigo Testamento (Levítico 18.22), encontra-se uma instrução legal, na forma de mandamento: "Com o macho (zakbar) não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação".Na seqüência, no capítulo 20.13 é dada a condenação a morte aos que praticarem o homossexualismo.

 

Finalmente, no Novo Testamento a linguagem não permite qualquer dúvida.Romanos I.26-27 classifica o homossexualismo, tão comum entre gregos e romanos, como paixões infames, diz no final que são passíveis de morte os que tais cousas praticam (Rm I.32), ou ainda, instruindo a igreja em Corinto Paulo adverte: "ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus?Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros nem efeminados, nem sodomitas..." (I Co 6.9).

 

Alguns alegam que Jesus nada disse sobre o homossexualismo. É verdade!Mas Jesus disse sobre a lei judaica, conforme apresenta Levítico e tantos outros textos.Ele disse: "Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra". (Mt 5.17-18).

Conclusão

Orientações Pastorais: Com base nestas reflexões bíblicas como devemos agir?

 

a) Primeiramente, vale a frase, nós abominamos o pecado, mas devemos exercer amor semelhante ao de Jesus, para com todos os pecadores.Sobre hipótese alguma devemos ter uma atitude preconceituosa e discriminatória em relação aos homossexuais.São pessoas carentes de respeito e amor;

 

b) Não devemos considerar os homossexuais mais pecadores do que alguns que estão dentro da igreja, que são mentirosos, maldizentes, injustos, como bem classificou o Apóstolo Paulo (I Co 6.9-10). A Igreja tem a tendência de considerar um/a adúltero/a um/a pecador/a mais aceitável do que um homossexual;

 

c) Por outro lado, não devemos deixar de dizer ao pecador, seja ele um homossexual ou não: " ... porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.23), abordando a graça de Deus para com todos/as os/as pecadores/as;

 

Finalmente, o homossexual é, em muitos casos, uma tendência de ordem orgânica e/ou emocional, também, e como tal deve ser considerada.Ter homossexualidade não é pecado em si mesmo, o pecado é a prática desta tendência.A Igreja pode e deve contribuir para a reversão desta tendência da homossexualidade, por ser ela contrária ao padrão bíblico cristão da moral.

Estas são as nossas preocupações e orientações pastorais como Bispos da Igreja Metodista, as quais repartimos com a Igreja para auxiliar na caminhada missionária.Orando por todos vós.

Os Bispos da Igreja (abril de 2000):

Paulo Tarso de Oliveira Lockmann

Rozalino Domingos

 

Adolfo Evaristo de Souza

Josué Adam Lazier

João Alves de Oliveira Filho

João Carlos Lopes

Adriel de Souza Maia

David Ponciano Dias

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VEJA TAMBÉM: Pronunciamento do Colégio Episcopal sobre lei que criminaliza manifestação sobre homossexualismo.

 


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