Publicado por Sara de Paula em Geral, Pastoral do Combate ao Racismo - 08/11/2019
Não é normal, é racismo! - Mês da Consciência Negra
Em 20 de novembro acontece o Dia da Consciência Negra. A data tem origem na homenagem ao Zumbi dos Palmares, um pernambucano que nasceu livre, mas foi escravizado aos 6 anos de idade. Ele se tornou líder do Quilombo dos Palmares, e faleceu no dia 20 de novembro de 1695, mas seu nome se tornou símbolo de luta e resistência pela liberdade.
Esse ano, a Igreja Metodista e sua Pastoral Nacional de Combate ao Racismo apresentam a campanha "Não é normal, é racismo!", com dados e informações que passam muitas vezes como normais aos olhos de muitas pessoas. A ausência da criança negra na publicidade, a invisibilidade de autores/as negros/as no meio acadêmico e no mercado editorial e a violência que apresenta números de extermínio contra a população negra são alguns dos casos apresentados. Problematizar frases, afirmações, comentários e "piadas" racistas, são desafios também presentes na campanha.
Esses dados e a normatização deles, são problemas a serem enfrentados, e entendemos que, como igreja, precisamos nos posicionar. Assista abaixo a mensagem de Juliana Yade, pessoa de referência da Pastoral Nacional de Combate ao Racismo da Igreja Metodista. Você pode compartilhar o vídeo com a sua igreja e em suas redes sociais, e falar sobre a campanha com família e amigos/as, fazendo com que o debate tenha o maior alcance possível.
A Pastoral do Combate ao Racismo da Igreja Metodista convida todas as igrejas a promoverem rodas de conversa sobre o tema durante o mês de novembro, abordando os assuntos indicados nos conteúdos.
Confira abaixo alguns dos materiais produzidos pela Igreja Metodista para ajudar as comunidades de fé a se tornarem espaços de debate sobre o pecado do Racismo:
Mulheres negras sofrem mais feminicídios do que mulheres brancas. "Enquanto a taxa de homicídios de mulheres não negras teve crescimento de 4,5% entre 2007 e 2017, a taxa de homicídios de mulheres negras cresceu 29,9%. Em números absolutos a diferença é ainda mais brutal, já que entre não negras o crescimento é de 1,7% e entre mulheres negras de 60,5%. Considerando apenas o último ano disponível, a taxa de homicídios de mulheres não negras foi de 3,2 a cada 100 mil mulheres não negras, ao passo que entre as mulheres negras a taxa foi de 5,6 para cada 100 mil mulheres neste grupo." |
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Pessoas negras são mais vulneráveis ao assédio moral no ambiente de trabalho. "Os negros enfrentam dificuldade na progressão de carreira, na igualdade de salários e são os mais vulneráveis ao assédio moral no ambiente de trabalho, apesar da proteção constitucional contra o racismo e a discriminação. A avaliação é do Ministério Público do Trabalho (MPT). [...] A procuradora destacou que o percentual de negros na população brasileira é superior a 50%, embora o índice não se reflita em uma representação no ambiente de trabalho." |
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Invisibilidade de autoria negra no Mercado Editorial e Ambiente Acadêmico "O que salta aos olhos – mas não surpreende – é a falta de mulheres e homens negros tanto na posição de autores (2%) como na de personagens (6%). Mulheres negras aparecem como protagonistas em apenas seis ocasiões, e outras duas como narradoras das histórias. Mulheres brancas, por sua vez, ocuparam essas posições 136 e 44 vezes, respectivamente. Os autores vivem basicamente no Rio de Janeiro (33%), São Paulo (27%) e Rio Grande do Sul (9%)." |
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Dizer: "Não sou racista, até tenho amigos/as negros/as"... "Desde tenra idade, aprendemos ideias e atitudes racistas na família, na escola, na igreja, no grupo de amigos e outros círculos sociais. Por isso, nem sempre nos damos conta de o quanto o racismo se manifesta nas nossas conversas, brincadeiras, posturas, ações e decisões; e o quanto está presente nos discursos e ações institucionais." Carta Pastoral dos Bispos e Bispa Metodistas 2011 - RACISMO - Abrindo os olhos para ver e o coração para acolher. |
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A representação da infância através de crianças brancas na maioria das peças publicitárias... "A análise dos comerciais do canal infantil também mostrou uma tendência que prevalece na publicidade direcionada aos adultos: os personagens negros aparecem em maior quantidade quando as campanhas possuem mais de um protagonista (grupos de pessoas, por exemplo). Já nos comerciais que apostam em um único protagonista, a presença de negros e negras ainda é tímida." Meio e mensagem 2019 - sobre presquisa da agência de publicidade Heads. |
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75,5% das vítimas de homicídio no Brasil são negras, a maioria jovens entre 15 e 29 anos. "Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios foram indivíduos negros (definidos aqui como a soma de indivíduos pretos ou pardos, segundo a classificação do IBGE, utilizada também pelo SIM), sendo que a taxa de homicídios por 100 mil negros foi de 43,1, ao passo que a taxa de não negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 16,0. Ou seja, proporcionalmente às respectivas populações, para cada indivíduo não negro que sofreu homicídio em 2017, aproximadamente, 2,7 negros foram mortos." |
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