Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Os Santos de Jesus e a Nova Babilônica
Os Santos de Jesus e a Nova Babilônia
Apocalipse 18:2 – “Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável”.
Babilônia sempre foi símbolo bíblico da presença dominadora e opressora contra o povo de Deus. O Apocalipse do Novo Testamento remete a Babilônia descrita no Antigo Testamento para referenciar o perseguidor do povo cristão. Estudiosos e Teólogos identificam o Império Romano como a Babilônia do texto de Apocalipse.
Babilônia sempre foi associada a grande poder e riqueza, a uma busca insaciável de posse e força. Fazendo uma análise teológica e contextualizada a respeito da “grande Babilônia” seria leviano e errôneo apontar algum império ou nação dos dias atuais como uma possível Babilônia, até mesmo, pelo fato de que Apocalipse é um livro recheado de símbolos enigmáticos e cumpre o papel de alavancar a esperança dos cristãos perseguidos pelo Grande Império Romano no final do I século. Qualquer interpretação literal do texto nos levaria a equívocos a respeito do mesmo. Mas como muitos se esforçam em retratar o Apocalipse de João nos dias de hoje, gostaria de, também, dar minha contribuição. Partindo do pressuposto de que Babilônia é o símbolo bíblico para opressão e corrupção, que o autor de Apocalipse a chama de a grande meretriz, podemos identificar não uma nação, nem uma grande religião, mas uma tendência de comportamento que leva a aberrações em campos da vida de uma forma geral: político, social e religioso. Babilônia é a sede de poder, de vencer sempre, de guerrear, de humilhar, de ter inimigos, é a ânsia por batalhas, ou seja, Babilônia é o perfil de Conquistador. Isto cabe não apenas num âmbito político, mas a qualquer esfera da vida. A Babilônia-Conquistadora é o espírito de quem não sabe viver em paz, de quem busca a qualquer preço arrebanhar números... Não se importa com a vida do outro e sim com sua reputação a ser mantida ou adquirida. Babilônia é o povo de guerra. Também, Babilônia é a nação opressora, aquela que faz do reducionismo cultural, religioso e social, uma arma letal. Sua palavra é última é única, limitada em seus próprios conceitos. Todo opressor é vaidoso e gosta de humilhar o oprimido, gosta de mostrar a aparência arrogante e dominadora. Babilônia não abre espaço para o “povão”, tudo precisa aparentar “ouro”. Na “meretriz” Babilônia, as camadas sociais se dividem: os poderosos, os medianos e a “ralé”. Enquanto alguns jamais serão poderosos outros nunca serão “ralés”. A Babilônia é absolutista. Seu “deus” é escravo. Tem uma determinada tarefa a cumprir que é agradar seus devotos adoradores. É uma religião exclusivista, um “deus” limitado ativamente ao arraial de seus seguidores. Não caminha com pé no chão, flutua entre ilusões e devaneios...O “deus” da Babilônia é subornado, barganhado, rico e promete riquezas sem fim. Prosperidade é sua palavra de ordem. O povo, os escravos e servos são instrumentos somente para suas ações paternalistas de caridade. O “deus” da Babilônia é ídolo e não Deus. Mas Jesus em sua mensagem sobre Reino de Deus, nos apresenta o Deus Vivo e Verdadeiro. É Deus que ensina: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” (Rm 12.18) ou “Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam” (Tg 3.18), mas na Babilônia isso não é possível, pois querem guerra,..são guerreiros e não pacificadores e assim não podem ser chamados de Filhos de Deus (Mt. 5.8). O Deus de Jesus é de outra camada social “E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus”. (Lc 6.20) Mas na Babilônia somente os abastados são reverenciado com seus carros luxuosos, seus aviões particulares e seus cruzeiros de “loucos”. Em Jesus, Deus é Deus, não é um ídolo particular. É Deus de todo Universo, que não precisa matar para mostrar seu poder, nem punir a quem o rejeita... É nobre... É Amor. Não se vende e também não suborna. É Deus que olha e enxerga a Vida em sua plenitude, a vida não é estatística e nem viver uma estratégia cheia de artimanhas. Em Jesus aprendemos que Deus ensina que servir é melhor do que ser servido. Mas enquanto Babilônia estiver em pé, os santos estarão de joelhos. Babilônia caiu várias vezes... Sempre cai.
Rev. Antonio Carlos Soares dos Santos
I.M Açude II-Volta Redonda