Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 05/12/2012

Expositor Cristão entrevista Diretor Geral da Rede Metodista de Educação

Wilson Roberto Zuccherato é o novo Diretor Geral da Rede Metodista de Educação. O metodista e consultor de empresas conhece com propriedade o universo das instituições educacionais da Igreja e terá muitos desafios pela frente. Atualmente são 56 Instituições em treze estados.

Nas unidades administradas pela área geral são quase 56 mil alunos/as. No cenário há mudanças, remanejamentos, dívidas, empreendimentos imobiliários e muitas decisões complexas. Zuccherato demonstra segurança e tranquiliza: a situação está sob controle!

Qual a real situação da Rede Metodista de Educação?
Wilson Zuccherato - Nós temos a obrigação de informar para todos os irmãos e irmãs da Igreja Metodista que a situação está sob controle. Os desafios estão sendo acompanhados de perto e nós prestaremos conta da evolução. Não estamos nem desorientados e nem perdidos! Temos o que fazer, sabemos o que fazer e nós faremos tudo o que for necessário.

Quais são as ações previstas neste primeiro momento?
Wilson Zuccherato – Nós queremos reforçar nossa missão. Para isto, vamos criar uma frase, uma definição que seja fácil de ser compreendida e articulada por todas as pessoas. Queremos ressaltar que não fazemos educação apenas por fazer educação! Entendemos que, se como igreja, o que nós queremos é participar da obra de Deus na salvação, como educação nós temos que fazer nossa parte neste projeto.

A confessionalidade na educação precisa sempre ser um parâmetro. Nós queremos ajudar as pessoas a se emancipar intelectualmente para que tenham uma consciência social e para que sejam incomodadas a agir. Não é somente dizer – no mundo tem problema! Mas, o que eu tenho a ver com isto? O que eu faço para ser um agente ativo no mundo onde estou? Se a gente conseguir fazer estas duas coisas – ter um profissional altamente qualificado e com princípios éticos e morais, nós vamos ter cumprido a nossa missão.

Dá pra sobreviver no mercado levantando esta bandeira?
Wilson Zuccherato – Dá. ­Aliás, este é o nosso diferencial! Nós não temos como estratégia fazer batalha por outra coisa que não seja um ensino de excelência. Não estamos brigando com todo mundo que está no mercado. Nós queremos ter um posicionamento muito claro daquilo que nós fazemos. Esta é a primeira coisa. Segunda: Nós precisamos ter uma eficiência educacional capaz de fazer isto da maneira mais qualificada e barata. Terceira: educação é progressivamente mais cara. Então, nós temos que encontrar mecanismos para sensibilizar pessoas que entendam que este é um projeto que melhora o país e a sociedade, para que resolvam fazer algum tipo de aporte. Também temos que ter levantamento de recursos por meio de pessoas – isto é muito comum em vários países, como nos Estados Unidos.

Mas, esta prática não é muito comum no Brasil. Existe esta expectativa?
Wilson Zuccherato – Esta é uma cultura que nós temos que desenvolver no Brasil. Não é porque não existe que nós não temos que trabalhar em cima disto. Então, nós também temos que fazer um esforço nesta direção. Porque ao fazermos, nós teremos condições de alavancar este projeto mais rapidamente.

Existirá alguma contrapartida?
Wilson Zuccherato – Os modelos são muito variados. Nossa contrapartida pode ser a divulgação da marca, propaganda, nome, etc. Mas, nós temos pessoas – a exemplo dos Estados Unidos – que são sensibilizadas a tal ponto que doam verdadeiras fortunas todos os anos para as Universidades para simplesmente subsidiar o estudo. As mensalidades de algumas universidades não representam nem 40% dos custos da universidade.

Esta estratégia não esbarra na natureza jurídica das Instituições?
Wilson Zuccherato – Não. A única diferença que vejo é que o Brasil ainda precisa evoluir para este negócio. Então, talvez, na medida em que possa haver um tratamento tributário adequado em relação a isto, vai favorecer que estes gestos aconteçam de forma mais comum em nossa sociedade.

Existem outras ações em curto prazo?
Wilson Zuccherato – Com certeza. Temos coisas muito claras e distintas a trabalhar. Nossa gestão em curto prazo envolve algumas heranças do processo. Uma segunda coisa – que seria mais importante – os projetos educacionais. Precisamos ter uma educação reconhecida pelo mercado como uma educação de qualidade. Para que as pessoas digam: nossa! Estudar em uma instituição metodista é fundamental!

Estamos fazendo isto! Se você olhar o número de estrelas em nossos cursos, elas têm aumentado! Nós temos, para 2013, metas de melhorias desses indicadores de qualidade tanto no nível superior como nos níveis médio e básico. A terceira coisa são empreendimentos imobiliários que potencializem o patrimônio.

Temos que fazer uma educação de qualidade para termos receita para resolver as pendências e temos que ter um patrimônio melhor trabalhado, pois ele potencializa não só os imóveis como também a educação que a gente faz.

Se você olhar o projeto da Unimep – Universidade Metodista de Piracicaba, por exemplo, no campus Taquaral, é o caso concreto de onde conseguimos fazer isto. Nós pegamos um campus que estava relativamente isolado da cidade e estamos transformando o contexto completamente. Imagino que nós tenhamos condições de fazer isto em outras realidades.

É o caso do Instituto Metodista Bennett no Rio de Janeiro?
Wilson Zuccherato – Sim. Também.

Existe algo definido neste sentido?
Wilson Zuccherato – Sim. Mas, os assuntos precisam de uma sequência adequada e nós faremos isto de forma profissional. Nós estamos fazendo o estudo de vocação imobiliária. Não queremos “achismos”. Estamos dizendo: quem é o profissional desta área capaz de apertar a tecla SAP e ler o que está acontecendo e que acompanhe o que acontecerá com a região? Será baseado em estudo crível pelo próprio mercado. Não somos nós que vamos falar.

Quer pra fazer financiamento, quer pra encontrar um parceiro ou pra fazer outra coisa, precisamos de uma base sólida - um documento profissional que valorizará nossos empreendimentos no mercado.

Os desafios são muitos. Como o senhor lida com a responsabilidade de liderar a Rede Metodista de Educação?
Wilson Zuccherato - Deus nos coloca em determinados momentos e em determinados lugares. É assim que acredito. Nós todos podemos aportar as nossas competências para determinadas situações. Acho que tenho experiência profissional para contribuir neste sentido. Eu não tenho como resolver os problemas! O que eu posso fazer é usar meus braços, pegar um remo e remar junto. Depois eu posso ter um apito ou um bumbo para cadenciar a batida do remo de todo mundo. É isto que eu posso fazer.

A Igreja espera que a Rede seja propositiva, não espere alguém pedir pra fazer alguma coisa. Nós somos as pessoas com conhecimento! Então nós temos que dizer e transmitir segurança. Estamos fazendo o que precisa ser feito.


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