Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
jovens pastora Cerlândia
Cerlândia Aguiar, pastora da Igreja Metodista da Penha, RJ
Somos jovens. Agora... neste momento somos jovens, que procuram e não encontram o que tanto desejam. Embora digam que não somos nada, mesmo assim desejamos um mundo melhor... talvez um sonho... uma utopia.
Hoje recebemos da sociedade a nomenclatura de "os apáticos" e "os irresponsáveis", "aqueles que apenas querem viver o agora, deixando que a vida os leve", mas me pergunto: por que essas palavras são tão duras? Pois nem a própria sociedade nos prepara a participar das questões mais obvias e relevantes que a norteiam. Dizem que não temos valores, mas será que não refletimos a situação de um grupo?
Estamos em pleno século XXI, as décadas de 60 e 70 ficaram para trás, a euforia da militância passou. Ela é presente apenas na memória da história que tanto marcou e apontou novos horizontes para muitos. Jovens que abraçaram seus ideais de mudança, tendo a consciência da transformação social. Agrupados e unidos eram verdadeiros profetas anunciando e denunciando quando necessário. Hoje também temos grandes agrupamentos de jovens massificados ou, melhor dizendo, tribos gerenciadas por imagens e palavras que não dizem nada, completamente vazias e sem conteúdo. O referencial se perdeu ou foi ultrapassado pelas diversas circunstâncias sociais massificantes.
Dizem que somos o futuro. Eu pergunto: do que? Por que futuro? Por que só o futuro? Será que não pertencemos ao presente? Até nossa responsabilidade com o agora nos é negado? E de forma alienante, pois o agora é regido por ruínas, equívocos e mentiras.
Como podemos ser o futuro da nação se nos privam da educação e nos negam a esperança? Que país é esse? As novas gerações em conseqüência perderam a capacidade de criticar, de entender e mudar seus horizontes. Contudo, ainda somos os mesmos e vivemos. Alguns continuam lutando e superando o fracasso da sociedade consumista e individualista. Estes ainda sonham e lutam para que o futuro seja regido pelas palavras: "dever, liberdade, ética, dignidade, compaixão e responsabilidade social". Somos aprendizes de sonhadores, mas também devemos ser referência para aqueles que um dia nos sucederão.