Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Palavra Episcopal Agosto 2010

Porque sigo sonhando?

 

Bispo Paulo Lockmann
Bispo da 1ª Região Eclesiástica

1) Porque, por sonhos, Deus, também, nos fala.

Na maioria das vezes, os sonhos são alvos que visam a exaltar a nós mesmos, ou obter bens e vantagens pessoais.
Meu sonho é ver a Igreja Metodista ganhando vidas para Cristo; nossa meta é alcançar um milhão de vidas para Cristo no Estado do Rio de Janeiro, e estou convencido de que é possível.
Afinal, a população de nosso Estado é de cerca de dezesseis milhões de pessoas.

A maioria das pesquisas em nosso estado constata que grande parte das pessoas tidas como cristãs, católicas e até mesmo alguns evangélicos, são somente nominais, não estão integrados a uma igreja, e nem apresentam um testemunho cristão, ou seja, no estado do Rio de Janeiro há pelo menos 10 milhões de pessoas que não nasceram de novo em Cristo, e não o servem, e necessitam serem salvas e conhecer a Cristo como Senhor e Salvador, e tornarem-se seus discípulos/as, em santidade de vida.
Portanto, pensar em ganhar um milhão de vidas para Cristo, não é um absurdo. O metodismo nos Estados Unidos alcançou muito mais do que isto. Na Coréia já são um milhão e seiscentos mil, numa população quatro vezes menor que a nossa. Isto sem falar da África, onde nossa Igreja cresceu e segue crescendo.
Sim, estou convencido de que a ordem de Jesus: “Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações...” (Mt 28.19) continua verdadeira; creio nela, e mais: creio que Deus está disposto a abençoar aqueles que a levam a sério, e estão dispostos a gastar sua vida nessa tarefa. Eu estou! E espero que cada pastor/pastora, cada membro da Igreja Metodista também esteja.
    
2) Quando Deus faz possíveis os nossos impossíveis.

Comecemos a nos surpreender com os aparentes impossíveis na natureza humana. Augusto Cury, no seu livro Nunca desista dos seus sonhos, conta uma história conhecida, mas que vale a pena ser lembrada: “Nada é mais grave para um músico do que perder a audição. Beethoven, um dos gênios da música, perdeu-a depois de ter feito belas composições. Os recursos médicos ineficazes o levaram a uma profunda crise psíquica. Seus pensamentos agitaram-se como ondas rebeldes, sua emoção tornou-se um céu sem estrelas. Não havia flores nos solos da vida. Perdeu o encanto pela existência. Deixar de ouvir e compor músicas era tirar o chão de Beethoven. Cogitou, assim, do suicídio. Mas algo aconteceu: Quando todos pensavam que seus sonhos tinham sido sepultados pelo inquietante silêncio da surdez, surgiram, sorrateiramente, os mais espetaculares sonhos no árido solo da sua emoção. Ante sua condição miserável, ele decidiu superá-la. Ou Beethoven se calaria diante da surdez ou lutaria contra ela, e faria o que ninguém jamais fez: produzir músicas, apesar de não ouvi-las. No entanto, apesar de surdo, ele aprendeu a ouvir o inaudível, aprendeu a ouvir com o coração. Não desistiu da vida; ao contrário, exaltou-a. Os sonhos venceram. O mundo ganhou. Com indescritível sensibilidade, Beethoven compôs belíssimas músicas após a surdez. Entre outras atitudes, ouvia as vibrações das notas no solo.”
     Pense bem, quer algo mais extraordinário do que um surdo compor melodias sublimes, as quais ele mesmo não podia ouvi-las?
     Se Deus estiver dirigindo nossa vida, o que pode acontecer? Para começar, ouçam o que Jesus disse sobre o meu e o seu potencial, se estivermos em suas mãos: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (Jo 14.12).

3) Vencendo a Incredulidade

Já que falamos de um surdo, que tal lembrarmos de um gago? É isso mesmo, Moisés! Ele era um homem de baixa estima; ele mesmo disse: “Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua.” (Ex 4.10). E, em seguida, o que Deus lhe respondeu? “Respondeu-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.” (Ex 4.11-12). Quantos impossíveis dos homens foram vencidos por Moisés? E lembremos que, muitas vezes, o povo inteiro se colocava contra ele; aparentemente, não havia solução. Mas, em todas as vezes, Deus o abençoou e o livrou, e lhe deu vitória!
Mas, para encerrar, desejo deixar um testemunho de Jesus: “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados – disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa assim!” (Mc 2. 10-12).
Que tal, vamos prosseguir com fé; nossa nação espera por um povo forte, santo, verdadeiros discípulos/as de Jesus, prontos para crer no Deus que traz à existência as coisas que não existem. Assim é que os impossíveis aos homens tornam-se os possíveis de Deus, pois, como Paulo, confessamos: “Tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4.13). É Ele quem realiza em nós o seu propósito, e este é que: “... se dobre todo joelho, nos céus, na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Fp 2.10-11).

Bispo Paulo Lockmann
Bispo da 1ª Região Eclesiástica


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