Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Lausanne III busca respostas das igrejas ao mundo globalizado

Cristãos só podem provar ao mundo a verdade por meio da transformação de suas vidas, disse o teólogo chinês Carver Yu no III Congresso Lausanne de Evangelização Mundial, reunido de 17 a 25 de outubro na Cidade do Cabo, África do Sul.

Carver Yu reconheceu a pluralidade, mas combateu o pluralismo. A pluralidade, definiu, faz parte da cultura humana. Já o pluralismo “é uma ideologia que proclama que a verdade é uma construção cultural válida somente para a cultura que a construiu”.

O Congresso de Lausanne III partiu para a defesa da verdade, diante de um diagnóstico absoluto de que o pluralismo, a secularização e o mundo globalizado são os males sobre os quais as igrejas devem responder, informou o jornalista Lisânder Dias, da Rede Mãos Dadas, e que participa do encontro.

O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) enviou delegação à Cidade do Cabo liderada pelo secretário geral, pastor Olav Fykse Tveit. Ao longo das décadas, o CMI e líderes do movimento de Lausanne têm se engajado no diálogo sobre a natureza da missão cristã, na evangelização e na ação social.

Tveit é o primeiro secretário geral do CMI a ser convidado para participar de Congresso do movimento de Lausanne. Em sua saudação, ele falou da visão comum dos cristãos sobre a missão integral de Deus. “Vamos manter a estrada aberta, deixar o diálogo fluir, de modo que aprendamos uns com os outros sobre como participar na missão de Deus, com o respeito aos outros como um corpo em Cristo", disse.

O ano 2010 foi escolhido para este III Congresso Lausanne porque marca o 100º aniversário da Conferência Missionária Mundial de 1910, realizada em Edimburgo, na Escócia. O encontro de Edimburgo foi um evento marcante para os séculos seguintes, sua expansão missionária foi identificada por historiadores do cristianismo como o início do moderno movimento ecumênico.

Vários eventos de 2010 estão sendo realizados em todo o mundo em homenagem a este centenário, incluindo uma consulta realizada em junho, em Edimburgo, na qual Tveit fez e observações introdutórias.

Ele disse aos 4.200 congressistas reunidos na cidade sul-africana, procedentes de 200 países, que a reconciliação "é toda sobre o que significa ser cristão". E lembrou: "Somos chamados a ser um, para se reconciliar, para que o mundo creia que Deus reconcilia o mundo em Cristo".

Na abertura do congresso, no domingo, 17, o reverendo S. Douglas Birdsall, presidente executivo do Movimento Lausanne, também enfatizou o tema da reconciliação. Ele deu as boas-vindas aos participantes, dizendo que a reconciliação é "nosso foco, nossa vocação e a nossa paixão. É este evangelho da conciliação que nos une."

Birdsall chamou os delegados a se aproximarem uns dos outros, assim como eles chegavam perto de Deus. "Este é um congresso de trabalho com uma tarefa específica. Seus resultados estarão na forma como todos nós olhamos para Deus, e como isso pode ajudar a mudar o curso da evangelização do mundo para as próximas décadas", disse.

A diversidade do congresso na Cidade do Cabo é ecoado pelos grupos de estudo bíblico, no qual os delegados se reúnem todas as manhãs para refletir em conjunto sobre um texto de Efésios. Os participantes partilham suas próprias observações e aplicam o que leram em seu próprio contexto. Cada grupo é como um microcosmo da igreja global, proporcionando a oportunidade de se sentarem juntos, aprender uns com os outros, mostrar preocupação com o outro, estimular, desenvolver parcerias e também orar uns pelos outros.

Lausanne é um movimento organizado numa rede global de "profissionais reflexivos", que partilham uma visão para o trabalho de evangelização mundial. Começou em 1974 quando o pastor batista Billy Graham e o clérigo anglicano John R. W. Stott convocaram o Congresso Internacional de Evangelização Mundial em Lausanne, na Suíça, informou Loro Lerefolo.

O objetivo era buscar acordo em "uma declaração bíblica sobre o evangelismo" e dizer "qual é a relação entre evangelização e responsabilidade social". O Pacto de Lausanne, aprovado no I Congresso, foi um grito de guerra para muitos cristãos, e para alguns, definiu o que se entende por "evangelicais".


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