Publicado por Sara de Paula em Colégio Episcopal - 24/05/2020
Orientação do Colégio Episcopal da Igreja Metodista
Orientação do Colégio Episcopal da Igreja Metodista
Graça e Paz amadas irmãs e irmãos!
O Colégio episcopal foi surpreendido recentemente com informações acerca de uma acusação de estupro feita contra um pastor metodista através das redes sociais. Com a publicação de um vídeo, uma mulher afirma ter sido vítima deste tipo de violência. Diante de toda mobilização gerada em torno do ocorrido é que nos dirigimos à Igreja.
Inicialmente, cumpre-nos informar que em casos como este, providências como a retirada de uma credencial pastoral só ocorre mediante o devido processo disciplinar, cujos trâmites seguem a legislação da Igreja e as orientações do bispo ou bispa da respectiva Região Eclesiástica, salvo dispositivo canônico quanto aos pastores e pastoras cedidos e cedidas para a área nacional.
O acompanhamento do caso vem sendo feito pelo respectivo bispo, estando o mesmo até o presente momento em mãos da Justiça Comum.
Assim, até que a autoridade judicial, que examina o caso, defina a culpa ou a inocência, é saudável que a Igreja aguarde e respeite os processos, para não incorrer em falhas que tragam dano a qualquer das partes envolvidas. É tempo de seguir as recomendações de Jesus em Mateus 18.15-19, reafirmadas em nossos dispositivos canônicos e nas normas de disciplina eclesiástica. A precipitação em expor publicamente os fatos relacionados ao processo em andamento, via mídias sociais, não ajuda. Pelo contrário, além de ir contra as orientações bíblicas, prejudica a investigação dos fatos, dentro e fora da Igreja.
Porém, cumpre a nós a tarefa de reafirmar, como uma igreja fundada nos princípios da graça, do amor, da justiça e da misericórdia de Deus, que o fato de respeitar tais processos jamais pode significar menos do que compromisso com a verdade, com o arrependimento, com a confissão e com a denúncia profética.
A luta contra a violência, incluindo a violência sexual que sofrem muitas mulheres, chegando até a morte, faz parte de nossa agenda cotidiana na busca de condições de dignidade, de proteção, de justiça e respeito à vida.
Assim, acompanharemos em oração, em escuta atenciosa e em espírito de contrição e arrependimento, para que o Espírito de Deus traga toda a verdade dos fatos e nos permita construir relações humanas, de afeto e acolhida, nos quais os direitos das mulheres sejam respeitados, a proteção das crianças seja garantida e novas formas de viver em Cristo tragam plena vida a homens e mulheres.
Convocamos a Igreja a orar por todas as partes envolvidas, clamando pela graça de Deus manifesta também na vida de familiares e comunidades de fé, bem como por estratégias na luta contra a violência e a exploração humanas.
São Paulo, 24 de maio de 2020
Bispo Luiz Vergilio Batista da Rosa – Presidente do Colégio Episcopal
Bispo José Carlos Peres – Vice-Presidente do Colégio Episcopal
Bispa Marisa de Freitas Ferreira – Secretária do Colégio Episcopal
Bispo Paulo Rangel dos Santos Gonçalves
Bispo Roberto Alves de Souza
Bispo Adonias Pereira do Lago
Bispo João Carlos Lopes
Bispo Emanuel Adriano Siqueira da Silva
Bispa Hideide Aparecida Gomes de Brito Torres
Bispo Fábio Gomes da Silva