Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 28/03/2011

Educadora e compositora fala sobre música na Igreja

Numa bela manhã de domingo reunimo-nos para o estudo na Escola Dominical. O assunto era bom, mas a classe queria mesmo falar sobre a música na Igreja, em especial sobre a hinologia.

O clamor e o interesse da classe me surpreendeu: estavam os jovens, adultos e idosos pedindo o uso de mais hinos na igreja.

Esse questionamento da classe, não levantado por mim, levou-me a essas perguntas: Igreja, por que não cantar mais hinos? A Faculdade de Teologia que prepara os pastores tem pensado no assunto?

Quando tive a oportunidade de várias vezes passar por lá verifiquei que a música na igreja não era prioritária.

As riquezas harmônicas, poéticas e teológicas dos nossos hinos trazem  fundamentações bíblicas, doutrinárias e teológicas. As comissões encarregadas desse assunto ao longo dos anos tinham em mente uma hinologia de acordo com a nossa liturgia metodista, reformada e cristã.

Martinho Lutero estabeleceu a música na igreja e nas escolas como um privilégio para todas as faixas etárias crescerem nos vários aspectos da vida.

Os irmãos João e Carlos Wesley também tinham a mesma linha de pensamento. De igual modo os pastores e missionários. Para nós os hinos são um patrimônio espiritual que a igreja, simplesmente, não pode e não deve desprezar.

Já está na hora da igreja ter um ministério específico e especializado para a música. É comum pianos, teclados e órgãos estarem fechados e, quem sabe, abandonados por falta de executores.

Até à década de 1970 ainda havia pessoas preparadas e disponíveis. E hoje? Pelo que tenho observado a Igreja Metodista está buscando musicistas emprestados de outras igrejas irmãs. Algo precisa ser feito, com urgência. Se a igreja não investir na boa música, hoje, no amanhã essa música da qual falo será apenas uma saudade.

Quero deixar claro que não sou contra os cânticos novos. Até os vejo com grande interesse, a criatividade e a dedicação da juventude. Mas está havendo a falta de uma orientação competente para aproveitá-los melhor em sintonia com a nossa hinologia histórica.

O livro Canções da Missão é uma produção consagrada e de grande valor. Esse livro é um marco num processo de mudanças necessárias na vida da Igreja com o seu novo rítimo, coreografias e outras renovações significativas. E o grande mérito foi de não desprezar o que já estava feito e consagrado.

Vem aí mais um Concílio Geral. Que tal uma pauta para esse assunto sobre a música na Igreja?

Eu creio no poder da música. Ela contribuiu na história da Igreja de maneira profética, na preparação de compositores, cantores e instrumentistas na vida da sociedade e do mundo como um todo. Ela é a força para a educação cristã, discipulado e evangelização dos povos.

Ilka Nascimento
Educadora e Compositora


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