Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Identidade Metodista
Identidade Metodista
"Um povo que esquece sua memória é um povo fadado a ser esquecido no futuro". (P/AViS-Primavera/2003 - 120 Anos de Metodismo em Juiz de Fora - Letras e Notas - Vieira, Alfredo - 2004)
"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta conhecimento." (Os 4.6a).
"Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, de delas falarás (....). E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas". )Deuteronômio 6.6-9).
É muito comum ouvirmos alguém dizer que estamos perdendo a nossa identidade. Quero afirmar que se estamos perdendo a nossa identidade é porque já perdemos a nossa memória.
Em poucas igrejas comemora-se o Dia do Coração Aquecido, o Dia da Autonomia, o dia do nascimento e da morte de Wesley. Em poucas igrejas usa-se o nosso hinário evangélico, recita-se o Credo Apostólico ou fala-se do calendário litúrgico. Os nossos grandes corais estão ficando em segundo plano e já não podemos mais louvar a Deus acompanhados pelos lindos acordes de um piano ou de um órgão.
Os nossos templos antigos, que foram construídos com muito bom gosto, traduzindo mensagens bíblicas maravilhosas através de alegorias e símbolos produzidos por arquitetos e artistas plásticos fieis a Jesus Cristo e às nossas tradições, já não são mais compreendidos e por isto, muitas vezes, são destruídos pelos modernos iconoclastas, que não entendendo a beleza de sua linguagem os destroem por mera ignorância..
O nosso "Expositor Cristão" é muito pouco lido pelos membros das igrejas locais. Quando atuávamos no Conselho Diretor da "Imprensa Metodista" (década de 90), propusemos que se fizesse investimento destinado a fazer chegar a todas as igrejas do Brasil exemplares do nosso órgão oficial suficiente para que, no mínimo, os que exercem liderança na igreja local pudessem recebê-lo gratuitamente. Fomos voto vencido, predominou a preocupação financeira, sem levar em conta a importância e a força da comunicação. O que dizer dos Cânones, dos Sermões de Wesley, das "Marcas de Um Metodista", e de tantos outros documentos históricos e básicos para uma boa formação metodista tão pouco estudados nas nossas igrejas! Por estes fatores e outros é que a nossa identidade tem-se tornado cada vez mais confusa e invisível.
A ordenança divina é clara: "E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas." (Dt 6.9). É da vontade de Deus que estas coisas estejam sempre diante dos nossos olhos e avivadas em nossas mentes, para não nos esquecermos dos caminhos trilhados e termos clareza dos novos caminhos a trilhar, pois é isto que mantém a memória viva e a identidade iluminada para que não sejamos confundidos.
O Revmo. Bispo Cesar Dacorso Filho, já em 1942, recomendava às igrejas a respeito da preservação da memória. Vejamos os termos de sua recomendação: "Aos arquivos se devem recolher não somente os livros oficiais já esgotados, como têm entendido algumas pessoas, mas também livros de apontamentos, cadernetas, blocos, cartas, recibos, talões, transferências, certidões, processos, fotografias, modelos de impressos, coleção de Anuários do órgão oficial, etc. E isso não só da igreja, paróquia, distrito, região, mas também de todas as organizações que neles existem. Ao arquivista cumpre, auxiliado fortemente pelo pastor, procurar por todos os meios o que, pertencendo ao arquivo, anda espalhado ou perdido. Recomendo que o arquivo paroquial seja na Igreja sede da paróquia e que o arquivo distrital seja com o arquivo regional, até que haja legislação a respeito". (Esta recomendação foi publicada no Boletim Semanal nº 404 da Igreja Metodista Central de Juiz de Fora em 30 de agosto de 1942).
O nosso Projeto "Memória Viva do Metodismo" visa justamente estimular o surgimento de "Ministério da Memória" nas igrejas locais a fim de apoiar programas de preservação da nossa memória e, não só preservar, mas divulgá-la fazendo-a conhecida das novas gerações e novos convertidos.
Seu irmão e servo Ev. Alfredo Vieira
Email: alfredo@alfredopam.adm.br