Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Escola cristã tem pastoral


Escola cristã tem Pastoral: alguns aspectos da herança e ação
Algumas tradições religiosas têm na educação uma forte aliada em sua compreensão do conceito de Missão. Na história é fácil reconhecer a proximidade das igrejas às universidades, escolas e movimentos de ensino e educação. Grandes e renomadas instituições de ensino têm ligação com Igrejas.

Podem servir de exemplo: Universidade de Oxford e a Igreja Anglicana na Inglaterra; Princeton e os presbiterianos; Harvard e Yale e os reformados; SMU, Emory, Duke e outras com metodistas nos Estados Unidos. No Brasil temos Mackenzie e os presbiterianos; IPA, IMS, Granbery, Izabella Hendriz, Bennett, Unimep, Piracicabano, Americano de Lins, Americano de Porto Alegre, União, e muitas outras escolas e faculdades que se transformaram em Universidades e centros-universitários por meio de nós, metodistas.
Os reformadores e as grandes lideranças evangélicas incentivaram o cumprimento da Missão por meio da educação também. Foram Lutero, Calvino, John e Charles Wesley, Abraão Kuyper, Comenius, e muitos outros. Isso sem citar o envolvimento da Igreja Católica Romana na área da educação, que hoje, é forte no Brasil e no mundo, ou dos Adventistas e Batistas que fortaleceram sua participação no cenário de ensino no país.
O metodismo tem clareza quando traz à memória a frase do hino de inauguração do primeiro colégio metodista na Inglaterra, o Kingswood School, no ano de 1748: “Une o par a tanto separado,/ Conhecimento e piedade vital /Aprendizado e santidade combinados, / E verdade e amor, faça todos os homens ver / Por quem por Ti nos damos,/Por Ti, inteiramente por Ti, para morrer e viver”. Esta declaração e mais a herança que a Igreja Metodista brasileira recebeu das missões norte-americanas explicita como inseparável a binômia Igreja-Escola.
Desde o ano de 1982 quando foram publicados e adotados o “Plano para a Vida e Missão da Igreja”, as “Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista” e reeditado o “Credo Social da Igreja Metodista” a ação de Pastorais nas instituições de ensino da Igreja Metodista assumiu uma nova perspectiva. Uma prática que pretendia aliar capelania tradicional e uma ação engajada na realidade das instituições e da história da realidade do Brasil, em obediência aos documentos citados.
 As Pastorais Escolares e Universitárias surgiram para participar da vida da instituição, legitimando sua presença pela convivência entre professores, funcionários e principalmente estudantes, na vida da academia. É a presença de pastores e pastoras que caminham junto com as comunidades docente, discente e administrativa e semeia em todas as oportunidades a semente do Evangelho.
 As ênfases da ação das Pastorais Escolares e Universitárias mudaram juntamente com as necessidades de cada instituição, porém, sempre foram as presenças da Igreja e da voz pastorais nas escolas. Estão envolvidas em uma imensa quantidade de oportunidades de ação. Vão desde cultos de formatura até palavras de abertura em todos os eventos que acontecem nas instituições. São devocionais com funcionários, professores, estudantes; celebrações nas datas de festas cristãs; visitas a hospitais; ofícios fúnebres; cultos para a comunidade; aconselhamento de estudantes, funcionários e professores; eventos em que fomentam os conteúdos da confessionalidade cristã e metodista; participação em reuniões pedagógicas; em grupos de trabalho; elaboração de material evangelístico; acompanhamento do ensino religioso nos colégios; devocionais em reuniões administrativas; presença em diversas comissões para enfatizar os conteúdos dos documentos e herança cristã e metodista; e muitas outras oportunidades de pregar a tempo e fora de tempo. Além disso, os pastores e pastoras são nomeados em Igrejas Locais.
 Atuar numa Pastoral Escolar e Universitária é um grande desafio, pois, não há uma estrutura de ministérios (música, louvor, pregação, artes, etc) para dar suporte ao trabalho. Tudo é feito pela equipe. Também é desafiador desenvolver formas de comunicar o Evangelho num lugar onde ninguém vai para ouvir sobre Jesus, e, talvez, pior que isso, num lugar onde pela tradição acadêmica o discurso da fé, do evangelho seja considerado proibido, ou no mínimo inoportuno. A necessidade de ter uma palavra sempre pronta, uma pequena dinâmica, uma devocional, um cântico, uma apresentação em Power Point, uma citação dos documentos metodistas, um texto bíblico, uma Bíblia para fazer o ofício fúnebre ou para levar para o palco quando se forma a mesa formal para um evento, traz a constante necessidade de preparo. Soma-se a isso a escolha do tom da fala: para funcionários, para acadêmicos doutores, para estudantes, mas sempre com a ênfase pastoral cristã e metodista.

 É assim que os pastores e pastoras, e agentes leigos e leigas vêm atuando nas instituições metodistas de ensino, unindo conhecimento e piedade vital, fé e razão, amor e ensino, evangelho e ciência, para a glória de Deus e a salvação da humanidade.

Rev. Flavio Hasten Reiter Artigas é presbítero da Sexta Região, Coordenador da Pastoral Escolar e Universitária da Rede Metodista de Educação do Sul (Porto Alegre, Santa Maria e Uruguaiana); Coordenador da Conapeu – Coordenação Nacional das Pastorais Escolares e Universitárias; Pastor Coadjutor na Igreja Metodista Wesley, Porto Alegre.


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