Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
Igreja Metodista elege novas lideranças Concílio Geral
"O evangelho de Cristo não conhece religião que não seja religião social; não conhece santidade, que não seja santidade social."
John Wesley
Por 108 votos a favor, 9 contra e 3 abstenções, foi aprovada ontem a proposta do Colégio Episcopal do Colégio Episcopal para manter um número de oito bispos. A eleição começa nesta manhã de quarta-feira. Acompanhe os resultados ao longo do dia.
Entre os dias 10 e 16 de julho de 2006, a Igreja Metodista realiza o seu 18º Concílio Geral. O Concílio Geral é um evento decisivo para a vida da Igreja: clérigos e leigos representando metodistas de todas as regiões do Brasil reúnem-se para definir o plano de ação da Igreja para os próximos anos e eleger bispos e bispas - o que ocorre por escrutínio, sem debate e por maioria absoluta, segundo determinação dos cânones da Igreja Metodista.
A eleição do episcopado é um dos momentos mais importantes do Concílio. Os bispos e bispas são responsáveis pela supervisão da ação missionária e pastoral da Igreja. São eles, também, que nomeiam os pastores para as igrejas locais e campos missionários, dentro de um modelo administrativo que mantém a unidade nacional mas também respeita as identidades locais. Para chegar a este posto de grande responsabilidade, eles devem passar por um longo caminho de preparação teórica e experiência prática.
Fiel a uma tradição que remonta ao século 18 (veja box), a Igreja Metodista valoriza muito a educação. Seus pastores e pastoras devem ter uma sólida formação teológica e, após um período probatório de pelo menos dois anos no qual ganha a experiência prática do pastorado, o bacharel em Teologia presta um exame para ingresso na chamada "ordem presbiteral". Para ser bispo ou bispa da Igreja Metodista é preciso, primeiro, ter sido ordenado presbítero. Os Concílios da Igreja elegem e designam bispos e bispas para liderar as seis regiões e os dois campos missionários nos quais se organiza a Igreja Metodista em território brasileiro.
É, também, durante o Concílio que se avalia o Plano Nacional de Ação Missionária, documento que apresenta os pontos básicos da teologia e da doutrina metodista e as formas de atuação que respondam aos desafios missionários da Igreja. Historicamente, a Igreja Metodista tem um compromisso com a construção de uma sociedade mais humana e fraterna e se empenha, em suas atividades educacionais e sociais, no combate a toda forma de violência, discriminação e injustiça.
Quem são os metodistas
Metodista. O nome que lembra a palavra "método" foi, no início do século 18, um apelido jocoso dado a um grupo de jovens anglicanos, estudantes da Universidade de Oxford, Inglaterra, que se empenhava no estudo da Palavra de Deus com dedicação e disciplina. Um desses jovens se destacaria pelo espírito de liderança: John Wesley. Em 24 de maio de 1738, Wesley teria uma experiência religiosa que marcaria sua vida. Ele relata em seu diário que sentiu o "coração estranhamente aquecido" e a plena convicção de que Deus perdoava seus pecados. A partir dessa experiência individual de fé, Wesley liderou um movimento que tinha como objetivo renovar o espírito cristão da Igreja Anglicana, à qual ele nunca se desligou. Contudo, o chamado "movimento metodista" cresceu e acabou se tornando independente. Nascido dentro de um ambiente universitário e numa época de profunda crise social, o metodismo cresceu envolvido com as questões mais relevantes da sociedade: a defesa da educação para todos, o combate à escravidão e a humanização dos presídios foram causas que motivaram os metodistas ingleses nos anos de Revolução Industrial. Hoje, existem 70 milhões de metodistas em todo o mundo, e a Igreja Metodista tem forte atuação nas áreas de educação teológica e secular, serviço social e assistência médica. No Brasil, o metodismo chegou por intermédio de missionários norte-americanos, durante o século 19. A Igreja Metodista no Brasil declarou-se autônoma em 2 de setembro de 1930 e o primeiro bispo brasileiro, César Dacorso Filho, foi eleito em 17 de janeiro de 1934. As últimas estatísticas apontam a existência de cerca de 179 mil metodistas no Brasil.