Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

igrejas no combate à Aids

Igrejas no combate ao HIV/AIDS

21/10/2006 - 13h35, Agência Aids

O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) pede às igrejas e organizações a promover e compartilhar uma reflexão teológica e ética mais profunda sobre o HIV e a Aids. Além disso, renova seu apelo às igrejas e cristãos para que fomentem uma intervenção e participação mais intensa e significativa das pessoas que convivem com o HIV e com a Aids, bem como promovam e adotem políticas de inclusão nos lugares de trabalho e métodos inovadores e sustentáveis de trabalho com redes de pessoas soropositivas. As demandas fazem parte da mais recente declaração final do encontro ocorrido no mês passado, na Suíça.

A declaração sobre o tema foi baseada nas cifras alarmantes sobre a epidemia da Aids, que causa 8.000 mortes a cada dia, deixa órfãos 13 milhões de crianças e expõe a perigosa situação dos sistemas de atendimento à saúde de muitos países. Desde a primeira aparição da epidemia, há 25 anos, calcula-se que já foram infectadas com o vírus cerca de 65 milhões de pessoas, das quais 25 milhões já morreram. Só em 2005, calcula-se que foram infectadas com o HIV 4,1 milhões de pessoas e que 2,8 milhões morreram em conseqüência de enfermidades relacionadas à Aids. Atualmente, são as mulheres e os jovens as pessoas mais ameaçadas e nas quais a infecção se propaga rapidamente.

"A Aids ameaça a existência das comunidades, malogra sua capacidade de subsistir e de ser produtiva, desbarata as relações por conta do estigma e da discriminação que leva consigo. A situação é um desafio grave para a liderança das igrejas e sua capacidade de responder à crise atual", afirma a declaração.

De acordo com o documento, a participação dos dirigentes das Igrejas deve ser mais incisiva. E afirma: os dirigentes religiosos devem começar a examinar seus próprios comportamentos, atitudes e ações, que possam ser cúmplices na marginalização e estigmas das pessoas que convivem com o HIV e a Aids, ao invés de acolher plenamente essas pessoas e todas as que sofrem as conseqüências.

"Os dirigentes devem perguntar a si mesmos, às próprias instituições e à sociedade como afrontar o problema diretamente, rompendo o silêncio que alimenta todo tipo de temores, julgamentos, estigmas, discriminações. Os dirigentes devem apoiar as iniciativas que guiem as pessoas para realizar opções responsáveis para se protegerem da infecção com o HIV, reduzir a vulnerabilidade da infecção e fomentar comunidades de apoio onde o povo possa receber uma informação e tratamento apropriados", ressalta.

Para o Conselho Mundial de Igrejas, essas instituições têm uma função única e decisiva para desempenhar e deter esta avalanche e superar a epidemia, pois os sistemas de saúde e apoio estabelecidos e administrados pelas igrejas e organizações cristãs oferecem alguns dos meios de atenção de base mais importantes para as pessoas que convivem com o HIV ou com a Aids ou estão afetadas por suas conseqüências. Contudo, reforça que é necessário superar o estigma e a discriminação que são fomentadas em muitas comunidades religiosas.

Apoiar os esforços educativos que promovem a responsabilidade sexual e ajudam a proteger as pessoas de relações sexuais que não sejam de mútuo acordo e da violência sexual, garantir o acesso à atenção de saúde reprodutiva, promover a vida proporcionando uma informação completa e baseado em provas sobre a forma de prevenir a transmissão do vírus, são algumas das metas de trabalhos que serão intensificadas pela Igrejas.

Segundo o Conselho, se não se intensificam urgentemente as respostas à Aids, não se alcançarão nem o objetivo de 2010, da Declaração de Compromisso, nem o sexto dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. "Se não se avança muito na luta contra a Aids, resultarão também inúteis os esforços por alcançar os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, relativos à redução da pobreza, a fome e a mortalidade infantil".

Diante das cifras de 40 milhões de pessoas não têm acesso ao tratamento anti-retroviral, as igrejas pedem aos governos do G-8 que cumpram suas promessas de financiamento e ação para conseguir o acesso universal ao tratamento, cuidado e apoio para 2010; e ao setor privado, especialmente, às empresas farmacêuticas, que invistam nas pesquisas e desenvolvimento necessários para responder ao HIV, e para assegurar que os medicamentos destinados ao tratamento do HIV estejam à disposição a baixo custo nos países mais pobres.

Fonte: Adital


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