Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

Palavra Episcopal agosto 2006

 

 Adolfo Evaristo de Souza, Bispo do CMA (Campo Missionário da Amazônia)

"Revelação de Jesus Cristo, que Deus (Pai) lhe deu para mostrar aos seus servos (filhos) as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando, por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo (filho) João" Apocalipse 1.1.

Permitam-me dar à palavra servo o significado de filho, já que o Senhor Jesus, filho unigênito do Pai é, no linguajar profético, o Servo do Senhor.

Nesta pastoral me proponho a fazer uma introdução ao Apocalipse mostrando o propósito do Pai eterno em reivindicar dos seus filhos e filhas a sua santidade, a fim de testemunhar a alegria e esperança do serviço a Ele e ao mundo.

Cabe a cada um de nós, no tempo da nossa peregrinação, aceitar o desafio terrível em ser testemunha. Perdoem-me por uma exposição muito pessoal.

Assim, tendo em vista a nossa caminhada em direção às revelações contidas no livro de Apocalipse de João, quero declarar que, sendo eu um cristão metodista comprometido com o Senhor e inserido em uma denominação, o resultado das minhas descobertas sobre este livro trazem sinais do meu envolvimento como um dos intercessores do movimento de santidade iniciado por João Wesley no século XVIII, na Inglaterra.

Deus deu a João Wesley uma visão em sua Palavra e na fidelidade da sua vida foi gerada a Igreja Metodista. Portanto, considero?me um estudioso interessado em entender os pensamentos do Senhor a respeito da nossa caminhada nestes 267 anos de vida ministerial, dentre os quais eu já cumpri 37 anos.

Estes parágrafos servem para exprimir que, ao ver o livro de Apocalipse, eu o vejo de uma ótica cristã metodista, o que sem duvida difere de outros servos de Deus que têm escrito sobre o mesmo tema. No entanto, entendo que os núcleos das verdades contidas no livro permanecem intocáveis e perceptíveis, ou seja, a vitória do Reino de Deus sobre os reinos deste mundo. Entendo também que o livro expressa o que está em toda a Bíblia: "A reivindicação da Santidade de Deus em meio ao pecado e à morte".

O estudo do livro de João não pode ser visto sem se levar em consideração todo o Antigo Testamento e, em particular, as mensagens apocalípticas de Isaías, Ezequiel, Joel, Zacarias e, principalmente, Daniel.

No livro de Daniel é onde se tem as visões dos reinos deste mundo. No capítulo 2 Deus usa o Rei Nabucodonosor dando?lhe um sonho que cai no esquecimento. Por esta razão, Daniel é envolvido e levado a revelar o sonho e dar?lhe interpretação.

Neste sonho, o reino dos homens é descrito através da seqüência de Impérios Mundiais, nos quais a figura de um homem fornece a glória e o desvanecimento no decorrer dos séculos. A cabeça da estátua é de ouro; é o Império Babilônico do Rei Nabucodonosor; o peito é de prata, representando o Império Medo Persa ainda do tempo de Daniel; o ventre e os quadris, de bronze, representando o terceiro reino, ou seja, da Grécia. O quarto reino, as pernas de ferro, representando o Império Romano do tempo de Cristo e que tendo duas pernas divide-se nos primeiros séculos da nossa era em Oriente e Ocidente. Os pés e artelhos representam uma confederação de Nações a manifestar no futuro a posição antagônica de poder e de fraqueza, pois tenta?se unir ferro com barro. O ferro expressa o poder do intelecto, enquanto que o barro, a fraqueza moral dos homens; juntos, a mente orgulhosa e a imoralidade da natureza humana levam os reinos deste mundo ao caos. Neste contexto proclama Daniel, 2:44. "Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo substituirá para sempre".

Dentro da história dos homens, o Império Romano (as pernas de ferro) se divide sob o reinado do Imperador Teodósio no ano de 395 AD em Ocidente (Roma) e Oriente (Constantinopla). A partir daí surgem as nações da Europa até que, em 1960, pelo Tratado de Roma, se dá início ao período dos pés (ferro e barro), período este em gestação no projeto da "nova ordem mundial", na qual o Mercado Comum Europeu (capital Roma) é o cabeça. Vê?se que o neoliberalismo está em rápido crescimento. Crê?se que estamos muito próximos da consumação das visões apocalípticas.

Através das visões de Daniel, Israel, como povo de Deus, será a cabeça dos reinos sobre a terra. No entanto, no capítulo 12, o Senhor segreda a Daniel que os sábios é que terão entendimento de todas as cousas. Tais sábios são os cristãos, homens e mulheres comprados pelo sangue derramado na cruz do calvário e cheios do Espírito Santo.

Se analisarmos o texto de Isaias 52:13 e 53:10-11 veremos que a Igreja cristã é constituída pelas testemunhas da ressurreição do Senhor Jesus e que os 2006 anos já decorridos são "o prolongamento do seus dias". Assim sendo, o mundo atual vive os dias do Senhor Jesus (calendário cristão). As Instituições ou denominações nada mais são do que acidentes de percurso obrigatórios por estarmos vivendo no reino do mundo, com todas as suas exigências jurídicas.

Esta posição precedente nos prepara para a compreensão do livro de Apocalipse. O Senhor fala ao seu povo peregrino sobre a terra que em contingência às lutas espirituais (carne, mundo, diabo) sofrem?se desvios na rota celestial. A mensagem do livro ampara aos que estão firmes, mesmo sob sofrimento, bem como exorta aos que se desviam, por ignorância ou malignidade, desde o ano 33 até a sua 2ª vinda.

"E a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos" Is. 53:10c. Eis aqui a razão para que nos debrucemos sobre o livro de Apocalipse. Pois o estudo do livro não deve nos servir para especulações e polêmicas, mas para tornarmo-nos verdadeiras testemunhas do Cristo ressurreto.

Jesus Cristo é o Senhor!


Posts relacionados

Geral, por Redação Metodista

Em oração | 26.08.2022

Com o objetivo de mobilizar pessoas a orarem semanalmente e diariamente pelos propósitos selecionados pela área nacional da Igreja Metodista, te convidamos a participar da campanha EM ORAÇÃO. O versículo que conduz a campanha lembra a importância da oração para fazer qualquer coisa: ...porque sem mim nada podeis fazer. (João 15:5b).

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães