Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

Palavra Episcopal maio 2007

 

Bispo Adolfo Evaristo de Souza, Bispo da Região Missionária da Amazônia - REMA

"O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora,a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa." - I Jo. 1.1-4.

O texto bíblico em destaque reflete a compreensão de João, o evangelista, sobre o ser cristão, ou seja, uma pessoa que se torna discípula e testemunha da vida manifesta em Jesus de Nazaré, e no Cristo ressurreto, presente pela ação do Espírito Santo; portanto, a vida eterna.

Desta relação bem estabelecida é gerada uma comunhão: verdade, paz, harmonia, amor, perdão, segurança, justiça, missão; tanto numa perspectiva vertical como na horizontal, provendo a verdadeira felicidade.

O ser = pessoa é o responsável por alcançar este nível de fé, refletindo assim o que acima se descreveu, a unidade do Reino de Deus, sabendo de antemão que as incoerências individuais maculam o testemunho institucional, impedindo-a de demonstrar a justiça em toda a sua pureza, como podemos ver lendo as sete cartas às Igrejas (Apocalipse 2 e 3).

Wesley seguiu este caminho e após 53 anos de ministério frutífero partiu desta terra para a igreja triunfante e perfeita em 02 de março de 1791 dizendo: "O melhor de tudo é que Deus está conosco".

Portanto, espalhar a Santidade Bíblica é uma prerrogativa pessoal que é enriquecida pela comunhão dos fiéis, provocando a reforma constante da instituição e, por contrapartida, da nação.

O XVIII Concílio Geral, recém concluído, tomou decisões consentâneas com a nossa missão histórica ao priorizar a fidelidade vocacional, por meio do Plano Nacional Missionário, pois respondeu à declaração do Plano para a Vida e Missão, aprovado no XIII Concílio Geral de 1982, quando dizia que "o metodismo brasileiro está saindo da profunda crise de identidade que abalou nossa igreja, após a primeira metade da década de sessenta" PVIM 1982 (grifo meu).

Aqueles e aquelas que conhecem a nossa história recente podem perceber que a questão da IDENTIDADE não estava resolvida.

Tal esforço provocou uma reação enérgica ao ecumenismo institucional e as conveniências, de décadas, de metodistas com a maçonaria e muitos ainda estão procurando entender o que aconteceu.

Isto posto, pede-se um novo tempo para trabalhar o que o Plano para a Vida e Missão (que completou 50 anos no dia 25 de março pp.) projetou, agora sob a égide da Fidelidade Vocacional, num contraponto ao relativismo filosófico e teológico do humanismo globalizador.

Estou certo de que todos e todas somos devedores a Deus Pai e o seu plano de redenção de toda a humanidade, por meio do Seu Filho e na perspectiva de um novo céu e uma nova terra, onde habita a justiça, pois o veremos novamente, assim como da terra foi tirado.

Os sinais da nossa degradação terrena têm vindo à tona com muita força; até os incrédulos enxergam e começam a tremer e a trabalhar o nosso meio ambiente na perspectiva de salvar o planeta.

As muitas igrejas expressam incoerências de testemunhos e confusão de princípios e proclamam muitos sonidos incertos, o que também não é diferente dentre muitos militantes do ecumenismo que pensam que a paz somente acontecerá por meio do ecumenismo; ledo engano! Não por minhas convicções pessoais, mas em decorrência do testemunho bíblico da parúsia (segunda vinda de Jesus Cristo à terra).

A Santidade Bíblica, profundamente refletida, entendida e praticada, ainda é a que pode sustentar outros movimentos que têm surgido no decorrer dos séculos, inclusive o movimento ecumênico que surgiu no arraial metodista com interação de presbiterianos, luteranos, anglicanos e batistas.

A justiça do Reino de Deus não pode estar dissociada do caráter e da vida ressurreta de Cristo Jesus, pois sem esta base o senso de justiça sempre será falso, não se sustentará, e de nossa parte, enquanto Movimento de Santidade, é verdade histórica que o movimento sempre se firmou por meio de Concílios = Conferências; a de 1744 na Inglaterra; a de 1784 nos Estados Unidos e nós brasileiros passamos a valorizar mais nossos Concílios a partir da década de 70.

Em suma, metodismo continua a ser movimento onde cada testemunha, seja homem ou mulher, exerce papéis importantes, formados na premissa paulina de que o "homem espiritual tem a mente de Cristo".

Portanto, decisões conciliares devem ser acatadas com temor e tremor, diante de Deus e diante dos homens e mulheres.

Que se permita um novo tempo ao metodismo brasileiro, a fim de que possamos fazer diferença em prestar uma colaboração justa pela salvação de almas e pelo bem estar do nosso país.

Jesus Cristo é o Senhor!


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