Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

pastor aposentado

Propostas que definiam limites foram rejeitadas no Concílio Geral

(Reportagem extraída do jornal Expositor Cristão. Leia, assine e divulgue em sua Igreja!)

Dia 12 de novembro foi o Dia do Pastor Aposentado e muitas igrejas metodistas fizeram cultos de ações de graças. Mas é preciso reconhecer que a aposentadoria não é uma condição recebida com alegre expectativa por nossos pastores e pastoras. Duas propostas que impunham limites de idade - uma para ingresso na ordem presbiteral e outra que estipulava aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade - foram rejeitadas pelo 18º Concílio. O texto de uma delas sugeria: "Idade limite de ingresso para servir à Igreja, com recomendação e bolsa de estudos, 35 anos na Faculdade de Teologia, 45 anos para ingresso na ordem presbiteral, e 70 anos para aposentadoria compulsória". Outra das propostas apenas determinava que se instituísse aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade, a partir. Após esse período, a pessoa passaria à categoria de pastor(a) jubilado(a).

As duas propostas, ambas rejeitadas, suscitaram discussões acaloradas antes da votação. A aposentadoria compulsória foi considerado como "castigo" por alguns irmãos(ãs) e até mesmo como decisão discriminatória, contrária ao Estatuto do Idoso.O termo "jubilado(a)" foi igualmente criticado pois, no meio acadêmico, indica expulsão do quadro discente. Outros participantes afirmaram que a aposentadoria não seria uma decisão de exclusão, mas o reconhecimento pelo trabalho realizado e o privilégio do descanso. Essa proposta de aposentadoria foi a primeira a ser derrubada. Logo em seguida, debateu-se a idade limite para ingresso na ordem presbiteral: 35 anos para o aluno receber bolsa de estudos da Igreja e 45 anos para o ingresso na ordem.

Vocação tardia

Nas discussões prévias, a questão da "vocação tardia" dividiu as opiniões. Para algumas pessoas, a vocação tardia tem sido usada como justificativa para pessoas que buscam na Igreja uma alternativa profissional e um subsídio alternativo, diante do atual quadro de instabilidade no mercado de trabalho. Outras entenderam que a Igreja estava desprestigiando a vocação e tentando limitar a ação divina. "Podemos definir até que idade um pecador pode se converter ou uma pessoa atender ao chamado de Deus? Por essa proposta, Noé não teria construído a arca, Abraão não seria o Pai da Fé e Moisés não teria libertado o povo do Egito", defendeu o delegado Márcio Aurélio, pastor da 5ª Região Eclesiástica, arrancando aplausos da plenária. A resposta veio rápida, pelo pastorMarcos Antônio Julião, delegado clérigo da 3ª RE. "Moisés não era presbítero!" Ele justificou: "Estamos discutindo apenas critérios para concessão de bolsa de estudo. Vamos dar bolsa para todo mundo? Precisamos nos pautar por princípio, não por emoção". Mais aplausos.

Um representante da terceira região, a autora da proposta, sugeriu que se votasse apenas a questão do limite de idade para concessão de bolsa de estudo. Nesse caso, a região retiraria a parte do texto que limita a idade para 45 anos. Em vista do avançado da hora, essa alteração não foi aceita. A proposta foi à votação da maneira que estava e foi derrubada pela plenária.

Eis que o semeador saiu a semear... e uma parte caiu em terra boa e frutificou (ilustração de Cerezo Barredo)

"Pastores aposentados não têm voz na Igreja"

Para o Rev. Tárcis Prado, pastor da Igreja Metodista do Itaim Bibi, São Paulo, entrevistado antes do Concílio pelo Expositor, a aposentadoria tem sido, para muitos pastores e pastoras, um momento traumático. Tárcis, que também é psicólogo, destaca que é necessário "melhorar a auto-estima do pastor aposentado", começando por valorizar a sua contribuição na igreja local. Ele destaca que o pastor aposentado não pode ser membro da própria igreja que freqüenta, pois continua vinculado à sede regional. Portanto, não tem direito a assumir nenhum cargo e nem mesmo votar nos concílios locais da Igreja. "Já tive um colega que estava com a idéia de entregar as credenciais e voltar a ser leigo para poder participar de forma mais atuante na Igreja", conta ele.

O Rev. Tárcis, que está completando quatro décadas de ministério, já é aposentado pelo INSS e poderia ter pedido sua aposentadoria pela Igreja quando completou 35 anos de trabalho pastoral. Contudo, a Igreja não remunera seus pastores (as) aposentados(as) e os recursos do INSS seriam insuficientes para sustentar a família e os filhos ainda completando seus estudos. Essa é uma situação comum a vários pastores e pastoras e não tem solução fácil. Mas, como comunidade de fé, a Igreja é chamada a "levar as cargas uns dos outros" (Gálatas 6.2). Unida, ela poderá encontrar caminhos que valorizem .

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