Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

Metodista investe em educação à distância

 Os judeus são conhecidos como "povo do Livro", graças ao valor que deram à palavra escrita na transmissão dos ensinamentos de Deus. Para eles, a Torá (o livro da Lei) não devia ficar restrita apenas ao espaço do templo. Uma maneira muito criativa de trazê-la ao cotidiano foi a adoção dos tefilin e da mezuzá. Os tefilin são duas pequenas caixas quadradas dentro das quais encontram-se, escritos em pergaminho, quatro parágrafos da Torá.  Conforme a orientação de Deuteronômio 6.6-9, eles são amarrados à testa e ao pulso logo ao despertar, para as orações matutinas. A mezuzá é uma caixinha de madeira, vidro ou metal, também contendo palavras da Bíblia, que se fixa aos batentes das portas nas casas judaicas. Costuma-se beijá-la quando se sai ou se entra em casa, tocando-a com as pontas dos dedos e, em seguida, apertando-os contra os lábios.


Os judeus ainda guardam a tradição mas, hoje, pode-se dispor também de outras tecnologias criativas para a educação religiosa. Nos últimos anos, a grande novidade são os cursos de educação à distância via Internet.  A Igreja Metodista, por meio de suas instituições de ensino, está investindo em projetos pioneiros para a capacitação de professores de ensino religioso e teólogos que moram no Brasil, ou no exterior.


No dia 27 de julho encerra-se o primeiro Curso de Formação de Professores para o Ensino Religioso, promovido pela Universidade Metodista, em parceria com o Cogeime, Coordenação Geral das Instituições Metodistas de Ensino. Ele foi organizado de forma semipresencial: iniciou-se, em agosto de 2005, com três dias de aulas ministradas na Umesp, em São Bernardo do Campo, SP. Depois, os alunos e alunas de várias partes do país prosseguiram os estudos pela Internet. Do primeiro módulo - oferecido a estudantes com formação em nível médio - participaram 67 pessoas. No segundo módulo - destinado a quem já possuía graduação em nível superior, foram 35 os inscritos. Didática, diretrizes e documentos da Igreja Metodista, filosofia, psicologia e história das religiões foram alguns dos temas abordados pelo curso, destinado a capacitar professores(as) e candidatos(as) à docência de ensino religioso nas escolas metodistas e outras instituições, atendendo a uma determinação do Ministério da Educação, que requer formação específica na área de ensino.


Além do cumprimento da exigência legal, o curso teve o mérito de possibilitar o intercâmbio e a união de professores(as) de Ensino Religioso de várias instituições metodistas. "Os(as) docentes passaram a se sentir parte de um grupo",  afirma a pastora Horizontina Mello Canfield, professora e tutora do curso. Ela explica que, atualmente, cada escola determina o seu planejamento de aula e o seu material didático. No futuro, a partir de uma reflexão dos próprios professores, será possível elaborar um material que, respeitando as diferenças regionais, defina balizas pedagógicas, com base em alguns documentos norteadores, como as "Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista".


Para a coordenadora do curso, a professora Débora Junker, a primeira experiência foi positiva: "ainda precisamos melhorar no aspecto estrutural e técnico, mas, de maneira geral, a participação foi boa. O curso trouxe alguns referenciais teóricos para a prática de ensino". Ainda não existe data prevista para a nova turma.  Mas a professora conta que várias pessoas - inclusive de outras denominações - já manifestaram interesse pelo curso.
  


Projeto África
A Internet também permitirá à Igreja colaborar na formação teológica de irmãos(ãs) que moram do outro lado do Atlântico. Uma parceria realizada entre a Universidade Metodista e a Junta Geral de Educação Superior e Ministérios da Igreja Metodista Unida (EUA) permitirá a elaboração de cursos à distância para países africanos de língua portuguesa, como Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. "Os primeiros beneficiados serão Angola e Moçambique, que terão acesso a dois cursos livres de oito semanas: formação teológica e formação de agentes de saúde" , informa o professor Luciano Sathler, diretor de Educação Continuada e à Distância da Universidade Metodista de São Paulo. As turmas começam em outubro deste ano. Para o segundo semestre de 2007, já estão previstos um curso graduação e vários outros cursos livres.

                                                                                                                                                                                        Suzel Tunes

Leia também:

Bispos africanos estudaram no Brasil

 

Parceiros do Projeto África. Em pé, da esquerda para a direita:Martin Dwomoh-Tweneboah, professor do Linfield College, EUA; Ken Bedell, secretário geral associado da Junta Geral de Educação Superior e Ministérios da Igreja Metodista Unida, EUA; Edilene de Oliveira P. Garcia, Anderson Nascimento e Paulo Bessa, da Umesp. Sentados: Wanda D. Bigham, secretária geral assistente da Junta Geral de Educação Superior; Luciano Sathler, diretor de Educação Continuada e à Distância, da Umesp, e  Ken Yamada, assistente especial da Junta Superior.  O professor Ken Yamada foi secretário geral da Junta de Educação Superior e Ministérios por 17 anos. Em reconhecimento a uma longa história de compromisso com a educação metodista nos Estados Unidos, América Latina e África, ele foi homenageado pelo Cogeime, em cerimônia realizada na Universidade Metodista de São Paulo, no dia 2 de junho de 2006.


 


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