Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
encontro de comunicação WACC
Encontro de comunicação debate fundamentalismos e diversidade
Por Lidia Baltra
SANTIAGO DO CHILE, 28 de setembro (ALC) - Mais de 30 comunicadores sociais participaram do encontro realizado na capital chilena, convocado pela sub-região Cone Sul da Associação Mundial para a Comunicação Cristã, região América Latina (WACC-Al). Os fundamentalismos e os desafios que se apresentam no mundo atual e à comunicação foram os temas centrais da jornada.
Os fundamentalismos que hoje agitam e dividem o mundo e o que o comunicador cristão pode fazer para esfriar esses conflitos foram os temas que atraíram comunicadores de organizações sociais, ONGs e igrejas, reunidos em Santiago, na terça-feira, 26. A resposta sugere um aprofundamento do pluralismo na sociedade, um melhor conhecimento do islamismo do que o apresentado pela mídia e uma melhor prática da diversidade cultural.
O sociólogo e teólogo Arturo Chacón e a jornalista especializada em islamismo, Fabiola Samhan, formularam as idéias eixo para o debate. Chacón disse que o fundamentalismo nasceu na América do Norte anglo-saxão e protestante do início do século XX, como uma resistência à "modernidade" surgida após a Primeira Guerra Mundial, ameaçando os princípios cristãos.
Para sua defesa, explicou, estamparam no texto "Os Fundamentos", como princípio inamovível. A partir de então e de outras correntes surgiram diversas "certezas" que o ser humano necessita reafirmar para dar sentido à vida, mas que, na análise de Chacón, devem ser enfrentadas mediante a prática e aprofundamento do pluralismo.
A jornalista Samhan, autora do livro "As filhas do Islã", vencedora do prêmio do Colégio de Jornalistas do Chile como a melhor investigação jornalística, advogou em favor de um maior conhecimento da cultura islâmica e pelo rechaço dos estereótipos com que ela é caricaturizada pelos meios de comunicação, provocando um "suposto choque entre o cristianismo e o Islã", com obscuros propósitos de dominação política.
Em sua exposição, Samhan convidou a "conhecer pequenos fragmentosdeste universo (o Islã) inesgotável, a trabalhar a tolerância e a tratar de entender que o distinto não necessariamente é antagônico, mas muitas vezes complementar".
O assessor do Ministério da Cultura, Ricardo Brodsky, apresentou aspectos importantes da Convenção sobre a Diversidade Cultural da UNESCO, de 2001, recentemente assinada pelo Chile, mas que carece de ratificação do Parlamento, ainda pendente. A aprovação significará que o Estado poderá promover sua produção cultural e defendê-la do avassalamento de indústrias culturais mais fortes, como a norte-americana, especialmente na criação audiovisual, explicou.
Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC) |