Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Mensagem do Dia do Pastor bispo Josué Lazier
MENSAGEM RELATIVA AO DIA DO/A PASTOR/A
Recordar é trazer de volta ao coração e reviver com outra intensidade ou ressignificar as lembranças e memórias. O dia do/a pastor/a é propício para “re-cordar” ou “re-editar”; Alguém já disse: são tantas as lembranças... O profeta dizia: “quero trazer a memória o que pode me dar esperança” (Lm 3.21).
Neste dia (11/04), eu recordo com muito respeito, carinho e gratidão do falecido rev. Reinaldo Ferreira Leão Jr., que foi meu pastor quando eu era jovem. Este sim foi um pastor de ovelhas, a quem rendo minhas homenagens póstumas, embora tenha feito isto várias vezes em vida.
Além desta recordação, me vêm à memória as palavras de Jesus quando afirma categoricamente que o Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas (João 10.10-11) e que Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6). Ao falar assim, Jesus se coloca como o pastor que conduz suas ovelhas pelos caminhos seguros da vida e não se cansa de andar muitas milhas. Ele apresenta a verdade que liberta e que dá sentido à vida e indica o caminho para a vivência da vida plena e abundante. Estes dois textos de João são como planos de ação pastoral.
Recordo que a vara e o cajado do pastor me consolam em todos os momentos (Sl 23.1). O cajado tem quatro funções nas mãos do/a pastor/a cuidadoso/a:
a) ele/a utiliza o cajado para conduzir as ovelhas durante as jornadas por caminhos perigosos. O profeta Isaías usa esta figura do cajado quando o povo estava voltando do exílio para reconstruir a Cidade e o Templo de Jerusalém: “Como um pastor apascenta ele o seu rebanho... conduz carinhosamente as ovelhas que amamentam” (40.11).
b) o cajado é utilizado para que as ovelhas machucadas sejam trazidas até os braços do/a pastor/a ou para erguer aquelas que caíram. O profeta Isaías também utiliza este cuidado pastoral se referindo ao relacionamento de Deus com Seu povo: “carrega-os no seu regaço” (40.11).
c) com o cajado o/a pastor/a expulsa as feras que tentam se aproximar para matar suas ovelhas. O profeta Miquéias se utiliza desta figura para falar que o pastor defende, reúne, congrega e liberta suas ovelhas (Mq 2.12).
d) serve de apoio para os/as pastores/as nas suas longas jornadas de pastoreio, caminhada ao lado das ovelhas e para o descanso nas vigílias noturnas no aprisco das ovelhas.
Recordo que o profeta Ezequiel (Ez 34.1-6) foi duro em suas palavras dirigidas aos/às pastores/as que se apascentam a si mesmos/as e não socorrem as ovelhas machucadas, amedrontadas e desesperadas. Em função da falta do cuidado pastoral Deus diz que ele mesmo ia apascentar as ovelhas (Ez 34.12).
Recordo que Jesus falava que as ovelhas ouvem a voz do seu pastor ou pastora e a conhecem. Diferentemente com a voz dos/as lobos/as que se vestem de pastor/a. Conhecer a voz do/a pastor/a é fruto da convivência, do diálogo, da interação, do respeito e da dignidade, que caracterizam o relacionamento pastor/a e ovelha.
Recordo a parábola da ovelha perdida (Lc 15) que o pastor procurou durante muitas horas até encontrá-la machucada. Assim, na atitude do pastor da parábola fica evidente que a principal característica é a empatia. O/a pastor/a conhece a dor, os sentimentos e as emoções das ovelhas e tem a capacidade de lidar com todas elas, mesmo que tenha que vigiar em oração e em peregrinação por suas ovelhas. O texto da parábola da ovelha perdida se torna em paradigma para a atuação pastoral em todos os tempos, sobretudo em nossos dias.
Ao celebrar o dia do/a pastor/a recordo que há uma diferença enorme entre aprisco e curral. No aprisco os membros são tratados como ovelhas, no curral como gado.
Bispo Josué Adam Lazier
Outras reflexões sobre o dia do/a pastor/a
1. Dia do/a pastor/a
http://josue.lazier.blog.uol.com.br/arch2008-04-01_2008-04-30.html#2008_04-12_12_12_24-124822118-26
2. Era tudo o que eu gostaria – a propósito do dia do/a pastor/a.
http://josue.lazier.blog.uol.com.br/arch2010-03-01_2010-03-31.html#2010_03-18_14_52_54-124822118-26