Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
Igreja Presbiteriana Unida e os muçulmanos
Posicionamento da
1. Reconhecemos que o Cristianismo e o Islamismo partilham de uma origem histórica comum, situada na figura do patriarca Abraão, e que ambos cultuam um mesmo Deus, clemente e misericordioso
2. Sabemos que, ao longo da história, de tempos em tempos as diferenças entre as duas religiões têm sido utilizadas para justificar conflitos armados, perseguições e até massacres, cuja verdadeira motivação, mais do que a religião, são interesses de natureza política ou econômica.
3. Lembramos que conflitos semelhantes ocorrem no seio das duas religiões, com cristãos combatendo cristãos e muçulmanos combatendo muçulmanos, em nome de divergências doutrinárias.
4. Concordamos com o Papa Bento XVI na condenação do uso da força como meio para converter quem quer que seja a qualquer fé ou corrente de pensamento, religiosa ou não. O uso da violência contraria o caráter de um Deus que é, acima de tudo, Amor.
5. Todavia, por estarmos em meio a um visceral conflito global, marcado por ações militares e terroristas que opõem forças e países identificados com cada uma das religiões, entendemos ser inoportuna qualquer referência crítica às figuras centrais do Cristianismo e do Islamismo, em especial o profeta Maomé. O debate entre as duas religiões, comum no passado, deve dar lugar a um diálogo construtivo que leve ao entendimento e à busca de bandeiras de luta comuns para o presente e o futuro.
6. A pessoa de Jesus Cristo, central para o Cristianismo, é muito respeitada no Islã, estando presente em inúmeros escritos da literatura e da teologia muçulmana. O diálogo necessário e frutífero entre as duas religiões deve ter, como ponto de partida,
7. O mundo ouve um clamor de todos os povos, cristãos e muçulmanos, além de adeptos de outras religiões. Trata-se de um clamor pela paz, pela justiça econômica e pela integridade da criação divina. Um clamor contra aqueles que defendem a espoliação do planeta e a desigualdade econômica, para tanto recorrendo à força do capital e das armas. Atentos a este clamor, que os herdeiros de Abraão possam se unir em busca de uma terra transformada e renovada.
Salaam ! Paz!