Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

faraó, hitler e omissão

De Faraós, Hitlers e políticos corruptos: as atrocidades sempre dependem da adesão de uns e da omissão de outros

"Então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem aos hebreus lançareis no Nilo, mas a todas as filhas, deixareis viver" (Êx 1.22)

"O povo do Egito, porém, temeu a Deus e não fez conforme ordenara Faraó; antes deixaram viver os meninos" (Êx 1.23)

O versículo 23 não existe. Infelizmente, obedecendo a Faraó, os egípcios passaram a jogar meninos hebreus no rio Nilo. Os egípcios podem ter usado argumentos para justificar tal crueldade: teorias de conspiração (os hebreus querem nos dominar, nos expulsar de nossa própria terra); sentimentos nobres de nacionalismo que ajudavam a vencer a resistência natural ao crime que todo ser humano tem. Afinal, afogar um bebê de propósito é desumano.

Hitler dependeu da adesão dos seus soldados para realizar a campanha sanguinária contra os judeus na Alemanha nazista.

No Brasil, uma denúncia feita pelo procurador regional da República na 5ª Região, Fábio George da Cruz Nobrega, (Correio da Paraíba, dezembro de 2005) mostra que 500 milhões de reais são desviados anualmente dos cofres públicos do Estado da Paraíba. Setenta por cento desses recursos eram destinados à educação e à saúde. Em vez de nos esforçarmos para quebrar o ciclo da miséria e do analfabetismo, com uma educação de qualidade, deixamos as crianças "semmerenda escolar, sem material didático, sem transporte gratuito, sem fardamento, e sem professores bem pagos e estimulados, num processo, por assim dizer, de completa negação da cidadania", desabafa o procurador. E nós, os brasileiros, toleramos com calma a corrupção de nossos dirigentes. Fazemos muito pouco para punir os autores das canetadas corruptas.

O cristão pertence a Cristo, não está mais nas mãos do Diabo. Que bom! Mas o Diabo pode nos manter distraídos e, enquanto brigamos em nossas igrejas por motivos fúteis, muitas crianças continuam do lado de fora, no frio, rangendo os  dentes. Fazemos muito pouco para minimizar os efeitos de inúmeros problemas sociais que afetam as crianças todos os dias.

Há um cântico que diz que a história que será contada no céu não é a mesma que nos é passada pelos livros. Talvez Faraó, Hitler e o juiz Lalau, nem sequer sejam citados! A história no céu será a da trajetória de Deus com os homens e mulheres que praticam a justiça, amam a misericórdia e andam humildemente com ele
Fonte: Revista Mãos Dadas (publicação destinada a pessoas envolvidas no trabalho com crianças. Site www.maosdadas.net)

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