Publicado por Marcelo Ramiro em Expositor Cristão - 24/03/2015
Expositor Cristão: Desafio Pastoral Hoje
Quando o apóstolo Paulo nos diz em Efésios 4 para “permanecermos na vocação para a qual fomos chamados”, ele tinha em mente que todos/as aqueles/as que aceitam o chamado de aderir à fé no Senhor Jesus têm diante de si uma “vocação universal”.
Lutero ao ser protagonista da Reforma do século 16 afirma num de seus princípios o “Sacerdócio Universal de todos os que creem”. Isso não significa apenas o nosso acesso livre a Cristo, mas o fato de que todos/as temos um sacerdócio exercido através dos dons concedidos pelo Espírito.
Dentre aqueles/as que aceitam o chamado de Cristo e fazem parte da continuidade do Seu sacerdócio no mundo e na história, Deus em Sua graça e sabedoria chama alguns/as para exercerem o ministério pastoral, junto com o laicato e a Igreja, pois acima de tudo, o “ministério é da Igreja, corpo vivo do Senhor Jesus”.
No contexto da sociedade atual, pós moderna com suas peculiaridades, entendemos que ser “pastor” ou “pastora” é uma das vocações mais necessárias, urgentes e de realce.
Não o ser pastor/a para ter reconhecimento, ganhar autoridade, possuir uma igreja própria ou ter uma mega igreja. Não ser pastor/a para aspirar uma posição de destaque na denominação, chegar às posições mais elevadas, inclusive ser o/a presidente, gerente ou líder maior.
A referência da vivência vocacional pastoral é o ministério de Jesus Cristo. Ele foi “servo”, deixou a Sua glória, identificou-se com o ser humano, acolheu-os, ouviu a todos/as, em especial os/as mais marginalizados/as. Ensinou, pregou, orou, curou, formou um grupo de seguidores que tornaram-se os Seus discípulos e apóstolos. Dedicou um tempo extraordinário para estar com eles.
Jesus mantinha uma intimidade com Deus e agia sob a unção do Espírito Santo. Cuidou do ser humano em todos os seus aspectos e levando em consideração o ambiente em que ele vivia. Isso significa levar em consideração a sua “realidade”, “necessidade”, “interesse”, a vida pessoal, familiar e social das pessoas.
Nos dias atuais onde a violência predomina, a insegurança atinge o ser humano, o imprevisível acontece, as enfermidades físicas, emocionais, relacionais, mentais e psicossomáticas estão presentes, a vocação pastoral é uma das maiores necessidades para a nossa sociedade.
O/A pastor/a é um canal da graça divina, do Seu amor, acolhimento, perdão, aceitação. As pessoas carecem por ser ouvidas e falta confiabilidade; os lares carecem de visitação e acompanhamento; pessoas precisam ser despertadas para a fé no Senhor.
Creio que cada pessoa chamada ao ministério pastoral tem dons, talentos e ministérios que poderão ser específicos a determinada situação. Por exemplo: um mais para aconselhamento, outro mais para pregação, a que tem o dom de administração, outra de educação cristã, ser mestre etc. Mas apesar disso, crendo que o ministério é de toda a Igreja, considero que as atribuições administrativas, algumas educativas, outras evangelizadoras deverão ser dos/as leigos/as e de toda a comunidade.
O que o ser humano mais carece nos dias de hoje é de “pastoreio”. Confiar num/a líder pastoral, poder abrir-se com ele ou ela, receber a sua presença em casa, nos hospitais, contar com o acompanhamento da vida familiar etc. Essa sempre foi a característica do pastorado metodista e que tem sido deixada de lado, perdendo a dinâmica de um ministério mais frutífero.
A vocação pastoral não pode deixar de dar prioridade à intimidade com Deus através da meditação, oração, meios de graça e do estudo sério e responsável do contato com o povo é que surgem a temática das mensagens e a autoridade para pregá-las.
Posso dizer que “ser pastor ou pastora” nos dias de hoje é algo tremendamente desafiador tendo em vista o grande anseio e amor de Cristo em “pastorear o Seu rebanho”, lembrando no final do Evangelho de João e seu diálogo com Pedro: “Tu me amas... Pastoreia o meu rebanho...”
Nelson Luiz Campos Leite
Bispo Honorário da Igreja Metodista
Tags: ministérios pastora, expositor cristão
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