Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Escola Dominical: jardim ou lavoura?
Esta pergunta aparentemente ingênua nos remete a uma reflexão mais abrangente sobre a educação levada a efeito no espaço dedicado à Escola Dominical. As diferenças entre um jardim e uma lavoura todos sabem.
O jardim apresenta uma variedade de flores onde cada espécie tem o seu “jeito” de enfeitar, perfumar e colorir o jardim. Por apresentar flores diferenciadas, o/a jardineiro/a também oferece um “tratamento” que é diferenciado, pois ele/a observa cada flor, a qualidade, a forma, o jeitão da flor se apresentar ao mundo, etc. Assim, ele/a não trata as flores como se fossem plantas iguais umas das outras, pelo contrário, ele/a percebe as diferenças e respeita estas diferenças. É bonito ver um jardim todo florido e bem cuidado.
Já a lavoura é diferente. A planta é a mesma. Se a pessoa olhar para a lavoura verá a mesma planta que se estende por muitos metros ou quilômetros. É bonito ver uma lavoura florescendo. No entanto, o tratamento dispensado às plantas da lavoura é o mesmo, pois se trata de uma única espécie.
Assim, pensar na Escola Dominical é considerar que ela apresenta uma variedade de pessoas que se encontram para refletir sobre a vida à luz da Palavra de Deus. O/a cuidador/a da Escola Dominical deve atuar como um/a jardineiro/a, ou seja, considerar a diversidade da vida humana e o jeitão de cada pessoa se expressar e evidenciar a sua fé em Cristo. Na Escola Dominical na perspectiva do jardim existe a diversidade de raça, de gênero, de etnia, de geração, de experiências, de aprendizagem, etc. Neste tipo de escola o/a cuidador/a observa as pessoas em suas particularidades. Esta escola tem alegria.
Se a Escola Dominical for tratada como uma lavoura, não haverá espaço para a diversidade, pelo contrário, tudo será homogêneo, tudo será estereotipado e seguirá a mesma forma ou fôrma. Neste tipo de escola as pessoas não são sujeitos e sim objetos. Esta escola é muito triste.
Se as metáforas são simplistas, o fato é que na Escola Dominical não há espaço para o simplismo, para a improvisação, para a reprodução de conhecimentos sem a vivência entre as pessoas, para educadores/as que não estejam comprometidos/as com a vida na perspectiva do Reino de Deus.
Na Escola Dominical do tipo jardim o/a cuidador/a é consciente, prudente, humilde, aprendente e coerente. Que tal? Como é a sua Escola Dominical? Está mais para jardim ou para lavoura?
A situação problematiza quando um/a cuidador/a de lavoura é colocado/a para cuidar do jardim...
Bispo Josué Adam Lazier