Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
IALIM. Carta de Agradecimento à Igreja Metodista.
Lins, 06 de setembro de 2007 - DG. 046/2007
Aos Irmãos Metodistas da Família da Fé Cristã, Ialenses e Amigos.
Ref.: CARTA DE AGRADECIMENTO À IGREJA METODISTA
Na carta que recebi do DR.B.P. Bittencourt em 12/03/1996 ele me disse que "... era a Soberana vontade de Deus, para que juntos partilhássemos de uma história que se escreveu mais com seus esforços, mas que tem a glória de haver resgatado a Escola e feito dela, de novo, um testemunho à glória do mesmo Senhor". Em outro parágrafo disse-me: "Nem sempre aceitamos o fato de que Deus tem um plano para os seus filhos, como igualmente tem um plano para as famílias, para os povos e nações. O Eterno tem um plano para a Igreja e para suas instituições, como nossa Escola. Essa é a minha fé; é a inteligência do que nos tem acontecido aqui".Repetindo suas palavras digo também: que essa é a minha fé; é a inteligência do que nos tem acontecido aqui.
Inicio os meus agradecimentos a Igreja Metodista, dirigindo-me irrestritamente a todos metodistas, em especial, todos que de alguma forma contribuíram efetivamente com a recuperação do IALIM, nestes 27 anos e 8 meses que participo ativamente na administração desta Instituição. Porém, o meu desejo, é agradecer a todos; metodistas, ialenses e amigos, indistintamente, incluindo agora, aqueles que afetivamente acompanharam e estiveram presentes em espírito com o seu amor, sua esperança e sua fé, mesmo que longe e distante da lida, sustentando seu voto de confiança na obra depositada em minhas mãos.
Ao manifestar-me com estes agradecimentos a amada Igreja, volto humildemente minhas lembranças para a pergunta de Jesus no episódio narrado em Lucas 17:11 a 19 sobre o que ocorrera após a cura aos dez leprosos: "Não eram dez os que foram curados? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?". A pergunta de Jesus me sugere a pensar que se tratava de um único samaritano entre os dez e que somente ele voltara para agradecer-lhe à cura, tratando-se de cidadão de raça excluída pelos israelitas. Este episódio sempre foi marcante para mim e me faz compreender e dar graças por todas as coisas, especialmente quando ocorrem mudanças nos planos de vida por divergências ideológicas incompatíveis. É com esta metáfora bíblica que desejo explicar o meu respeito quanto aos divergentes conceitos sobre a Sucessão, bem como a sua metodologia aplicada, para o cargo de Diretor Geral do IALIM. Fatos estes que não me impedem de manifestar amplamente meus agradecimentos e minha alegria de ter servido!
Ao agradecer a Igreja Metodista, também apresento meu relatório de Prestação de Contas desde 1985 até abril de 2007, aos responsáveis estatuariamente constituídos, através da um exame de Auditoria Independente, contratada para elaborá-lo, alcançando o tempo de minha dedicação ao IALIM, cujo tempo, inclui-se também o tempo que o DR.B.P. Bittencourt decisivamente contribuiu de forma marcante para o soerguimento do IALIM, e ainda os anos de 1980 e 1981 quando respondi pela Coordenação Administrativa Financeira.
Por ser metodista nato, sinto-me privilegiado desde o berço, no aprendizado duma conduta ético-cristã, nos parâmetros da fé e da razão, princípios estes que sempre os exerci como balizadores de minha ética e moral em qualquer contexto social que me tem acolhido. Também, privilegiado, por ter-me compartilhado de minha experiência profissional, inicialmente com a Igreja Metodista Central de Campinas por volta de 1964, e ainda, atuando nos primeiros procedimentos para o enceramento do DGP e, colaborando nos primeiros passos de criação do COGEIME, nas suas atuações junto ao Instituto Educacional Piracicabano (onde servi na década de 70 no seu Conselho Fiscal), e no Colégio Metodista de Ribeirão Preto, além de outras Instituições, acumulando alguma experiência que contribuíram para vir para o IALIM em janeiro de 1980. Considero que fatos ligados a minha conduta ética e cristã me proporcionaram a desfrutar da confiança e da lealdade dos Bispos e de todo clero, especialmente de suas compreensões quando as minhas atitudes à frente do comando no IALIM necessitavam de serem mais enérgicas, austeras, porém legítima e legais, o que me permite expor com minha costumeira modéstia, honestidade e franqueza que:
·Sempre houve a alegria de servir! Minha família e eu dedicamos nosso tempo e energias à causa do IALIM, pois as renuncias que fizemos em prol desta meta, durante todo o decurso do tempo a ele dedicado, foram feitas com amor à causa do Instituto Americano de Lins da Igreja Metodista. Em janeiro de 1985 fomos chamados pela segunda vez para servi-lo, num momento crucial da história da Instituição e sabíamos que haveria muitas provações pelo caminho. No entanto, lançamos mão do arado e, sem olhar para trás, todos, minha casa e eu, procuramos fazer o melhor à sombra do grande guardião que foi o Reverendo e Doutor Benedito de Paula Bittencourt, quem nos acompanhou até os idos de 1997.
·Sempre disponibilizei os meus esforços com muita modéstia, voluntariedade e amor a Igreja Metodista, porque é ela quem tem dado sentido às raízes da minha vida, expressão que cotidianamente repito no âmbito da minha família, entre todos colaboradores do IALIM, quando suscita oportunidade de dizer a eles, e, muitos de meus amigos, os quais nem mesmo são metodistas. As mudanças de cores ideológicas e as alternâncias no exercício do Poder Episcopal, após o último Concílio, não abalam o meu espírito, porque sei em Quem tenho crido e sei que a Sua Natureza Divina não se subordina às ações do plano terreno. Afinal, o metodismo é fidelíssimo à Igreja Triunfante.
·Sempre tive a modéstia como norteadora de minha conduta social e coletiva. Em todo o tempo me auto-apreciei como pessoa comum, com possibilidade para exercer os trabalhos que vieram às minhas mãos e os que foram confiados pela Igreja Metodista. Sempre cri que permaneceria na lida enquanto Deus permitisse, orientando meu campo de ação pela fé e a moral, dentro de minha capacidade física e mental, o que é suficiente para me deixar atento às novas oportunidades para continuar produzindo, onde e quando elas surgirem.
·Sempre mantive atenção para ver no desabrochar ou desenrolar dos fatos da educação, a quem cabe o mérito de cada ação: aos que planejaram, burilaram, poliram os planos que fizeram a Instituição recuperar-se e progredir na sua qualidade, chegando ao estágio que está hoje; em condição de ótima aceitação pelas famílias de nossos alunos, e, econômica e financeiramente equilibrada, atualizada na sua organização ao ponto de facilitar, a quem recebê-la, obter informações e dados administrativos e acadêmicos, simplesmente ligando um cabo de rede em seu computador, situação diametralmente oposta em todas as áreas de quando a recebi, pois, naquela época, não havia recursos nem mesmo para efetivar minha contratação. As dificuldades não eram só econômicas e administrativas, porque além da falta de recursos financeiros, não vislumbrávamos se a vitória seria certa, tamanha era a incredibilidade na comunidade interna e externa e era grotesca a desarticulação no seu sistema de ensino e no projeto de Escola. Por isso, cito as funções e organismos sociais sem nomear as pessoas, as quais ocuparam estas funções ao longo destes 23 anos, e que contribuíram, intensamente ou de algum modo, com fatores positivos para redenção do IALIM e suas Unidades Educacionais, em Lins, Birigui e Ribeirão Preto: Conselheiros, Pastoral Escolar, Diretores, Professores, Funcionários, Alunos e seus Familiares, Comunidades, Prestadores de Serviços Autônomos, Entidades Conveniadas, Fornecedores e muitos amigos, entre eles os da Associação de Ex-Alunos. Reiterando a todos que ocupam e ocuparam cargos nestas funções os meus mais sinceros agradecimentos em toda sua amplitude, registrando este reconhecimento de que não realizei a obra sozinho.
·Sempre me mantive consciente que fazer acontecer um processo educacional e produzir educação é um inesgotável e permanente ato de iniciar, por isto incorporei durante já alguns anos o pensamento de John Dewey; "A educação é um processo social, é desenvolvimento, não é a preparação para a vida, é a própria vida". O desenvolvimento de um processo social sempre suscita novas idéias, novas atitudes, corajosas e otimistas, novas necessidades, novas estruturas físicas, novas estratégias, etc. Esta foi a minha experiência aqui, diferentemente do que muitos pensam tratar-se de uma repetição rotineira de um ano letivo após outros anos letivos, não se deve tratar a educação como uma dinâmica estacionária à semelhança da roda d?água que gira sempre na mesma posição e lugar.Isto é muito pouco para falar sobre o que deixo por fazer e o que deverá ser feito, mas é suficiente para dizer conscientemente que há muito por se fazer e que muito se espera nos anos vindouros. Por muitos anos mantivemos o "slogan" emnossas publicidades de sermos "A Escola que se renova".
Não há vaidade e não é falsa modéstia dizer que deixo nada mais do que o testemunho do dever cumprido, sustentado no pensamento de Albert Schweitzer: "Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros; é a única". Não há, em nenhuma hipótese, qualquer anseio de mostrar ou demonstrar algum valor especial de quem presta contas, pois meu desejo é de que nela seja incorporada as palavras de Jesus: "... depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer" (Lucas 17.10). Sempre cri que a bênção divina atingiu o que procurei modestamente realizar para a glória de Deus, pois nossas Unidades Escolares prosperaram patrimonial e academicamente. Ganharam conceito como Instituições de qualidade, sendo esta a meta pela qual a Igreja e os que a servem lutam igualmente. A minha atitude de alegria pelo dever cumprido soma-se ao prazer de sentir-me gratificado pelo trabalho de todos estes anos, enaltecendo o meu humor profissional neste período de transmissão do Cargo, alguma vez não bem compreendido.
Quero fazer das palavras do DR.B.P. Bittencourt as minhas palavras de encerramento: "Nem sempre aceitamos o fato de que Deus tem um plano para os seus filhos, como igualmente tem um plano para as famílias, para os povos e nações. O Eterno tem um plano para a Igreja e para suas instituições, como nossa Escola. Essa é a minha fé; é a inteligência do que nos tem acontecido aqui". Não há outra inteligência que possa superá-la!
Assim, meu caro leitor, membros da Igreja Metodista, ialenses, autoridades e amigos do IALIM, aqui vai meu testemunho e minha consciência de haver feito o melhor.
Na fraternidade cristã, deixo meu adeus e meu abraço.
Joaquim de Miranda Rosa Filho
Diretor Geral-IALIM