Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 09/05/2012

Discipulado avança pela América Latina e Caribe

Apresentação cultural na abertura do seminário sobre discipulado metodista no Peru

A Igreja Metodista brasileira se posiciona como referência para outros países quando o assunto é discipulado. No encontro do Comitê Diretivo e Conselho de Bispos do Ciemal – Conselho de Igrejas Evangélicas Metodistas da América Latina e do Caribe, planejamentos estratégicos foram compartilhados para fortalecer a visão.

Para o presidente do Conselho de Bispos do Ciemal, bispo Pablo Morales, as Igrejas estão passando por um período de transformação. “Estamos com determinação de ter algo novo na Igreja para responder os desafios do início do século 21”, declara o bispo do Panamá. O diferencial metodista neste contexto está relacionado ao discipulado.

A Igreja Metodista brasileira tem trabalhado a temática no modelo de Jesus. Para este biênio (2012-2013), a Carta Pastoral: Discípulas e discípulos nos caminhos da missão cumprem o mandato missionário de Jesus, tem como uma de suas prioridades o discipulado. “Todos os membros das nossas Igrejas, inclusive o ministério pastoral, serão incentivados a se vincular a uma classe wesleyana (grupo de discipulado, célula, equipes, etc), sob orientações metodológicas do Colégio Episcopal, a fim de dar unidade a este projeto”, diz o documento disponível para ­download no site nacional (p.14).

Estratégia - Pensar em consolidar um projeto wesleyano é uma das prioridades para o bispo Morales. “Definitivamente queremos que a Igreja consolide um projeto com raiz metodista e necessitamos acompanhar todo o processo. Não necessariamente com as novas Igrejas, mas com aquelas que já estão estabelecidas no processo de liderança na missão. O desafio está no discipulado!”, diz.

O presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista no Brasil, Adonias Pereira do Lago, afirma que os bispos e presidentes que representaram os 17 países no evento estão bastante otimistas com a iniciativa. “Há interesses de implantar o discipulado, pelo menos vários bispos mostraram isso, tanto é que Peru já está bem mais avançado. Equador também está dentro da perspectiva do discipulado tendo como modelo Cristo Jesus”, diz.

Para o bispo Adonias há uma motivação por parte da liderança da Igreja Metodista na América Latina e Caribe em relação ao crescimento qualitativo e quantitativo. “Há uma inquietação dos bispos e presidentes para que a Igreja Metodista volte a crescer e, todos nós entendemos que o discipulado é uma das estratégias ricas, metodistas, wesleyanas e cristocêntricas para serem aplicadas na vida das igrejas”, conclui o bispo.

Exemplo - A Igreja Metodista brasileira tem desenvolvido parcerias em prol da expansão da estratégia. “O tema do discipulado tem mexido em nossos corações. Vamos colocar isso em prática agora. Vai haver mudanças! A Igreja do Paraguai é muito grata pelas orações e apoio que nos tem dado. Queremos que a Igreja Metodista brasileira continue sendo nossa parceira”, diz o bispo do Paraguai, Pablo Mora.

No Peru um trabalho foi desenvolvido depois do contato do bispo peruano, Jorge Bravo Caballero e o bispo da 6ª Região, João Carlos Lopes. O Rev. Luciano Pereira foi enviado como missionário no início de 2011 para implantar uma igreja no modelo do discipulado. “Hoje, o Rev. Luciano é o Coordenador Nacional do Discipulado no Peru e já está com umas 40 pessoas. Ele começou do zero! Para a Amazônia peruana enviamos o missionário Hugo com a família”, diz o bispo.

O modelo deu tão certo que o Rev. Luciano Pereira já esteve no Equador fazendo um congresso de discipulado. “É uma parceria com o Peru sim, mas, sobretudo, um avanço da Igreja Metodista brasileira participando na região andina”, conclui o bispo da 6ª Região.

“Iniciamos um trabalho missionário em Lima e Callao, mas o Senhor foi abrindo as portas através de convites para ir às províncias, interior do Peru. Fui descobrindo coisas que realmente não tinha ideia que existiam, pessoas, culturas, costumes tão diferentes dos nossos. O desafio é buscar dentro da realidade deles suas próprias formas e, a partir delas, aplicar a visão do discipulado.”, afirma o missionário Rev. Luciano Pereira.

Iniciativa
- O bispo da Rema – Região Missionária da Amazônia, bispo Carlos Alberto Tavares Alves, quer fortalecer o trabalho de discipulado e caminhar com países vizinhos. “Descobrimos que todos da América Latina estão trabalhando ou começando a trabalhar com o discipulado. Na Rema fazemos fronteira com a Bolívia e vamos estar juntos. Conversei com o bispo boliviano Rev. Javier Rojas Terán”, diz o bispo que tem visita marcada à Bolívia.

O pastor da Igreja Evangélica Metodista no Equador, Rev. Rodolfo Lemos, diz que a implantação do discipulado é uma resposta de Deus. “Estávamos orando acerca das novas diretrizes que necessitamos na Igreja do equador para um crescimento há mais ou menos um ano e meio”, diz o pastor equatoriano.

No Equador são 20 igrejas metodistas e, por enquanto, uma desenvolve o discipulado. “Queremos entregar um novo plano estratégico e temos uma ordem episcopal para começar a produção de material sobre o discipulado”, anuncia o Rev. Rodolfo Lemos.
O Comitê Diretivo e Conselho de Bispos do Ciemal se reuniu entre os dias 10 e 12 de março na Faculdade de Teologia, em São Bernardo do Campo. Ao todo, líderes metodistas de 17 países participaram do encontro.


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