Publicado por José Geraldo Magalhães em Pastoral do Combate ao Racismo, Geral - 05/12/2013

Livro - Protestantismo, escravidão e os negros no Brasil

A Casa da Cultura da América Latina, em Brasília/DF foi palco para o lançamento do livro “Protestantismo, Escravidão e os Negros no Brasil” que contou com noite de autógrafos, emoção, música e muitas histórias. Para o autor, pastor metodista e professor da Faculdade Evangélica de Brasília, Roberto Loiola, a publicação aconteceu em data importante para o segmento evangélico mundial, pois coincidiu com o aniversário de 496 anos da Reforma Protestante, liderada feita pelo monge Martinho Lutero.
 
Loiola lembrou a data histórica e mencionou que ainda hoje é preciso reformar e reafirmar a fé nas cinco ideias básicas defendidas por Lutero: sola fide (somente a fé), sola scriptura (somente a Escritura), solus Christus (somente Cristo), sola gratia (somente a graça) e soli Deo gloria (glória somente a Deus).
 
Realmente uma ótima coincidência de datas. A reforma iniciada na Alemanha marcou nova visão religiosa para as pessoas da época. Que o olhar sobre os negros protestantes brasileiros também traga novos tempos de inclusão, comunhão e liberdade para se professar a fé em Cristo com respeito e consideração a todos, sejam brancos, negros, amarelos.
 
 Emocionado, depois de agradecer a Deus, o professor Loiola fez menção a esposa Lisette Jung Loiola, aos filhos e pais e contou um pouco de sua história comentando que se autodeclarava pardo. É filho de mestiço e descendente de africano. Mas perdeu o registro e teve que tirar outro, quando tinha 19 anos de idade. Então, naquele segundo documento, veio escrito que era da cor negra. “Tive uma crise de identidade racial.  Mas só aí me admiti negro, vi meu valor, vi minha história”, disse.
 
A sub-secretaria de Enfrentamento de Violência contra a Mulher da Secretaria de Estado da Mulher do DF, Sivania Timóteo, acredita ser um momento importante. "Ainda hoje as negras são consideradas como mulatas bonitas que servem para sambar no Carnaval e também na música somos referência. Mas nós queremos, sim, ser referência também como escritores neste pais. Não tem pessoa melhor para contar a nossa história do que nós mesmos que sofremos a discriminação de raça e de corpos negros não têm muito essa oportunidade, pois quem escreve é quem estuda. Todas as religiões devem somar em defesa dos negros e negras para que cheguemos a uma sociedade sonhada por Deus onde todos somos iguais”, afirmou.
 
Várias lideranças estiveram presentes. O coordenador do curso de Teologia da Faculdade Evangélica acredita que a obra é
uma marco para a sociedade. “O livro é excelente porque resgata a história brasileira. Isso é salutar para a sociedade contemporânea", disse Thiago Fazzio.  
 
Entre os participantes, estudantes de Teologia da Faculdade Evangélica (onde Loiola ministra aulas na área de Bíblia e história da igreja), Rev. Euler Alves de Oliveira (Igreja Metodista), Rev. Wellington Pereira (Visão Mundial), Moredison Cordeiro (subsecretário de Ações Afirmativas e Comunidades Tradicionais da SEPIR/DF), Silvio Moraes (diretor de Ações Afirmativas da SEPIR/DF), Pra. Waldicéia de Moraes T. da Silva (presidenta da Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil), Wilson Barboza da Silva (conselheiro pela ANEB do Conselho de Defesa do Direito de Negros do DF), pastor e professor Thiago Fazzio (coordenador do curso de Teologia da Faculdade Evangélica), Silvania Timóteo e Quico Fagundes (violonista e compositor) que abrilhantou a noite com as músicas “Vem comigo”, de autoria de Sérgio Pimenta, e “Seja a tua palavra”, de autoria do próprio Quico. O lançamento aconteceu no dia 31 de outubro
 
 
Colaborou Denise Santana
 
Contatos do autor:
Roberto Loiola
Faculdade Evangélica de Brasília (61)37048700
Igreja Metodista (61)3347-7272 - Skype: jos.roberto.alves.loiola - Celular:(61)91765930(Tim)

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