Publicado por Sara de Paula em Colégio Episcopal - 25/02/2022

Intercessão pelo povo da Ucrânia e Rússia

Intercessão pelo povo da Ucrânia e Rússia
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As tragédias – como as mais recentes no Nordeste e em Petrópolis – nos afetam e nos consomem, e muitas delas não se pode prever ou parar. Diversas são resultado de forças extremas da natureza. Menos a guerra.

As doenças também nos afetam e nos roubam pessoas queridas, doem e fazem doer, e não se pode prever ou impedir que uma doença surja, assim como não se pode garantir a cura em todos os casos. Mas a guerra não é assim.

Os infortúnios e más decisões existem e pecados há que nos devoram, mas ainda assim há esperança e possibilidade de conversão e mudança de rumo. Mas a guerra deixa marcas por décadas na humanidade, até por uma vida inteira.

Jesus afirma: “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9). As pessoas pacificadoras, segundo a Bíblia, não são aquelas que evitam os conflitos ou que negam os problemas. Também não são as que fogem e se omitem. O termo original para pacificador está ligado à ideia de completude e integridade, bem como de restituição e aliança.

Para ser um/a pacificador/a, um/a fazedor/a de paz, a Bíblia requer relacionamento: quem tem a capa divide, quem é obrigado a andar uma milha, anda duas... Essas expressões não significam aceitar o abuso ou a injustiça, mas esticar a longanimidade ao ponto de compreender o/a inimigo/a, entender as razões de sua violência, amá-lo/a de dentro da situação, amar a ponto de constrangê-lo/a (amontoar brasas vivas sobre a cabeça). Tudo isso significa pagar o preço da paz, restituir o quebrado e aliançar para gerar completude e harmonia.

Quando entendemos a Palavra de Deus sobre este tópico, ela nos lança diretamente ao campo do impossível, pois em se tratando de homens e mulheres naturais é impossível que haja entrega, afeto e amor; isto não acontece em relações regidas por mercados, interesses e pecados. Ser um/a pacificador/a, um/a fazedor/a de paz, é tomar ativo partido contra as forças de morte, contra os interesses ocultos, desvelando-os até para a parte contrária, e subvertendo a força de morte em vida. Jesus faz isso na cruz ao perdoar seus opositores. Ele os reconhece, conhece e vê. Em sua fala na cruz, Jesus os perdoa e não dá brecha alguma para a vingança entre seus seguidores e seguidoras. Eis o ciclo que promove a paz.

É importante conhecer todas as razões pelas quais o recente conflito envolvendo Ucrânia e Rússia está ocorrendo. Mas o mero conhecimento e opinião sobre este problema não promove a paz.

Enquanto usamos o poder maior que nos é disponível em Cristo – o da oração – clamamos não apenas por livramento para as pessoas envolvidas diretamente, não apenas proteção para as crianças, para as mulheres e para as minorias, sempre as primeiras vitimadas na escalada da violência. Clamamos por isso e por relações de justiça, de humanidade. Clamamos por misericórdia para com quem, em nome do poder e até de Deus, toma armas contra quem não se pode defender.

Clamamos porque as tragédias e doenças que vêm assolando o mundo são também, de muitas maneiras, resultados de nossos pecados individuais, sociais e ecológicos. Mas a guerra, esta é um pecado na maior parte das vezes de cunho econômico. Isso a torna pior em efeitos, posto que é fruto de egocentrismo de líderes das mais diversas índoles. E estes pecados todos necessitam de intercessão, não apenas por livramento e cuidado, mas por arrependimento e profunda contrição.

Assim sendo, recebe, Senhor, nossa intercessão em favor do povo ucraniano e – por que não? – do povo russo. Na verdade, em favor de todos os povos que habitam aquela região. Pessoas de tantas etnias diferentes. Sabemos que todos os povos sofrem numa guerra. Alcança-os, Senhor de todas as nações, que a todos e todas quer salvar e diante de quem comparecerão seres de todos os povos, tribos, línguas e nações. Redime-os como quem cura uma enfermidade mortal. Acolhe-os como quem resgata de uma grande tragédia. E perdoa-nos, Senhor, porque não há um/a justo/a sequer e todos/as carecemos de ti. Derrama tua salvação e faz o teu Shalom, tua plenitude, em toda a terra.

Que venha o Teu reino, amém.

 

Colégio Episcopal da Igreja Metodista.
São Paulo, 25 de fevereiro de 2022.


Veja também: Bispos da UMC pedem paz na Ucrânia


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