Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013
Eleições Municipais 2008
Voto cidadão: compromisso com o Reino de Deus, testemunho e missão
Colégio Episcopal da Igreja Metodista lança Carta Pastoral sobre Eleições. Veja, abaixo, trechos deste documento
Como bispos e bispa, ministros e ministra de Cristo a serviço da Igreja Metodista, conclamamos os irmãos e as irmãs metodistas de todo o Brasil a tomarem parte, de forma responsável, de um evento fundamental para toda a nação: as eleições municipais de 2008. E os/as exortamos a fazê-lo sob a graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai, de Cristo, nosso Salvador e do Espírito Santo, nosso fortalecedor e instrutor! Amém!
Cremos na proximidade do Reino de Deus, em um tempo de justiça. Por sermos membros do ministério responsável pela orientação doutrinária e pastoral da Igreja, sentimo-nos no dever de nos dirigir ao povo metodista do Brasil no momento em que o país se prepara paras as eleições municipais, no próximo mês de outubro. Nós o fazemos em oração contrita em favor de todo o povo brasileiro. Nossa intenção é dar as orientações que julgamos necessárias neste período eleitoral, a fim de testemunhar o ardor da missão por meio do voto cidadão ou responsável. De modo geral, seguimos o mesmo posicionamento assumido nas Cartas Pastorais anteriores sobre eleições.
No dia 05 de outubro, em primeiro turno e em 26 de outubro, em segundo turno, iremos às urnas para escolher as lideranças dos 5.558 municípios do País: prefeitos/as, vice-prefeitos/as e vereadores/as. Mais uma vez, nós, cristãos/as metodistas, somos chamados/as a exercer nossa responsabilidade cristã, testemunhando, por meio da participação no processo eleitoral, nosso compromisso com a cidadania e a construção de um país melhor para todas as pessoas. (...)
Durante o processo eleitoral, nossas igrejas serão procuradas por muitos políticos que entendem o público evangélico como alvo estatístico de valor e com um comportamento confiável. Nossas igrejas serão assediadas por políticos descomprometidos com os valores do Reino, que certamente quererão participar de nossos cultos, prometer ajuda e recursos, pedindo nosso apoio. Mas ter o voto ético significa que ninguém deve receber nosso voto simplesmente por professar a fé evangélica. Antes, devemos recordar que "a fé, se não tiver obras, por si só está morta" (Tg 2.1). Essa pessoa deve demonstrar, com sua vida pública, competência e seriedade para o cargo. Afinal, religiosidade exterior não resolve os graves problemas de nosso país. Voto é coisa séria! Devemos estar atentos a que nosso voto cidadão reflita os valores do Reino de Deus e os frutos pelos quais somos conhecidos.
O voto correto passa, ainda, por uma plataforma de governo correta. Isto é, o candidato que irá receber o seu voto deve ser uma pessoa que mereça sua confiança. Atualmente, o número de evangélicos não passa mais desapercebido em épocas eleitorais. Precisamos de propostas concretas, como concretos são os problemas de nosso país. De qualquer modo, é importante pontuar como determinados grupos sociais vêm descobrindo - e utilizando com muita sabedoria - sua força dentro da sociedade, como ocorre com os negros, as mulheres e as pessoas com deficiência, por exemplo, além dos grupos religiosos. O despertar dos políticos para esses segmentos denota sua importância social e seu poder de decisão, os quais devem ser assumidos e exercidos com o verdadeiro espírito de cidadania e justiça, visando ao bem-estar comum. Porém alertamos que, da mesma forma que ninguém deve receber nosso voto simplesmente por ser evangélico, também ninguém deve recebê-lo simplesmente por pertencer a esses grupos. Os candidatos devem ser dignos de nosso voto sempre que apresentem propostas concretas e abrangentes para a solução dos problemas da cidade e da sociedade em seu sentido mais amplo.
O voto ético não se destina a políticos descomprometidos, e sim aos que são "sal da terra e luz do mundo". Ele não é vendido ou trocado por bens materiais, mas "traz vida em abundância". Não se deixa levar pelas aparências, e sim fortalece a verdade que liberta. Ele é consciente e traz à memória o que nos pode dar a esperança de uma sociedade cidadã.
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