Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

estudo sobre dia das mães

Por: Márcio Divino de Oliveira

Jo 6.1-15

1 Depois disto partiu Jesus para o outro lado do mar da Galiléia, também chamado de Tiberíades. 2 E seguia-o uma grande multidão, porque via os sinais que operava sobre os enfermos. 3 Subiu, pois, Jesus ao monte e sentou-se ali com seus discípulos. 4 Ora, a páscoa, a festa dos judeus, estava próxima. 5 Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Felipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? 6 Mas dizia isto para o experimentar; pois ele bem sabia o que ia fazer. 7 Respondeu-lhe Felipe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pouco. 8 Ao que lhe disse um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: 9 Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos? 10 Disse Jesus: Fazei reclinar-se o povo. Ora, naquele lugar havia muita relva. Reclinaram-se aí, pois, os homens em número de quase cinco mil. 11 Jesus, então, tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos que estavam reclinados; e de igual modo os peixes, quanto eles queriam.

O texto de Jo 6.1-15 é famoso por mostrar o milagre da multiplicação, isto é, o modo como Jesus alimentou uma enorme multidão com cinco pães e dois peixinhos, oferecidos singelamente por um jovem rapaz, ou simplesmente um menino, pelo que se pode deduzir da expressão paidarion, nominativo neutro, que tanto pode ser traduzido por rapaz, pequena criança, menino ou menina. Tudo leva a crer que era uma pequena criança: menino.

Apesar, do milagre da multiplicação ocupar a cena da narrativa bíblica, podemos evocar outras imagens, como por exemplo, o milagre da mãe. Como assim? Onde está a mãe neste texto? Segundo meu estimado mestre de homilética, professor Luiz Carlos Ramos, a mãe aparece no texto no umbigo do menino. Sim, no umbigo! Segundo ele, o umbigo é a principal parte do corpo humano que identifica nossa ligação com a mãe. Desse modo, a mãe está presente na narrativa através do umbigo do menino.

Para mim existem ainda outras evidências da mãe no texto, a saber, os pães e os peixinhos. Sim, os pães e os peixinhos! Ditos de modo bem humorado, o lanchinho que a criança trazia consigo. No meu entender, essas são outras imagens claras da presença da mãe no texto.Afinal de contas, quem no lar se preocupa com a alimentação dos filhos/as senão as mães? No mundo antigo não era diferente! O cuidado com a alimentação e o zelo pelas crianças até certa idade ficavam sob a responsabilidade das mães.Assim, sou levado a ver a presença da mãe na narrativa bíblica através do lanche que o menino trazia.

Seguindo esta lógica, podemos perceber no texto bíblico algumas importantes lições e realidades sobre a experiência do ser mãe, que diria, apontam para sua dimensão miraculosa. Pensemos nelas:

I - A BENÇÃO DA MATERNIDADE

Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos...(v.9)

A maternidade é uma benção, um milagre de Deus. Estamos tão acostumados a identificar certas realidades como naturais, devido seu aspecto rotineiro, que às vezes nem nos damos conta de sua transcendência. A gravidez é uma delas! Quantos fatores intervenientes não podem conter uma gravidez. Se em nossos dias com a medicina tão avançada não conseguimos deter esses fatores, imagine no tempo de Jesus.

Por tudo isto, afirmamos que a mãe daquele menino foi uma privilegiada, pois num universo de mulheres que não podiam gerar uma criança, ela experimentou o milagre da maternidade: pôde ser mãe, ver seu filho vir ao mundo, chorar, sorrir, falar as primeiras palavrinhas, fazer brincadeirinhas, crescer, partir para uma jornada espiritual sobre a orientação do mestre Jesus.

Sim, aquela mulher era uma privilegiada, como privilegiadas são inúmeras mães em nossos dias que podem se alegrar também com o nascimento e desenvolvimento saudável de seus filhos/as. E sobretudo, vê-los seguindo os passos de Jesus, como o menino da narrativa bíblica.Que você mamãe possa ser grata a Deus diariamente pelo milagre da maternidade.

II - A PRECIOSA DEDICAÇÃO MATERNA

Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos... (v.9)

O verso acima nos permite deduzir ainda que a mãe daquela criança era uma mãe muito dedicada. É o que evoca as imagens dos "pães e peixinhos" de posse do menino. Luiz Carlos Ramos "lembra que o termo grego para "peixinho", a saber, opsarion, indica "um prato preparado com peixe, cozido e temperado com sal e condimentos. Isso quer dizer que o menino não tinha consigo peixes frescos, mas comida saborosa, cuidadosamente preparada".

Assim sendo, podemos deduzir que aquela mãe dedicou todo o seu esforço, afeto, carinho na preparação daquele saboroso lanche para seu filho. Afinal de contas, ele teria um dia difícil, de longa peregrinação espiritual aos pés do eminente rabino - Jesus - que os visitava naqueles dias - na região de Tiberíades. É, por causa de sua preciosa dedicação, seu filho não perdeu nenhum ponto da palestra.

   Como aquela mãe, todos os dias milhares de mamães esboçam preciosos esforços na dedicação de seus/suas filhos/as. Tem aquelas mães que acordam bem cedinho para preparar o café da manhã para seus filhos, levá-los à escola e depois buscá-los, mas antes preparam suas comidas, e ainda encontram tempo para ensinar-lhes suas tarefas escolares. Outras, com filhos mais crescidos, com bastante amor, equilibram sua agenda profissional com os programas mirabolantes de seus filhos/as: visita a amigos/as, ida ao shopping, viagens de última hora, etc. Há ainda aquelas mães heroínas, que à frente de seus lares, operam verdadeiros milagres para conseguir alimentar seus/suas filhos/as, dado a seu minguado salário.Enfim, todas são mães dedicadas, que não medem esforços para abençoar seus filhos e filhas: fisicamente, emocionalmente e espiritualmente.

III - A AMPLITUDE DOS GESTOS MATERNOS

Jesus, então, tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos que estavam reclinados; e de igual modo os peixes, quanto eles queriam. 12 E quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca. 13 Recolheram-nos, pois e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido. (11-13)

Aquela mãe, apesar do afeto e carinho que nutria pelo seu filho, talvez deva ter feito aquele lanche de uma forma despretensiosa. Ao prepará-lo seu foco por certo estava apenas no alimento que este traria ao seu querido filhinho, que partia para uma jornada espiritual aos pés do Mestre Galileu. Todavia, seu gesto singelo, sua dedicação amorosa, alcançou proporções incríveis, inimagináveis. Mostra-nos o texto que através daqueles alimentos - pães e peixes - seu filho pode ser agente da graça de Deus: alimentar uma multidão através de seu ato de gentileza, compaixão, misericórdia.

A narrativa bíblica nos faz pensar na amplitude dos gestos maternos, no grande valor e efeito das ações empreendidas diariamente por inúmeras mães, no mundo a fora, em favor de seus filhos/as.Muitas delas empreendem esses esforços mil sem pensar na magnitude de seus gestos, o que eles significam. Algumas até pensam que não fazem mais que obrigações. Todavia, são surpreendidas ao verem os resultados desses esforços plasmados na vida de seus filhos e seus efeitos na vida de outras pessoas.

Isso nos ensina, que os esforços empreendidos pelas mães aos seus filhos, sobretudo os espirituais, não são em vão. Cada um de seus gestos singelos, atitudes amorosas, cuidadosas, deixam marcas indeléveis na vida de seus/suas filhos/as e são capazes de promover-lhes bênçãos tremendas e às pessoas que os/as rodeiam. Que você mamãe possa dedicar inúmeros esforços físicos, emocionais e espirituais em favor de seus filhos, pois eles permanecerão presentes na vida deles mesmo depois que você não mais se encontrar ao seu lado.

CONCLUSÃO

Certamente a mãe da criança da narrativa bíblica em destaque ficou profundamente emocionada, maravilhada, feliz ao ouvir de seus vizinhos, amigos e familiares o quanto seu filho foi instrumento de bênçãos na mão do Senhor naquele dia da multiplicação. Seu ato de generosidade propiciou o milagre de Deus, o alimento de muitas pessoas. Milagre este que só foi possível graças a dedicação de sua mãe.Seu bom exemplo ensina a todas as mães que aquilo que se faz aos/as filhos/as não é em vão.

Parabéns mamães pelo seu dia! Vocês são bem-aventuradas pela dádiva da maternidade! Lembrem-se sempre: os cuidados dedicados em favor de seus filhos e filhas têm valor eterno. Podem produzir milagres não apenas na vida de seus/suas filhos/as, mas também nas pessoas que o cercam. Deus seja louvado pelos milagres das mães operado a cada manhã!

Referência Bibliográfica:

Bíblia Sagrada

BORTOLINI. José. Como ler o Evangelho de João. São Paulo: Paulus, 1994.

MCKENZIE, John L. Dicionário Bíblico. São Paulo: Paulus, 2003.

RAMOS, Luiz Carlos. Umbigo de Criança. Site: http://www.luizcarlosramos.net/index.php .2007.

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Rev. Márcio Divino de Oliveira

Pastor da Igreja Metodista em Marília-SP/5ª RE

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A história de Anna Jarvis, a metodista que criou a celebração do Dia das Mães há 100 anos.

 

 


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