Publicado por José Geraldo Magalhães em Pastoral dos Direitos Humanos, Administração, Destaques Nacionais - 24/10/2013

Direitos Humanos: Homossexuais podem entrar na Igreja?

 A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Assembleia Legislativa aprovou no dia 16 de outubro, projeto de lei permitindo que as igrejas expulsem de seus templos aqueles/as que não estejam de acordo com suas normas e ritos. O pano de fundo deste projeto de  lei, segundo artigo  publicado no jornal “O Estado de São Paulo”, são os homossexuais. É uma tentativa de proibir que eles/as não adentrem as igrejas. 
 
 Este projeto é discriminatório e fere não só os direitos civis dos cidadãos/ãs, o direito de ir e vir, como também fere as leis divinas. Na    Bíblia  encontramos várias citações da NÃO ACEPÇÃO DE PESSOAS, Tiago 2.1: “(...) não tenhais fé em nosso Senhor Jesus Cristo,      Senhor da Glória, em  acepção de pessoas.”; Romanos 2.11: “porque para Deus não há acepção de pessoas.”; Gálatas 3.28:      “Dessarte, não pode haver nem judeu nem grego, nem escravo nem liberto, nem homem nem mulher, porque todos nós SOMOS UM    EM CRISTO JESUS.” Se todos nós somos um em Cristo os homossexuais têm seu direito garantido de entrar nas igrejas.
 
 O ensinamento de Jesus é muito claro na não aceitação do pecado. Este sim fere nossa relação com o Pai. O pecado é inaceitável        para o ser humano, Deus deseja salvar a todos/as que se arrependerem de seus pecados. Porém, o ensinamento de Jesus  também  é claro no que tange a aceitação do/a pecador/a. Este/a é bem vindo à casa do Pai. Como diz a letra do hino 245 do Hinário Evangélico: “Eu venho como estou....”. Cada pessoa tem o direito de se achegar aos pés do Senhor, adentrando as portas das igrejas como estão e com o conhecimento de Deus, reconhecimento de seus pecados, mudar sua vida e tornar-se nova criatura para a glória de Deus.
 
Nenhum político, autoridade civil ou eclesiástica pode, por lei ou decreto, proibir, impedir ou expulsar das igrejas qualquer pessoa que seja, homossexuais, adúlteros/as, criminosos/as, fofoqueiros/as, e outros/as pecadores/as, que desejarem entrar e ali terem um encontro com Deus.
 
A Igreja Metodista afirma estes princípios bíblicos de aceitação do/a pecador/a, assim como ele/a é, acreditando que a graça de Deus poderá levá-los ao arrependimento de seus pecados e a salvação, desejo maior de Deus para todo o seu povo. Na Carta Pastoral sobre o Homossexualismo (abril, 2000) os bispos e a bispa da Igreja Metodista afirmam:  
 
“a) Primeiramente, vale a frase, nós abominamos o pecado, mas devemos exercer amor semelhante ao de Jesus, para com todos os pecadores. Sobre hipótese alguma devemos ter uma atitude preconceituosa e discriminatória em relação aos homossexuais. São pessoas carentes de respeito e amor;
 
b) Não devemos considerar os homossexuais mais pecadores do que alguns que estão dentro da igreja, que são mentirosos, maldizentes, injustos, como bem classificou o Apóstolo Paulo (I Co 6.9-10). A Igreja tem a tendência de considerar um/a adúltero/a um/a pecador/a mais aceitável do que um homossexual;
 
c) Por outro lado, não devemos deixar de dizer ao pecador, seja ele um homossexual ou não: "... porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.23), abordando a graça de Deus para com todos/as os/as pecadores/as;
 
Finalmente, o homossexual é, em muitos casos, uma tendência de ordem orgânica e/ou emocional, também, e como tal deve ser considerada. Ter homossexualidade não é pecado em si mesmo, o pecado é a prática desta tendência. A Igreja pode e deve contribuir para a reversão desta tendência da homossexualidade, por ser ela contrária ao padrão bíblico cristão da moral.
 
Estas são as nossas preocupações e orientações pastorais como Bispos da Igreja Metodista, as quais repartimos com a Igreja para auxiliar na caminhada missionária. Orando por todos vós.”
 
“Somos todos um no Senhor,” que seja verdade não só nas letras de música, mas principalmente em nossas vidas.
 
Revda. Gladys Barbosa Gama
Pastoral de Direitos Humanos da Igreja Metodista

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